Vinho - 02.Set - Polêmica

Nova garrafa pode afetar sabor do champanhe, diz especialista

por Redação

As novas garrafas 7,2% mais leves: alternativa ecológica pode prejudicar a segunda fermentação da bebida
A intenção do Comitê Interprofissional do Vinho Champagne (CIVC) era boa. Sendo o vidro um material que demora cerca de um milhão de anos para se decompor na natureza, a idéia de criar garrafas mais leves pareceu sensata, e a maioria das casas de champagne da França aderiu à sugestão da organização.

Entretanto, de acordo com o jornalista e crítico de vinhos britânico Adam Lechmere, os novos frascos podem afetar o sabor das bebidas. Segundo ele, a troca de garrafas pode comprometer a segunda fermentação do champanhe, que ocorre dentro dos próprios frascos. "Uma garrafa mais leve pode afetar a pressão a que a bebida deve ser submetida, alterando assim o formato e o número das bolhas", explica.

Isso pode ser um problema, já que um dos principais fatores utilizados na avaliação de um champanhe é a quantidade e o formato de suas bolhas. Além disso, Lechmere lembra que "estudos publicados em um jornal norte-americano no ano passado descobriram que os componentes aromáticos do espumante estão mais presentes nas bolhas, do que no próprio líquido".

No total, 95% das casas de champagne aderiram à sugestão ecológica do CIVC. O jornalista, no entanto, questiona essa decisão: "se Champagne quer provar que o seu compromisso com a sustentabilidade não é da boca pra fora, esse é mesmo o caminho a seguir?".

Com a tendência ecológica se espalhando cada vez mais pelo mundo do vinho, o ClVC declarou no início deste ano a fabricação de garrafas 7,2% mais levesdo que as tradicionais. Segundo a organização informou, o novo frasco custa o mesmo preço do tradicional, portanto, o único intuito da mudança era tornar a indústria mais sustentável.  

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