Vinho - 16-Set - Gigante asiático

Produtores de Sauternes comemoram decisão de autoridades chinesas

por Redação

O Château Bastor Lamontagne, em Sauternes, teve seus vinhos destruídos na China no início deste ano. Com a alteração das leis no gigante asiático, o site da vinícola já apresenta conteúdo em chinês.
Sauternes e outros vinhos doces agora poderão ser legalmente exportados para a China, segundo a Organização da Vinha e do Vinho (OIV) anunciou esta semana.

Apesar do falatório mundial sobre o mercado chinês e os vinhos Bordeaux, os renomados vinhos doces da região vitivinícola mais conhecida da França ainda não haviam sido oficialmente permitidos no gigante asiático. Os Sauternes contêm mais de 250 miligramas de enxofre por litro, quantidade superior ao limite previamente estabelecido pelas autoridades do país.

A mudança dessa regra é a última de uma série de modificações que se iniciaram em 2005 na China, de acordo com o cientista da OIV, Jean Claude Ruf. Ele explica que essas alterações começaram a ocorrer quando o país estipulou especificamente que o vinho é uma bebida feita 100% a partir de suco de uva. "Antes disso, era permitia a entrada de 'vinhos' feitos com apenas de 50% de suco de uva", disse ele ao site decanter.com.

Outra questão pendente entre a OIV e as autoridades chinesas estava no uso de aditivos. Até então, era estabelecido um limite de 250 miligramas por litro para todos os vinhos que entravam no país. "No entanto, apesar dessa medida ser utilizada mundialmente como regra, ela só se aplica a vinhos secos, e não aos Sauternes", afirmou Ruf. Segundo a OIV, a partir de agora, as bebidas destinadas à China deverão, obrigatoriamente, incluir em seus rótulos o aviso "contém sulfitos".

As novas regras foram bem recebidas por diversos produtores de vinhos doces da França. Michel Garat, diretor do Château Bastor Lamontagne, em Sauternes, contou que no início de março deste ano, uma carga inteira de seu vinho Lês Remparts de Bastor Lamontagne 2006 foi confiscada e destruída em Xangai por agentes aduaneiros. "Essa mudança é uma boa notícia", comemorou.

Pierre Lurton, diretor do Château d'Yquem, também localizado em Sauternes, afirmou que a LVMH - companhia proprietária da vinícola - já está "formando uma rede de negócios na China" e fazendo planos para vender vinhos no país. Outra consideração da empresa, segundo Lurton, é enviar um embaixador do château para o gigante asiático.

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