Na casca da uva

Vinho possui composto orgânico capaz de atuar contra leucemia

Pesquisadores chineses pretendem encontrar propriedades de cura do resveratrol contra células cancerígenas

por Redação

Resveratrol, um componente orgânico encontrado na casca da uva e também no vinho, mostrou-se promissor no tratamento de algumas doenças. Os cientistas ainda estão em pesquisa para saber como este polifenol realmente funciona e como extrair suas propriedades de cura.

Uma equipe de pesquisadores chineses encontrou uma nova possibilidade de uso para o resveratrol como uma arma contra leucemia, o câncer mais comum entre crianças. Como ele atua contra a doença é um mistério. A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea que substituem as células sanguíneas normais. Mesmo a doença atingindo pessoas com mais de 55 anos, ela é o tipo de câncer mais comum entre jovens com menos de 15 anos. Recentes avanços terapêuticos têm ajudado os pacientes em tratamento, mesmo assim a doença mata milhares de pessoas por ano.

Resveratrol em sua forma molecular.

A pesquisa sobre o resveratrol foi publicada no jornal International Journal of Clinical and Experimental Medicine por Binghua Wang, Jiao Liu e Zhanfeng Gong do departamento de hematologia do Hospital Central de Weihai, na China.

Um ponto interessante na pesquisa é o modo como resveratrol age contra a leucemia. Quando aplicado em outras doenças, como o envelhecimento, o composto ajuda as células a se repararem, no caso da leucemia ele opera por meio de um processo que controla a morte celular, conhecido como apoptose, assumindo as funções de um anti-inflamatório.

O Resveratrol diminuiu significantemente a viabilidade celular e desencadeou o apoptose em várias células leucêmicas.

O teste contou com a exposição de vários tipos de células cancerígenas e diferentes diluições de resveratrol, variando de 10 micrometros a 160 micrometros por variados períodos de tempo de 24, 48 e 72 horas. Os danos causados nas células de leucemia foram de encolhimento celular e deformação da membrana celular.

O anti-inflamatório inibiu o crescimento das células de leucemia em 60,9% após o tratamento de 24 horas, 69,7% após 48 horas e de 70,3% após 72 horas. A quantidade máxima de inibição de 70,3% se deu pelo uso de 160 micrometros por 72 horas. O teste mostrou o grande potencial do resveratrol contra a leucemia. A descoberta é um avanço, pois a maioria dos pacientes não respondem bem a quimioterapia.

Embora sejam poucas as informações de como o componente desencadeie o apoptose, os resultados sugerem que isto se da devido à interferência de resveratrol nas vias das mitocôndrias dentro das células leucêmicas. 

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