Vinhos transgênicos elaborados nos EUA

por Fernando Roveri

O Ministério da Saúde dos Estados Unidos autorizou, pela primeira vez, a utilização de uma levedura modificada geneticamente para a elaboração do vinho. O produto, chamado ML01, da empresa Springer Oenologie, pretende atrair os viticultures assegurando que é capaz de realizar dois passos da vinificação em apenas um: irá não somente fermentar o açúcar para convertê-lo em álcool como também transformará o áspero ácido málico no suave ácido lático.

Até então, esse processo, chamado fermentação malolática, era provocado por certas bactérias depois da fermentação alcoólica. A ML01 traz outra vantagem: elimina todas as leveduras usadas na fermentação malolática tradicional que podem produzir histamina como subproduto, o que causa dores de cabeça em pessoas sensíveis ao elemento.

A imprensa americana aprovou a inovação, mas os viticultores foram mais contidos nos comentários, talvez pensando no mercado europeu, onde o uso de leveduras transgênicas é proibido. O Instituto do Vinho da Califórnia declarou-se explicitamente contra essa novidade, embora, em última instância, o consumidor médio seguramente nunca saberá se o vinho em sua mesa foi fermentado com ML01 ou não, já que nos Estados Unidos não é obrigatório especificar o uso no rótulo.

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