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  • Wagner e vinho

    Teatro Municipal de São Paulo inovou e serviu jantar nos intervalos da apresentação da ópera "A Valquíria". Harmonização perfeita com um vinho alemão

    por Arnaldo Grizzo

    A "Cavalgada das Valquírias" é um dos trechos de ópera mais famosos do mundo. Não há quem não reconheça aqueles acordes crescentes que lembram mesmo um cavalgar bélico, com suas cordas nervosas e metais estridentes de marchas marciais, capaz de inspirar e emocionar até o mais pacato dos seres.

    Sim, esse é um dos poderes da música de Wagner, o maior nome da música alemã do século XIX, mais do que isso, um dos maiores músicos da história, autor da tetralogia operística "O Anel do Nibelungo", da qual "A Valquíria" (onde se encontra a "Cavalgada das Valquírias") é a segunda parte.

    E um dos espetáculos escolhidos para fazer parte da programação de comemoração ao centenário do Teatro Municipal de São Paulo foi exatamente "A Valquíria", que não era encenada há mais de 50 anos no teatro paulistano. Uma montagem com quase cinco horas de duração fez com que a equipe do teatro, mais do que se esmerar em criar uma belíssima cenografia - que foi perfeitamente acompanhada pelo sublime trabalho de iluminação -, pensasse na possibilidade de oferecer um jantar ao público.

    Foi uma ótima ideia. Então, pela primeira vez, espectadores - que precisaram fazer reserva antecipada - desfrutaram de uma refeição muitíssimo bem elaborada durante os intervalos entre os três atos da peça. O local escolhido foi a Sala dos Arcos, no subsolo do teatro. Mesas foram preparadas sob o teto arcado de tijolos à mostra com uma iluminação baixa propícia ao romantismo - mesmo que não exatamente o romantismo wagneriano.

    Por R$ 70 era servido uma saborosa salada de entrada e duas opções de pratos - um tomate ao forno recheado com bacalhau acompanhado de risoto de limão siciliano ou um conchiglioni de ricota ao creme de abóbora - que eram servidos durante o primeiro intervalo. Depois, no segundo, mais curto, a sobremesa - torta de maçã ou brigadeiro de colher.

    Vinho alemão
    Bebidas não alcoólicas estavam inclusas no valor. Quem quisesse saborear uma taça de vinho junto com a refeição poderia pagar um pouco a mais por um bom representante argentino. Contudo, por que não desfrutar de algo que melhor harmonizasse com a composição do mestre alemão?

    Sendo assim, como em qualquer restaurante, quem quisesse levar o próprio vinho podia, desde que pagasse a taxa de rolha - nada absurda, R$ 30. Foi o que ADEGA fez. Para acompanhar a complexidade musical de Wagner, especialmente nessa ópera de tantas tonalidades, levamos um vinho de um consagrado produtor alemão, Künstler, que produz desde 1648 - na época, na Áustria, mas que após a II Guerra Mundial estabeleceu-se em Rheingau. Um Riesling Trocken (seco) do vinhedo Hochheimer Kirchenstück da safra 2007.

    #Q#
    Fotos: Divulgação

    Ao chegar ao teatro, deixamos a garrafa com a equipe do restaurante, que prontamente se ofereceu a climatizá-lo (havia tempo de sobra, já que o primeiro ato dura mais de uma hora). Ao término do primeiro ato, com a música profunda e romântica que envolve o casal de irmãos/amantes Siegmund e Sieglinde, todos - embevecidos pela trama wagneriana - descem ao porão para o jantar, com a salada já servida. O vinho também já está no ponto. A acidez crocante e aquele toquezinho melado (apesar de ser um Trocken) fez par com o molho agridoce (com romã) despejado sobre as folhas.

    No entanto, pouco importava a harmonização com os pratos. A verdade é que os aromas minerais do Riesling seguidos por uma boca suculenta acompanharam o principal: a música de Wagner. Aquela acidez gostosa, que ficou no paladar e na memória por um longo tempo, preparou o espírito para a entrada do "Leitmotiv" da famosa "Cavalgada" que surgiria logo no início do segundo ato e, mais do que isso, emocionou tanto quanto música em todo o restante da apresentação.

    Fotos: Divulgação

    Mais do que harmonização
    É assim que percebemos com mais clareza que o conceito de harmonização vai além da comida e do vinho, e da interação entre eles. Harmonização pode compreender momentos. O que melhor do que combinar ocasiões sublimes com um vinho especial e vice-versa? O Teatro Municipal não se pronunciou se o serviço de jantar continuará a ser oferecido em outras apresentações. Tomara que sim, pois momentos como esse merecem ser compartilhados com uma bela refeição e um vinho tão esplendoroso quanto os acordes de Wagner. Assim, o que já seria uma experiência maravilhosa (ver uma ópera wagneriana no teatro) transforma-se em algo memorável.

    P.S.Triste apenas não ter táxis suficientes à porta do teatro após a apresentação para poder voltar para a casa e ter que caminhar pelas ruas pouco amistosas do centro para tentar encontrar algum.

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