Assim como muitas das famílias do Brasil, a Teroldego também tem suas origens na região italiana de Trento
Arnaldo Grizzo Publicado em 18/11/2021, às 09h00
A uva italiana é conhecida por vinhos de muita intensidade de cor e fruta
Algumas variedades italianas pouco comentadas vêm sendo resgatas em algumas partes do Brasil. Uma delas é a Teroldego, que geralmente origina vinhos de muita intensidade de cor e fruta, às vezes com tons mais rústicos nos aromas. Diversos produtores têm apostado nessa casta, que vem se adaptando bem especialmente ao clima do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Ela, assim como muitas das famílias produtoras do sul do Brasil, tem suas origens na região do Trento, no nordeste da Itália, sendo mencionada pela primeira vez em 1480.
Acredita-se que o nome Teroldego vem de um lugar perto da comuna de Mezzolombardo, ao norte da cidade de Trento, chamado Alle Teroldege, onde os vinhedos eram mencionados já no século 15.
Com base em sinônimos como Tiroldigo, o nome da variedade também poderia derivar de Tiroler Gold, ou seja, “ouro de Tirol”, um termo teoricamente usado na corte de Viena para descrever os vinhos do Trentino.
Teroldego, conheça essa casta italiana que está ressurgindo no Brasil
Estudos de DNA mostram que a casta Dureza, mãe da Syrah, é irmã da Teroldego e que ambas são netas da Pinot Noir. Teroldego é, portanto, uma tia da Syrah.
O DNA também revelou que a Teroldego cruzou pelo menos duas vezes com uma mesma variedade desconhecida e provavelmente extinta para gerar a Marzemino e a Lagrein, variedades comuns no Trento.
Desde 1971, em Trentino-Alto Adige, a Teroldego tem sua própria denominação de origem chamada Teroldego Rotaliano, lá são produzidos tintos e rosés.
Elaborado exclusivamente a partir de Teroldego, sem passagem por madeira, este vinho mostra notas terrosas e de ervas secas envolvendo sua fruta lembrando ameixas, tudo sustentado por gostosa acidez e taninos firmes e granulados. Pede a companhia de carnes vermelhas ensopadas.
Fundada em 1901, está conceituada vinícola familiar possui 26 hectares de vinhedos totalmente cultivados sobre os preceitos da biodinâmica desde 2002. Elaborado somente em anos excepcionais, esse tinto é feito exclusivamente a partir de uvas Teroldego, com estágio de 18 meses em carvalho.
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