Ao descobrir as dicas, saberá qual é o tipo de vinho que faz a sua cabeça
Marcel Miwa Publicado em 08/01/2022, às 06h00
O que diferencia os vinhos entre si? A cor, o aroma, o gosto? São incontáveis diferenças que dizem quem é quem no mundo dos vinhos.
Ou seja, se você costumava fazer distinção apenas entre tintos, brancos, espumantes, rosés e doces, prepara-se para conhecer um mundo mais complexo e ainda mais envolvente.
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Divide-se em três grandes grupos: leves, médios e encorpados
Brancos leves – Têm a acidez como principal característica, é ela que traz o frescor típico deste estilo. Os aromas de frutas cítricas e o baixo teor alcoólico completam o pacote. São ótimos para acompanhar aperitivos ou pratos frios como saladas e frutos do mar.
Bons exemplos:
Brancos médios – Podem passar por breve contato com o carvalho o que acaba contribuindo para a maior complexidade aromática e a estrutura de forma geral.
Bons exemplos:
Brancos encorpados – Costumam ser mais complexos, com boa presença de carvalho e boa untuosidade, ficam até com um maravilhoso aspecto amanteigado. São vinhos que merecem a companhia de peixes e frutos do mar mais carnudos e preparações mais substanciosas. Também acompanham bem massas com molho branco.
Bons exemplos:
Há apenas dois grupos: os leves e os encorpados
Rosés leves – Têm coloração que varia de cereja claro a salmão. São vinhos refrescantes e versáteis, que podem ser servidos sozinhos ou acompanhando uma grande variedade de pratos de verão.
Bons exemplos:
Este é um vinho composto de Grenache, Cinsault, Rolle, Tibouren e Syrah, todas provenientes de vinhedos Cru Classé na região de Côtes de Provence. Um grande vinho, que mostra fruta branca e vermelha de qualidade, bem equilibrada por pulsante acidez e textura tensa e firme, tudo adornado por notas salinas, florais e de ervas frescas. Tem final persistente e cativante, pedindo uma segunda taça.
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Rosés encorpados – Apresentam cores intensas, maior peso e teor alcoólico. Estes vinhos combinam com carnes brancas, vegetais grelhados ou cozidos e ervas aromáticas.
Bons exemplos:
Produzido 100% com Garnacha é um vinho mais estruturado e extremamente gastronômico. A companhia ideal são pratos que também tragam potência e frescor como polvo grelhado.
Como os brancos, são divididos em leves, médio e encorpados
Tintos leves – Costumam ter aromas frutados, pouca ou nenhuma madeira e a acidez tende a ser mais presente, enquanto os taninos são discretos. São versáteis à mesa, acompanhando bem frios, queijos não curados e carnes leves como a vitela.
Bons exemplos:
Um vinho com belo equilíbrio e vibração, com taninos de qualidade e um tempero lácteo. Traz a excelência e a tipicidade dos vinhedos de Quebrada Seca e San Julián.
Tintos médios – Apresentam muitas opções. E não se engane: apesar da estrutura semelhante, cada vinho traz características próprias. Contam normalmente com passagem breve por carvalho, que, além dos aromas, também traz taninos mais presentes. Por não serem muito robustos, conseguem harmonizar com diversos pratos, principalmente carnes vermelhas, cogumelos e massas com molhos vermelhos.
Bons exemplos:
Este é um Cabernet Sauvignon no estilo velha escola, menos intenso e mais sutil. Gastronômico e gostoso de beber, pede a companhia de carnes grelhadas ao molho de ervas.
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Tintos encorpados – Aqui, encontramos vinhos com boa dose de madeira, grande potencial de envelhecimento e taninos mais presentes e aveludados. São vinhos que pedem pratos mais substanciosos, ricos em proteínas e gorduras. Nesta categoria temos muitos dos grandes vinhos do mundo.
Bons exemplos:
Este é um 85% Cabernet Sauvignon com 15% Malbec e 18 meses em barricas de carvalho francês sendo que parte delas é produzida no icônico Château Lafite Rothschild. Um dos vinhos mais elegantes produzidos na Argentina com um estilo bem Bordalês.
A melhor forma de segmentá-los é de acordo com o tipo de fermentação
Asti – O gás existente nestes vinhos é resultado direto da fermentação das uvas. São vinhos simples, frescos e aromáticos.
Bons exemplos:
Elaborado com as Moscato Bianco e Moscato Gialo, é um espumante que traz notas florais e de ervas. Tem final cativante, com toques salinos e de limão siciliano que pedem mais um gole.
Charmat – Ao contrário do Asti ocorrem duas fermentações, ambas em tanques de aço inox. A primeira – chamada de fermentação alcóolica – é responsável por criar o vinho em si, a segunda – fermentação carbônica – forma as bolinhas características. O resultado é um espumante mais complexo e com mais estrutura em relação à categoria Asti, cheio de fruta e leveza.
Bons exemplos:
Elaborado com a uva Glera, a casta do Prosecco, é um espumante que traz um azedinho agradável, classe e bastante equilíbrio. Versátil pode contrastar muito bem pratos quentes intensos ou ser servido com entradas delicadas com peixes e ovas.
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Tradicional ou Champenoise – Criado em Champagne e responsável por estes grandes vinhos. O processo é parecido com o Charmat, porém a segunda fermentação é feita direto nas garrafas. Como o ambiente é muito – mas muito – menor do que os grandes tanques de aço inox, os aromas provenientes da fermentação são mais presentes. Além disso, este método é bem mais longo, com durações que chegam a anos, com isso o espumante é mais encorpado e ganha aromas como frutas secas e pão.
Bons exemplos:
Este é um espumante feito pelo método tradicional com, no mínimo, 30 meses em contato com as borras e parcialmente fermentado em barricas. Impressiona pela cremosidade, profundidade e estrutura. Um espumante para sair do comum.
Aqui há vários estilos: em todos eles, o açúcar que caracteriza o vinho é residual da uva – nunca adicionado!
Late harvest, ou Colheita tardia – São vinhos produzidos a partir de uvas sobremaduras, muito ricas em açúcares. O “ponto” de colheita é muito importante, pois se não houver acidez para balancear o açúcar, o vinho pode ficar enjoativo
Vinhos desta categoria, especialmente do Novo Mundo, trazem escritos nos rótulos o termo "Colheita tardia" ou "Late Harvest".
Bon exemplos
Composto de 48% Chenin Blanc, 30% Muscat de Frontignan, 18% Grassa de Cotnari e 4% Riesling, é um vinho que traz notas florais e cítricas, principalmente casca de laranja. É ideal para finalizar uma refeição, de preferência na companhia de queijos azuis.
Botrytizados – Produzidos a partir de uvas sobremaduras que, em virtude de condições climáticas especiais (como manhãs úmidas e tardes secas e quentes) desenvolvem um fungo nos cachos de uvas. O fungo Botrytis faz micro furinhos na casca da uva, evaporando parte da água e concentrando os açúcares nas uvas com um detalhe, mantendo a acidez e desenvolvendo aromas únicos.
Bons exemplos:
Este clássico é feito 80% de Sauvignon Blanc e 20% de Sémillon, todas atingidas pela Podridão Nobre e que passam 42 meses em barricas novas de carvalho francês. Um ícone. Incrivelmente concentrado, mas com equilíbrio entre acidez e doçura na mesma proporção. Memorável, justifica a fama de ser considerado por muitos a melhor safra produzida desde a lendária 1937.
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Vinhos fortificados – São os exemplares cuja fermentação foi interrompida antes de seu término pela adição de aguardente vínica. Com a elevação do teor alcoólico, as leveduras param de agir, deixando doçura no vinho.
Bons exemplos
O Tawny Graham's 20 Years Old é, sem dúvida, um dos vinhos mais elegantes entre os Portos. Possui um clássico bouquet de nozes e um final longo e prazeroso. Um Porto de grande classe e requinte.
Passificados – São produzidos a partir de uvas maduras que, após colhidas, foram colocadas para secar, como forma a concentrar seus açúcares. A diferença para o Colheita tardia está aí, enquanto os também chamados Late Harvest são sobrepassados no vinhedo, aqui as uvas são colhidas e passificadas depois.
Este método é especialmente utilizado em vinhos italianos conhecidos como Passito.
Bons exemplos
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