Escola do vinho

10 erros comuns para evitar no mundo do vinho

Da escolha do vinho a movimentos, digamos, estranhos, como sacudir a garrafa de espumante

por André De Fraia

Siga esse guia e acerte na hora de degustar seu vinho

1 – Comprar sempre o mesmo vinho

“Experimentei um vinho e me apaixonei, só compro ele”

Quando estamos iniciando em algo novo é normal termos preferência por ficar em segurança e assim optarmos pelo que conhecemos.

Porém no mundo do vinho a perda é enorme.

A variedade de estilos de vinhos é muito grande e mesmo um vinho produzido lado a lado pode ser completamente diferente – veja os casos de Bordeaux e suas margens e os vinhedos da Borgonha por exemplo.

Se permita experimentar. Sim, você vai errar. Mas o mundo que poderá descobrir com os diferentes vinhos valerá a pena.

Sim, você irá errar em algumas escolhas, mas se permita experimentar

Sem falar que há diferentes ocasiões para os mais variados estilos de vinho e a experiência é maravilhosa.

Para facilitar sua vida três dicas:

  1. A sessão ADEGA indica traz toda semana novos vinhos para todos os gostos e bolsos
  2. Ou ainda você pode clicar aqui e conferir os mais bem pontuados vinhos das melhores importadoras do país no Adega Online
  3. Para finalizar se não sabe qual vinho escolher nós temos a solução, o Clube Adega é uma curadoria de vinhos do mundo todo feita por ADEGA para você receber direto na sua casa

2 – Vinho bom não tem tampa de rosca

Nos últimos anos a screw cap, famosa tampa de rosca, ganhou espaço nas prateleiras e adegas dos enófilos. Mas muitos ainda têm um preconceito com a vedação que seria sinônimo de vinhos de baixa qualidade.

Não poderiam estar mais errados.

Estudos mostram que a vedação com a tampa de rosca possui as mesmas qualidades da rolha por um preço reduzido. Principalmente quando estamos falando de produções em locais como a Nova Zelândia e a Austrália, distantes do centro de produção de cortiça no mundo, Portugal.

Apesar de haver um movimento a favor das rolhas – mais naturais e menos poluentes do que a tampa de rosca – a qualidade dos vinhos vedados com elas está acima de qualquer suspeita.

E há ainda uma vantagem “logística”, os vinhos com tampa de rosca podem ser armazenados em qualquer posição, afinal a posição deitada é necessária para deixar a rolha úmida e evitar que ela rache e permita a passagem de ar, sem a rolha não há esse risco.

3 – Pelo-amor-de-Deus... Há quem sacuda o espumante!

A cena ficou clássica no pódio de eventos como a Fórmula 1.

Na Fórmula 1 pode, em casa é melhor não

Chacoalha a garrafa de espumante e estoura a rolha, banhando a todos em volta.

Ninguém nega que é uma delícia fazer isso, porém essa ação – além de desperdiçar uma quantidade significativa da bebida – mexe com o equilíbrio do espumante, afinal o gás, também chamado de perlage, é parte importante quando degustamos uma bebida desse estilo.

O ideal para aproveitar o espumante em sua plenitude é abrir o vinho com o maior cuidado, evitando a perda de gás e preservando a bebida como ela foi constituída.

Não parece tão divertido, mas garantimos que a experiência será incrível.

4 – Decantar vinho que não seja tinto

Esse é um assunto que rende, mas algumas regras são unânimes.

Vinhos rosés, espumantes e a gigantesca maioria dos brancos não se deve decantar.

A decantação tem como principais objetivos separar eventuais partes sólidas – vinhos mais velhos ou com muita carga tânica costumam criar algumas partículas que não atrapalham a degustação, mas que muitos preferem separar – e aerar o vinho. Essa segunda função visa “abrir” mais a bebida e aflorar alguns aromas que estão escondidos.

No caso de rosés, espumantes e a maior parte dos brancos o vinho já é bastante leve e a decantação pode fazer com que essa delicadeza suma com o contato excessivo com oxigênio e o vinho “morra”.

Para não ter erro aqui, ADEGA preparou um guia para que você acerta na decantação.  

5 – Servir o vinho na temperatura ambiente

Cada estilo de vinho tem a sua temperatura correta para que ele seja apreciado em sua plenitude e a variação entre elas é grande.

Enquanto um vinho fortificado como um Porto deve ser degustado em temperaturas entre 18° e 20°, um espumante tem que estar na casa do 5°. Assim mesmo que você esteja em um local onde a temperatura constante o ano todo é de 20° (o que não existe) você só poderia tomar os fortificados.

Então não, os vinhos não devem ser degustados a temperatura ambiente.

ADEGA preparou um guia completo das temperaturas corretas e como chegar nelas mesmo sem adega!

6 – Não utilizar taças é uma descontração que não cai bem

Muita gente quando está iniciando acredita que as taças são frescuras e que um copo resolve o problema. Não é bem assim.

Taças fazem a diferença na degustação de um bom vinho

O copo substitui a taça em apenas levar o vinho até a boca, porém em outras questões ele deixa a desejar. Afinal, a taça é muito além disso, ela concentra aromas, leva o líquido até parte da língua que fará mais sentido para aquele vinho e até ajuda a manter a temperatura da bebida.

Mas qual a taça que devo escolher? Não se preocupe, ADEGA tem um guia completo sobre o assunto.

7 - Encher a taça até a boca

As taças foram feitas muito mais do que apenas levar o vinho até a boca. E uma das principais funções dela é concentrar os aromas para que possamos apreciar o vinho como um todo.

Para que essa etapa funcione bem o ideal é deixarmos espaço para o oxigênio agir – sim, ele pode matar seu vinho, mas também é essencial para aflorar os aromas – e para que o vinho possa mostrar tudo o que ele tem!

Há motivos para não se encher a taça até a boca

Assim, a dica é colocar até vinho até que atinja cerca de 30% da taça, permitindo que possamos girar o vinho e sentir todos os aromas.

Outro detalhe é que muito vinho esquentará e você perderá a temperatura ideal de degustação.

8 – Eleger uma sequência equivocada de vinhos

Se estiver em uma noite de degustações e irá abrir mais de uma garrafa é importante prestar atenção na sequência dos vinhos.

Um vinho muito pesado – como um Porto por exemplo – se for degustado antes da hora pode atrapalhar os demais.

A sequência dos vinhos importa

A dica aqui é partir do mais leve para o mais encorpado e para isso é interessante levar em conta três variáveis:

  • Açúcar- quando mais doce o vinho mais corpo ele terá
  • Carga tânica – quanto mais taninos mais corpo, assim vinhos tintos devem vir depois de vinhos brancos, que não possuem taninos, e rosés que possuem carga tânica leve.
  • Álcool – quanto maior a quantidade de álcool mais corpo terá o vinho.

Com isso já podemos ver que um Vinho do Porto deve fechar a refeição, afinal estamos falando de um vinho que costuma ter 25 vezes mais açúcar que um vinho seco, uma carga tânica boa (quando estamos falando dos tintos) e álcool que passa da casa dos 20%.

Assim o ideal é abrir com espumantes, depois ir para brancos, rosés, tintos e vinhos de sobremesa.

Claro que há exceções, mas são a minoria dos casos.

9 – Harmonização sem pé nem cabeça

Pode parecer um absurdo, mas a comida pode afetar sim o vinho que estamos degustando e vice-versa.

A harmonização é uma das partes que podem causar problema na degustação de um vinho

Mas para isso ADEGA preparou um guia com as regras de ouro para não errar na hora do jantar.

Além disso temos uma sessão com dicas incríveis de pratos e vinhos que vão fazer suas refeições se tornaram verdadeiros banquetes!

10 – Comprar vinho baseado no fundo da garrafa

Há uma lenda que diz que os melhores vinhos estão em garrafas com o fundo mais abaulado.

A cena é comum em mercados e adegas: pessoas pegando as garrafas e colocando o dedo para sentir o quão “bom” é aquele vinho.

Fake News! O fundo da garrafa nada tem a ver com a qualidade do vinho. O fato é que garrafas com a cavidade mais abaulada traz uma maior resistência a impactos e – como são mais caras – costumam ser as preferidas de vinhos de alta gama, afinal, os reais a mais gastos na garrafa farão pouca diferença no preço final do vinho.

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