Gamay é a uva que faz o famoso Beaujolais Nouveau, vinho que vem ganhando cada vez mais espaço e apreciadores
Arnaldo Grizzo Publicado em 18/10/2023, às 08h00
No século XIV, um decreto da Borgonha deixou a variedade Gamay marcada com uma uva a ser evitada.
Para ser mais preciso, no dia 31 de julho de 1395, o duque da Borgonha escreveu que a Gamay era uma uva “muito ruim e muito desonesta” e mandou que todos que tivessem vinhas as extirpassem em no máximo cinco meses.
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Assim a variedade caiu em desgraça, mas não foi extinta. Ela ficou relegada à região de Beaujolais, na França, e se tornou a uva símbolo de lá e hoje vem ganhando espaço em outras partes e abandonando sua antiga fama.
O nome Gamay variou de Gaamez, para Gamey, para Gamé e até finalmente chegar a Gamay, que curiosamente é o nome de uma vila perto de Saint-Aubin. Não se sabe, porém, se a vila variou seu nome ao longo da história.
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Estudos genéticos mostram que a Gamay é uma descendente natural das variedades Pinot e Gouais Blanc e teria nascido no século XIV em algum lugar da Borgonha, onde seus pais eram cultivados.
Gamay é uma variedade precoce que tende a dar grandes rendimentos, especialmente em climas mais quentes. Seu principal destaque ocorre na região de Beaujolais, onde dá vida aos tintos locais e também aos famosos Beaujolais Nouveau.
A Gamay tende a dar vinhos bastante frutados e de corpo leve, especialmente quando feitos com o método de maceração carbônica (dos Beaujolais Nouveau), mas também podem apresentar mais estrutura como nos ótimos Crus de Beaujolais.
Confira aqui uma lista com os vinhos de Gamay degustados pela Revista ADEGA: