Na galeria dos grandes ex-jogadores de rugby, Gérard Bertrand conquista também o mundo dos vinhos
Silvia Mascella Rosa Publicado em 15/04/2022, às 10h00
O nome está no rótulo: "Gérard Bertrand". E o nome também está na galeria dos grandes ex-jogadores de rugby da França, onde Gérard atuou até 1994.
O gosto por desafios seguiu em sua vida quando Gérard herdou os negócios do vinho de seu pai, Georges (com o qual trabalhou com por mais de uma década), quando ele morreu em 1987. Os valores ganhos no campo, de performance e excelência, foram transferidos ao mundo do vinho para a criação de uma empresa própria (em 1992).
Aos poucos Gérard Bertrand foi adquirindo propriedades no sul da França, especialmente no Languedoc-Roussillon, e transformando seus vinhedos para a biodinâmica.
Atualmente a empresa tem onze propriedades e trabalha com linhas de vinhos tradicionais, orgânicos, biodinâmicos, veganos e alguns sem sulfitos, com todas as certificações desses estilos. Com tantos vinhos para escolher, como estamos na semana da Páscoa, resolvemos trazer para vocês a avaliação de nosso editor Eduardo Milan sobre o Banyuls de Gérard Bertrand, um estilo de vinho doce que é reputado por muitos como sendo a melhor harmonização com chocolate.
Banyuls-sur-Mer é uma denominação do sul da França que, como diz o nome, fica bem ao lado do mar. A descrição do vinicultor já dá uma ideia do que é essa zona: "Entre o mar, a montanha, o sol e o vento, as uvas da região são expostas à generosidade do clima, produzindo vinhos expressivos, ricos, poderosos, elegantes e que carregam o calor do sol e a rusticidade do solo de xisto".
Nosso editor, que degustou o vinho no mês passado, deu 91 pontos para esse vinho tinto fortificado feito com as uvas emblemáticas da região, as Grenache Noir e Gris.
Os Banyuls pertencem à categoria dos "vinhos doces naturais" e fortificados. O sistema, nessa denominação é o mutage, um método semelhante ao utilizado no Vinho do Porto onde a fermentação é interrompida pela adição de álcool ao mosto, enquanto ainda há muito açúcar nas uvas que estão fermentando. Os vinhos costumam ser armazenados em grandes barris de carvalho para o amadurecimento.
No caso do exemplar que foi degustado, parte do vinho foi para as barricas e outra parte ficou em tanques, para preservar os aromas frutados. Eduardo analisou precisamente isso: "Cheio de frutas negras maduras e em compota, seguidas de notas terrosas e de especiarias doces, com sua acidez vibrante e seus taninos firmes e granulados trazendo equilíbrio ao conjunto", escreveu ele.