Difícil de produzir, surpreendente em muitas garrafas, descubra qual o melhor vinho da uva mais rebelde, a Pinot Noir
Sílvia Mascella Publicado em 13/06/2024, às 08h00
A Chardonnay é conhecida como a ‘rainha das uvas brancas’, a Cabernet Sauvignon é a ‘rainha das uvas tintas’ e quem seria, nesses apelidos carinhosos, a Pinot Noir, responsável por alguns dos vinhos mais caros da França e do mundo? Ela seria ‘a rebelde’, precisamente por seu comportamento errático, seu potencial para a grandeza e sua habilidade de desconsertar quem tenta domá-la. É aquela aluna promissora, na qual os professores vêem as habilidades e também os desafios.
Preparar uma lista com os melhores vinhos feitos com a uva Pinot Noir é sempre olhar para uma coleção de sucessos, mas que – como sempre quando se fala de grandeza – está nas mãos de poucos. Nesta lista está a França, é claro, especialmente a Borgonha como a origem da maioria dos grandes rótulos, depois o Chile, um pouco de Argentina e um pouco de Nova Zelândia e aqui e ali um ou outro rótulo de outros países. Raramente serão vinhos baratos, sem ilusões de economia para um Pinot Noir acima dos 90 pontos.
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Sua origem é tão antiga que, na Europa acreditam que ela era cultivada na França quando os invasores romanos chegaram, uns 2 mil anos atrás. Algumas pesquisas afirmam que ela pode ter se originado no Egito, no vale do Nilo, outras que sua origem seria em terras que hoje são da Alemanha, onde ela ainda é bastante plantada. Mas na França ela está há milênios, mesmo que a primeira menção oficial seja de 1375, na Borgonha.
Por ser tão antiga, cultivada e combinada milhares de vezes, a família das Pinot Noir é extensa (Pinot Blanc e Pinot Gris são como irmãs de sangue), e ela deu origem a muitas variedades importantes cultivadas até hoje, como a Chardonnay e a Muscadet, entre outras. Na Alemanha é conhecida como Spätburgunder, na Itália é Pinot Nero e na Suiça recebe o nome de Clevner.
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Delicada no manejo, é uma das uvas mais difíceis de cultivar. Mas a Borgonha parece ter aprendido como ninguém (séculos de história ajuda, é claro!). Amadurece cedo e por isso é muito susceptível às geadas de primavera. A casca fina é delicada e não guarda muita cor, o que faz com que seus vinhos nunca sejam tintos escuros. Foro do óbvio, suas características iniciais frutadas se tornam complexas e ricas conforme o vinho amadurece e envelhece, com chocolate, terroso, trufado e defumado aparecendo delicadamente. Aproveite a lista abaixo e descubra os melhores rótulos de Pinot Noir degustados por ADEGA.