Pela primeira vez desde 2018 houve uma queda na importação de vinhos pelos Estados Unidos
Silvia Mascella Publicado em 20/03/2024, às 15h00
Tradicionalmente no mundo do vinho existem três países que são referência para o comércio internacional por serem grandes consumidores, e dois deles são importantes produtores também: Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra.
Os dados do ano de 2023, analisados pelo OeMV (Observatório Espanhol do Mercado do Vinho) mostram que, pela primeira vez desde 2018 as importações de vinho pelos EUA tiveram queda em volume e em valor.
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O mercado americano é essencial para muitos países produtores (71 países exportam produtos para os EUA), por isso a queda de 14,6% no volume de compras e de 8,6% no valor, apontado pelo OeMV, pode acender um sinal de alerta para muitos produtores, uma vez que essa queda se dá após um período de crescimento estável nos últimos anos.
Por conta da pandemia de Covid-19 e das tensões comerciais com países europeus durante o governo Trump, os valores dos vinhos importados pelos EUA haviam caído já em 2020, mas a queda atual revela um mosaico mais complexo de tendências de consumo e importações. Apenas dois dos dez países que mais enviam vinhos para o mercado americano registraram crescimento em 2023: Canadá e Nova Zelândia.
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Portugal e Austrália baixaram os preços para manter a competitividade e a Itália teve o volume mais baixo de vendas desde 2016. Chile e Argentina tiveram queda pronunciada em volume , 45% e 43% respectivamente. Já em termos de valores, embora com perdas, França e Itália ainda respondem por 69% dos valores de compras dos americanos. A França tem o preço médio mais elevado, seguida pela Itália, Nova Zelândia e Espanha. Canadá, Austrália e Chile estão no extremo oposto, com os valores médios mais baixos.
O vinho engarrafado seguiu liderando as importações em volume (com queda de 11,4%) e em valor (com queda de 5%), mas o preço médio por litro cresceu 7,2%, ultrapassando a barreira dos 7 dólares. Isso segue a tendência de compra de vinhos premium observada em outros mercados. Espumantes e vinhos a granel perderam 18% do volume de vendas embora os espumantes ainda sejam o segundo tipo mais vendido em termos de valor no mercado americano.