Sanções aos vinhos australianos estarão na pauta da visita do ministro do Exterior da China
por Silvia Mascella
Os governos da Austrália e da Nova Zelândia anunciaram ontem (5a feira) que o Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, fará uma visita oficial aos dois países na semana que vem. O primeiro ministro australiano Anthony Albanese declarou, numa entrevista coletiva, que vê com bons olhos a chegada do representante chinês: "É muito bom que ele esteja vindo nos visitar. É muito bom que possamos abrir o diálogo".
A Austrália vem sofrendo sanções da China desde 2020 e essas restrições impactaram duramente a indústria do vinho, cujo principal destino das exportações era o país asiático. As negociações para a remoção das sanções vinham se arrastando, mas tomaram corpo (com uma virada positiva) no final do ano passado e no começo deste ano, deixando alguns produtores otimistas em meio à crise.
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Segundo informações da Reuters, a Treasury Wine Estates, uma das grandes vinícolas da Austrália, recebeu na última terça-feira uma proposta do Ministério do Comércio da China no sentido de remover algumas das tarifas impostas pelo país há mais de 3 anos. Os representantes da empresa encararam essa proposta como um sinal de que as sanções devem terminar em breve.
Enquanto isso, produtores de vinho da Austrália estão formando um grupo de trabalho que irá se reunir com os ministros da Agricultura e do Estado da Austrália, além de representantes da Commonwealth para discutir os desafios que a indústria do vinho está passando no país.
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ADEGA noticiou aqui (leia acima) que muitos produtores de uva chegaram ao ponto de arrancar milhares de vinhedos, pois o preço pago pela uvas ficou abaixo do custo para produzí-las e estão investindo em outros cultivares para não perderem mais dinheiro.
O grupo de trabalho que vai se reunir com o governo (até o final do mês de abril), segundo informações do "WBM- Wine Business Magazine" da Austrália, vai falar sobre os estoques lotados de Shiraz e Cabernet Sauvignon (que já afeta até regiões renomadas como Barossa e McLaren Valley), os custos de produção, as alternativas para alavancar o enoturismo e as propostas gerais para auxiliar os vitivinicultores.