Ministro da Agricultura da Itália destaca importância do mercado americano para o setor e acredita em solução política
por Redação
Em meio à ameaça de uma tarifa de 200% sobre vinhos europeus pelos Estados Unidos, o governo italiano afirmou não estar “aterrorizado” e aposta na diplomacia para evitar impactos no setor vitivinícola, responsável por mais de 1% do PIB do país e com quase um quarto das exportações voltadas ao mercado americano. Uma decisão da Casa Branca é esperada para 2 de abril.
A declaração foi feita pelo ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida, durante a apresentação da edição 2025 da Vinitaly, uma das principais feiras de vinho do país. Segungo ele, qualquer encargo adicional torna as condições mais difíceis para as exportações de vinho, mas a Itália não está aterrorizada.
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Lollobrigida ressaltou que os Estados Unidos são um parceiro comercial “indispensável e insubstituível”, e reforçou a esperança de que “a diplomacia prevaleça nas negociações com um aliado estratégico”.
As tensões comerciais se agravaram após a União Europeia sinalizar a intenção de taxar produtos americanos como o uísque, em resposta às tarifas de 25% sobre aço e alumínio impostas por Donald Trump. Como reação, o ex-presidente norte-americano ameaçou impor tarifas pesadas sobre vinhos e destilados europeus.
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Segundo a ISTAT, as exportações de vinho da Itália cresceram 5% em 2024, superando €8 bilhões, com os EUA como principal destino fora da Europa. A associação Federvini já aponta uma desaceleração nas vendas para o mercado americano devido à instabilidade.
“Não é possível prever o impacto exato, já que nada foi oficializado”, afirmou Matteo Zoppas, presidente da agência de comércio italiana ICE.