Enoturismo 4.0

Enoturismo é fonte de renda, fidelização e preservação cultural e natural

Livro italiano mostra retrato do enoturismo e dá idéias para fidelização de clientes, aumento de renda e preservação

Livro sobre Enoturismo na era digital foi lançado no Senado Italiano - (c) EFA News
Livro sobre Enoturismo na era digital foi lançado no Senado Italiano - (c) EFA News

por Silvia Mascella

Foi lançado, no último dia 6 de março em Roma o livro "Enoturismo 4.0-Osservatorio Enoturismo: Evoluzione del digitale" (Enoturismo 4.0-Observatório Enoturismo: Evolução do Digital) de Dario Stefàno e Donatella Cinelli Colombini com a contribuição dos grupos: Le Donne del Vino, Movimento Turismo del Vino, Città del Vino e Nomisma Wine Monitor.

A obra, mesmo sendo escrita com base em dados italianos, é um instrumento eficaz para o marketing de uma atividade que só cresce no mundo todo, e que se mostra como uma importante aliada para a fidelização de clientes, para arrebatar novos consumidores, para o desenvolvimento de regiões e para a preservação do patrimônio cultural e até natural de vários países.

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O enoturismo está interligado a outras vertentes turísticas classificadas modernamente, como o turismo gastronômico, o religioso, o artístico e até o ecológico. A Ministra do Turismo da Itália, Daniela Santanché, presente ao lançamento salientou que o enoturismo é também uma forma de descentralização das atividades turísticas: "Muitas vinícolas estão localizadas em lugares menos conhecidos e permitem a construção de percursos diferentes e o crescimento de novas atividades no local e em todo o entorno".

Os números italianos divulgados pelo estudo da Nomisma Wine Monitor, que apoiou o livro, são significativos: 15 milhões de pessoas por ano visitam a Itália para fazer enoturismo. Isso já representa 7% do faturamento das vinícolas. Entre as 265 empresas consultadas para a obra, de 145 comunas (pequenas regiões), 39% delas são vinícolas onde o receptivo aos visitantes ainda é feito pela própria família, 14% das vinícolas possuem relevância também histórica, arquitetônica ou artística, 12% são marcas famosas ou locais históricos reconhecidos e 11% são cantinas relevantes pela sua paisagem natural ou paisagismo.

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Na França os números são mais antigos, mas oficialmente mais de 10 milhões de pessoas vistam o país para fazer enoturismo, segundo o CNIV-Comitê Nacional Interprofissional do Vinho), e esse público é quase que dividido igualmente entre europeus e americanos/asiáticos. As regiões mais visitadas são, naturalmente, as mais conhecidas, com Champagne em primeiro lugar, Bordeaux em segundo e Alsácia e Borgonha praticamente empatadas em terceiro lugar.

Passeio entre vinhedos
Enoturismo de bicicleta entre os vinhedos na região de Jura, na França

Mas além de melhorar estradas para facilitar o acesso às vinícolas, oferecer refeições ou ter uma equipe bilíngue, o livro se debruça sobre questões típicas do novo milênio: a presença nos meios digitais. Uma das autoras, Donatella Cinelli Colombini, ressalta que é sim necessário abrir aos finais de semana (fato que parece óbvio mas ainda é um desafio nas cantinas menores), mas que os proprietários precisam estar atentos aos clubes de vinhos e de vantagens, às redes sociais que ampliam a base de usuários, ao comércio eletrônico e às ações nas redes com utilização das melhores tecnologias, uma vez que os seguidores podem vir a representar a principal base de compradores e de divulgadores de informações e promoções.

O livro - Enoturismo 4.0-Osservatorio Enoturismo: Evoluzione del digitale - foi editado pela Agra Editrice, tem 211 páginas e custa, na Europa, 25 euros.

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