Estudo utilizou fragmentos de cerâmica do Primeiro Templo da Cidade de Davi que datam da destruição da Babilônia
André De Fraia Publicado em 30/03/2022, às 16h00
O Departamento de Arqueologia e Culturas Antigas do Oriente Próximo da Universidade de Tel Aviv em Israel publicou um estudo que mostra que a elite da cidade no século 6 a.C. misturava baunilha em seus vinhos.
Para chegar a tal conclusão, a doutoranda Ayala Amir fez uma análise química de cacos de cerâmica provenientes de escavações no Parque Nacional da Cidade de David, local onde foi edificado o Primeiro Templo da Cidade de Davi, destruído pelos babilônios no ano de 586 a.C.
“Não tínhamos ideia do que encontraríamos”, diz Amir ao jornal israelita The Times of Israel. “Era um enigma”, completou a pesquisadora. Após passar pelo procedimento químico, Amir foi presenteada com uma série de moléculas, algumas indicando vinho, outras azeite e três moléculas não esperadas que são encontradas na baunilha, incluindo a vanilina.
“Os marcadores de baunilha são um achado incomum, especialmente à luz do incêndio que ocorreu nos prédios onde os frascos foram encontrados. Os resultados da análise dos resíduos orgânicos permitem-me dizer com segurança que os frascos continham vinho e que foi temperado com baunilha”, disse Amir.
O contexto arqueológico na cidade de David também indica o uso da baunilha restrito a elite da época, disse a pesquisadora. Mais de 15 grandes ânforas foram descobertas em uma adega desenterrada no local. As escavações continuam e mais cacos de argila devem ser desenterrados para análise química e novas descobertas sobre o gosto dos enófilos de 2500 anos atrás devem ser feitas.
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