Direto de Montefalco ela produz um vinho bastante singular
Redação Publicado em 22/08/2021, às 14h00
Montefalco, no centro da Itália
Na Úmbria, quase que literalmente no meio da Itália, há um lugar, uma pequena comuna chamada Montefalco, que produz um vinho singular de uma uva também única, a Sagrantino. Vale a pena conhecer detalhes dessa uva e desse território que dá origem a uma denominação italiana histórica e bastante cultuada.
As primeiras citações da Sagrantino são do século XIX, como uma uva autóctone de Montefalco, comuna entre Perugia e Spoleto, na Úmbria. Mas dizem que a Sagrantino teria vindo da Grécia por meio de monges bizantinos na Idade Média ou ainda vindo da Ásia, trazida pelos franciscanos.
Alguns também acreditam que a variedade Itriola, mencionada por Plínio, o Velho, em seus escritos, pode corresponder atualmente à Sagrantino.
De acordo com a ideia de que monges foram os primeiros a plantarem a casta, acredita-se que seu nome derive do italiano sacro, que significa “sagrado”, ou sagrestia, que significa “sacristia”.
Sagrantino é famosa pela potência dos seus taninos
Sagrantino é uma variedade muito tânica e de amadurecimento tardio. Apesar de antigamente ser usada para produzir vinhos doces, hoje está focada em vinhos secos.
A variedade estava quase extinta na década de 1960, mas foi resgatada por Marco Caprai e outros produtores locais. Alcançou o status de DOC em 1979 e foi promovida a DOCG em 1992.
A variedade está intimamente ligada à Montefalco, com produção muito localizada. Alguns produtores a utilizam na Toscana e na Sicília.
Fora da Itália, há cultivo diminuto na Califórnia e Austrália.
Arnaldo Capri e seu filho Marco possuem 90 hectares de vinhedos e são grandes defensores da uva Sagrantino na região de Montefalco.
Este é um dos produtores mais tradicionais da região de Montefalco. O vinho é desafiador para se degustar quando jovem devido aos seus taninos e o tempo de guarda passa dos doze anos.
Receba as notícias da ADEGA diretamente no Telegram clicando aqui