ADEGA selecionou 100 vinhos que valem a pena serem guardados por mais 100 edições
por Por Eduardo Milan
Durante nossas 99 edições anteriores, indicamos e degustamos milhares de vinhos, tanto para as nossas matérias quanto para a seção Cave. Fizemos, através de nossas degustações, os mais variados rankings, indicamos uma infinidade de ícones e de rótulos dos mais variados estilos. Enfim, tudo na intenção de orientar você, leitor, a beber melhor e desfrutar ainda mais dessa bebida apaixonante que é o vinho.
Por isso, não poderíamos deixar essa centésima edição passar em branco. Depois de muitas conversas, ideias e sugestões de como deveríamos indicar mais vinhos sem sermos repetitivos ou redundantes – afinal de contas, o nosso último top 100 saiu há apenas duas edições – resolvemos apontar 100 vinhos que valerão a espera de, pelo menos, mais 100 edições para serem abertos. Vinhos excepcionais, que podem ser bebidos a qualquer momento, mas que estarão ainda melhores na edição 200, assim como ADEGA certamente estará.
Nesta seleção, buscamos contemplar vinhos de vários países, incluindo ícones reconhecidamente de longa guarda, mas também vinhos que têm essa capacidade de envelhecimento, que de alguma forma ainda é posta a teste, seja por crenças do próprio consumidor – como a de que vinhos argentinos ou chilenos não envelhecem bem – ou pelo próprio fato de serem vinhos relativamente novos como um todo – vinhedos novos, produtores novos –, e que ainda têm muito a demonstrar.
Que nossas sugestões lhe convidem a conhecer, reconhecer e explorar como esses ótimos vinhos podem ficar ainda melhores se guardados por mais 100 edições. O melhor jeito de fazer isso é testando e experimentando.
Bom proveito e até a edição 200.
A história de Egon Müller remonta a 1797
Uma verdadeira essência. Assim pode-se definir os vinhos do mais famoso produtor da Alemanha, Egon Müller-Scharzhof. Seus Riesling, do histórico vinhedo Scharzhofberg, são obras-primas da natureza. O Trockenbeerenauslese, feito somente em anos excepcionais, possui uma concentração fora do comum, tamanha sua concentração de açúcar residual. Um vinho de meditação.
Um dos melhores representantes da Malbec, este tinto, muito consistente em todas as safras, parece ter atingindo seu ápice nesse ano de 2011. De vinhedos plantados em 1925 às margens do rio Tunuyán, é um vinho denso, suculento, cheio de frescor e profundidade, com tudo no lugar mesmo ainda tão jovem.
Os vinhedos da Terrazas de los Andes que, junto com o Cheval Blanc, produz o Cheval des Andes
Catena é o mais famoso nome do vinho argentino, responsável pelo sucesso do Malbec no mundo
Famosa por seus vinhos e uma das vinícolas responsáveis por difundir a Malbec pelo mundo, a Catena comprova com este tinto a capacidade dessa uva de fazer vinhos grandiosos. Um tinto cheio de frutas vermelhas mais frescas que, acima de tudo, tem capacidade de retratar o lugar de onde vem, de um vinhedo de Gualtallary plantado em 1996.
Fruto da união entre o renomado Château Cheval Blanc de Saint-Émilion com a vinícola Terrazas de Los Andes, este tinto é, sem dúvida, um dos melhores produzidos na Argentina atualmente e, apesar de poder ser bebido quando lançado, beneficia-se claramente de uma guarda mais longa, quando mostra toda a sua finesse e elegância.
O.Fournier é o ícone dessa linda vinícola argentina e só é lançado em anos considerados excepcionais, podendo mudar a sua composição. A versão 2006 mostra fruta exuberante emoldurada por taninos de ótima textura e um equilíbrio surpreendente.
Lançado apenas em anos especiais, a sua safra de 1977 fez história e até hoje as garrafas que restam à venda são muito disputadas pelos apaixonados do estilo mais clássico dos vinhos da casa, que aliam fruta com notas animais, de couro e de especiarias. Essa safra de 1994, última da linha Estrella, tem tudo para ficar na história também
Este tinto foi produzido pela primeira vez em 2008 e marca a consolidação dessa vinícola na produção de vinhos que retratam uma expressão de lugar, nesse caso um vinhedo plantado em 1917, na zona de El Peral.
O enólogo Roman Bratasiuk, da Clarendon Hills, busca a melhor expressão de seus vinhedos e variedades
Vinícola adepta da viticultura tradicional com mínima intervenção e somente com utilização de leveduras indígenas durante a fermentação. Seus vinhos são sempre varietais e vêm de vinhedos pé-franco, quase sempre de vinhas velhas. Seus tintos têm extrema consistência de qualidade, esbanjando, via de regra, concentração e intensidade de fruta.
Nome do vinho, Amon-Ra, é em referência ao deus supremo dos egípcios
O célebre enólogo Ben Glaetzer é o responsável por elaborar vinhos que retratam o melhor que a região de Barossa pode produzir, como este tinto cheio de frutas negras maduras, notas de especiarias e com ótima textura e profundidade. Um vinho que safra após safra vem mostrando muita consistência e regularidade.
A vinícola foi fundada em 1959 e é considerada por muitos uma das melhores de Clare Valley. Este tinto, um single vineyard Shiraz, mostra exuberantes notas de ameixas, cerejas e especiarias doces, além de ser extremamente longevo.
Penfolds foi fundada em 1844. Mais de um século depois, em 1951, o enólogo Max Schubert produziu o primeiro Grange
Grange certamente é o maior ícone australiano e Penfolds, uma das vinícolas mais famosas da Austrália. A primeira safra deste vinho histórico foi elaborada em 1951. Famoso por sua grande capacidade de se manter consistente por longos anos em garrafa, este tinto é disputado por colecionadores mundo afora.
A vinícola foi fundada por David Powell em 1994 e é especializada em elaborar pequenas quantidades de vinhos de vinhedos especiais. Como é o caso do Runrig, que vem de vinhas de Shiraz de mais de 120 anos e, ano após ano, vem sendo considerado um dos melhores tintos dessa variedade na Austrália.
Alois Kracher foi um dos pioneiros na Áustria ao reconhecer o potencial do terroir local para a produção de vinhos doces excepcionais
Alois Kracher é, sem dúvida, um dos melhores produtores da Áustria, podendo seus vinhos doces rivalizarem com os melhores produzidos mundo afora. Costumam mostrar perfeito equilíbrio e balanço entre dulçor e acidez.
A região de Pinto Bandeira, onde fica a Cave Geisse, produz alguns dos melhores espumantes do Brasil e está prestes a se tornar uma Denominação de Origem
Produzido na região de Pinto Bandeira pelo enólogo chileno Mario Geisse, que está radicado no Brasil há mais de 30 anos, este é uma referência de qualidade e do potencial do Brasil em fazer espumantes de qualidade mundial. O dégorgement é feito somente depois do pedido do cliente.
As vinícolas Geisse, Miolo e Valduga são três das de maior prestígio no Brasil, produzindo alguns dos melhores vinhos no mercado
A primeira safra desse vinho foi lançada em 2008 e, na sua segunda versão de 2011, foi eleito um dos melhores vinhos do Brasil pelo Guia Adega de Vinhos do Brasil 2013/2014. Um vinho que esbanja estrutura e equilíbrio e que, com o tempo, vai ficar ainda mais elegante.
A safra 2005 no Brasil foi histórica e este 100% Merlot foi um dos melhores tintos brasileiros produzidos naquele ano. Um vinho que vem evoluindo, ganhando equilíbrio e finesse.
Almaviva nasceu para ser um ícone chileno
Sem dúvida, um dos maiores e melhores tintos chilenos. Fruto da união entre a Concha y Toro e Rothschild, é elaborado com o mesmo cuidado de um Grand Cru Classé. Muito consistente em todas as suas safras, está com certeza, entre as melhores
Famoso por ter batido vinhos franceses e italianos de renome na Cata de Berlim, este tinto vem reduzindo o uso de madeira nova safra após safra, o que beneficia sua fruta exuberante e suculenta. Um clássico que mudou para melhor.
Um dos vinhos ícones chilenos mais reconhecidos no Brasil, este tinto tem a virtude de se mostrar muito fino e ainda mais equilibrado com o passar dos anos, mostrando um outro lado, mais clássico e austero, que dificilmente mostra nos seus primeiros anos de vida. Recentemente, ADEGA provou o 1996 e isso pode ser plenamente comprovado.
Proveniente de um vinhedo de vinhas centenárias, este Cabernet Sauvignon mostra a interpretação da Miguel Torres, uma das melhores vinícolas da Espanha, do terroir de Curicó. Um vinho que esbanja profundidade e taninos de ótima textura, que se beneficiarão da longa guarda.
Um clássico Cabernet chileno, que retrata o que o Maipo tem de melhor. A talentosa enóloga Cecília Torres é a responsável por elaborar este tinto, que envelhece muito bem. O 1995 foi provado por ADEGA recentemente e estava estupendo. Este 2007 tem tudo para ser muito melhor do que já é com o passar dos anos.
Pequeno projeto da Ventisquero no extremo norte do Chile, Tara é um Chardonnay com 4% de Viognier advindos de um vinhedo plantado em Huasco, no Atacama. Um branco único, cheio de originalidade e tipicidade.
Mariano Garcia, proprietário da vinícola, foi, durante bom tempo, enólogo do mítico Vega Sicília, e produz atualmente um dos melhores tintos de Ribera Del Duero. Elaborado a partir de vinhedos de mais de 60 anos, seus vinhos são reconhecidamente longevos e bastante estruturados.
Palácios foi o pioneiro no ressurgimento do Priorato e seu ícone L’Ermita é uma referência e real exemplo da capacidade dessa região em produzir vinhos potentes, intensos, suculentos e estruturados, mas também com frescor, mineralidade e elegância.
Adepta da agricultura biodinâmica, a vinícola é um exemplo de como a Rioja pode também produzir excelentes vinhos de Tempranillo, que sejam, cheios de frutas maduras e muita profundidade. Vinhos densos que, com os anos de garrafa, refinam-se e acrescentam delicadeza e mais sutileza ao conjunto.
Não é somente Rioja e Ribeira del Duero que produzem vinhos longevos na Espanha. O Priorato, de Álvaro Palácios, Clos Figueras e Clos Mogador, entre outros, apresenta vinhos de longa guarda
O visionário negociante Christopher Cannan escolheu o Priorato para fazer seus vinhos. Os lindos vinhedos velhos foram adquiridos em 1998 e dão vinhos de grande concentração, suculência e alguma mineralidade, mas sempre com muita profundidade e finesse.
René Barbier foi um dos pioneiros na renascença da região do Priorato, juntamente com Álvaro Palácios, e produz um dos melhores vinhos dessa denominação, o Clos Mogador, que pode durar décadas. Um blend de Cariñena, Garnacha, Syrah e Cabernet Sauvignon, que em algumas safras pode lembrar um bom Châteauneuf-du-Pape.
Uma das melhores expressões da uva Tempranillo, este tinto é um dos mais reputados de toda a Espanha. Elaborado a partir de um vinhedo velho cultivado biodinamicamente, este tinto é a prova que intensidade, estrutura, suculência e potência podem, sim, vir temperadas com muita elegância, profundidade e equilíbrio.
Certamente um dos melhores vinhos produzidos na região de Toro, a propriedade foi adquirida pelo grupo LVMH em 2008. Um tinto grande, potente e denso, que vem de vinhedos de mais de 120 anos e necessita de tempo para mostrar todas as suas faces.
A vinícola pertence a Vega Sicilia. Elaborado com extremo cuidado desde 2001, sua primeira safra se tornou uma das referências de qualidade e da capacidade da região em produzir grandes vinhos. Como os vinhedos da bodega são ainda muito novos, para o Pintia são compradas uvas de produtores que possuem vinhedos velhos na região.
Talvez um dos enólogos mais brilhantes e inovadores da Espanha, Raúl Pérez produz uma série de vinhos fabulosos em regiões pouco conhecidas. Este tinto é um 100% Mencía de Ribeira Sacra, que precisa ser provado para ser entendido.
Miguel Torres foi o maior responsável por promover os vinhos da Catalunha e colocá-los no mesmo patamar de Rioja como produtor de vinhos de qualidade. Mas La Plana é a prova viva disso, um tinto que evolui magistralmente, ganhando em elegância, finesse e profundidade.
Certamente Vega-Sicília é a vinícola mais famosa da Espanha, lendária pela qualidade e longevidade de seus vinhos. A linha Gran Reserva Especial geralmente é uma mescla de algumas safras de Único com vinhos mais jovens.
A Bodega Lopez de Heredia possui uma interessante mescla de diversos estilos de arquitetura
Está vinícola, um marco na região da Rioja, é reconhecidamente uma das melhores produtoras do estilo clássico da região, com longos períodos de crianza e elaborado para durar muitas décadas. Para se ter uma ideia, este 1994 é a última safra lançada de Gran Reserva.
As vinhas de Cabernet Sauvignon da Califórnia são capazes de gerar alguns dos mais especiais vinhos do planeta, dignos de serem guardados por muitos anos
Reconhecidamente um dos melhores produtores de Cabernet Sauvignon do Napa, Caymus sempre se mostra muito consistente safra após safra. O proprietário e enólogo Chuck Wagner elabora tintos estruturados, com exuberantes aromas de cassis. Um clássico que ganha bastante se guardado por, pelos menos, 10 anos.
Joseph Phelps adquiriu seus primeiros vinhedos em 1973 e logo se tornou adepto da cultura biodinâmica
Christian Moueix, que tem elaborado Pétrus desde 1960, é o proprietário da linda vinícola, projetada pelos arquitetos suíços Hertzog e De Meuron. Os vinhos, além de serem extremamente longevos, costumam apresentar um distinto traço francês, mostrando uma profunda expressão de Napa, mas elaborados no estilo de um ótimo Bordeaux.
Phelps é considerado um dos produtores de maior qualidade e também um dos pioneiros em considerar viável a plantação das variedades do Rhône na Califórnia, assim como produzir um tinto nos moldes de Bordeaux, o Insignia, cuja a primeira safra foi de 1974.
Em 1981, uma caixa do Opus One foi vendida por US$ 24 mil, o maior valor já pago por um vinho da Califórnia até então
Fundado em 1979, fruto da união dos Rothschild com os Mondavi, atualmente está na mão somente dos franceses. Um tinto feito ao estilo de Bordeaux, com o pedigree de concentração de fruta e opulência de um vinho do Napa.
A história dessa vinícola tem início em 1886, quando um médico italiano adquiriu a área que engloba parte do topo de Monte Bello Ridge. A primeira safra da propriedade foi produzida em 1962 e o enólogo Paul Draper chegou em 1969 e está lá até hoje. Uma das referências, em termos de Cabernet Sauvignon da Califórnia, sempre tem a característica de ser um vinho muito longevo, concentrado e super profundo.
Um dos vinhos mais caros do Napa, é reconhecido por sua potência aliada à extrema elegância e finesse, da super concentração de frutas negras e de textura impressionante.
Desde 1978, está vinícola vem produzindo Merlot e Cabernet de excepcional qualidade no Napa. Seus vinhos, assim como este tinto, têm a característica de serem acessíveis quando jovens e de também envelhecerem magistralmente.
Cabernet de Stag’s Leap foi um dos vinhos vencedores do histórico Julgamento de Paris
Atualmente nas mãos de Marchese Antinori e Ste Michelle Wine States, essa famosa propriedade costuma produzir vinhos potentes, estruturados, suculentos e cheios de frutas, mas conseguindo isso sem comprometer a profundidade, a firmeza, mantendo sempre certa elegância.
O domaine está nas mãos da mesma família desde 1639 e curiosamente não rotula nenhum de seus vinhos como grand cru. São também pioneiros na produção de vinhos de colheita tardia, quando foram reconhecidos internacionalmente em 1976.
Os Sélection de Grain Nobles alsacianos são verdadeiras joias, produzidos apenas em safras especiais
Um domaine familiar histórico, que está nas mãos da mesma família desde 1626. Reconhecido por produzir ótimos vinhos secos a partir de Riesling, elabora excepcionais vinhos a partir de Pinot Gris, inclusive este SGN.
Uma das propriedades mais bonitas da Alsácia, esta vinícola é famosa por seus ótimos vinhos secos, mas principalmente por seus brancos doces de Riesling, Pinot Gris, mas principalmente de Gewürztraminer, que mostram perfeita harmonia entre acidez, untuosidade e doçura.
Em meados dos anos 1980, esta propriedade apenas fazia vinhos medianos, porém com a influência de Hubert de Bouard, gerente geral na época, a qualidade foi realmente implementada até Angelus adquirir o status de Premier Grand Cru em 1996. Atualmente, este é um dos tintos mais sublimes produzidos em Saint-Émilion.
Famoso antes e mais famoso ainda depois do filme Sideways, este tinto é considerado com justiça um dos melhores vinhos de todo o mundo, sendo um exemplo de elegância e finesse não só em Saint-Émilion, mas em Bordeaux como um todo.
Uma das estrelas de Saint-Éstèphe, este tinto vem gradualmente ganhando em qualidade desde meados dos anos 1980 até hoje. Um vinho de estilo moderno, mas respeitando suas origens. Para muitos, no mesmo nível de qualidade de alguns Premier Cru de Pauillac.
O primeiro vinho de château reconhecido pelo nome já no final do século XVII. Este é o único dos Premier Grand Cru Classé não situado em Pauillac e vem produzindo vinhos excepcionais e que merecem esse status há décadas. Famoso por sua longevidade, quando na opinião de muitos, mostra perfeita harmonia entre potência e finesse.
Château La Mission-Haut-Brion é vizinho do Haut-Brion e hoje ambos pertencem ao mesmo grupo
Um dos grandes nomes de Bordeaux e famoso por apresentar estupendas safras antigas em várias décadas do século 20, como as míticas 1989,1982, 1961, 1959, 1955 e 1949. Um tinto poderoso e opulento que é bastante beneficiado pela longa guarda.
Uma das propriedades mais tradicionais de Bordeaux, tem vinhos em sua coleção da safra de 1797. Considerado por muitos o melhor e mais tradicional dos premier grand classé do Médoc, com tintos que mostram sempre muita elegância, finesse e ótima concentração de fruta.
A torre de Latour foi construída como ponto de guarnição para tropas durante a guerra dos Cem Anos
Latour foi adquirido pelo empreendedor francês François Pinault em 1994 por ser seu vinho favorito de Bordeaux. Após a sua aquisição, a propriedade passou por várias modificações para melhor, elaborando vinhos ainda mais consistentes em todas as safras e cada vez melhores. Um exemplo disso é este 2003, considerado por muitos o melhor vinho produzido em Bordeaux naquele ano juntamente com Lafite-Rothschild.
Esse château é uma das estrelas de Saint-Julien, muitas vezes rivalizando em qualidade com os seus irmãos mais nobres de Pauillac. Esse tinto em geral é cheio, potente, concentrado e às vezes um pouco tânico quando jovem, mostrando um estilo que privilegia a harmonia entre potência e elegância.
Mítico e sedutor, este tinto está naquele rol de vinhos que todos os amantes dessa bebida um dia querem ter o prazer de degustar. Sempre muito consistente mesmo nas safras mais difíceis, este tinto envelhece magistralmente, ganhando ainda mais profundidade e elegância. Este 1990 é considerado por muitos o melhor do
século passado.
O único dos Premier Grand Classé de Médoc que teve esse status concedido somente em 1973, os outros foram contemplados em 1855. É famoso todos os anos por ostentar um rótulo distinto, em que um artista de renome tem a honra de ser convidado a pintar. Um tinto cativante, rico em aromas e sabores opulentos, sempre mostrando muita profundidade e persistência.
Pétrus é um fenômeno recente. Sua fama começou em meados do século XX, quando foi oferecido no casamento da rainha Elizabeth II
Considerado muito consistente e sempre mostrando qualidade, este tinto de Margaux, muitas vezes, se apresenta no mesmo nível de vinhos de mais fama e com status de Premier Grand Cru. Seu estilo chama atenção pela exuberância dos aromas, de ótima textura e de fruta suculenta e intensa.
Com certeza, disputa com o Romanée-Conti o posto de vinho mais famoso do mundo e mais caro também. Disputado safra a safra, este tinto é um exemplo de combinação perfeita entre complexidade, elegância, potência, estrutura, profundidade e suculência.
“O rebelde de Saint-Émilion”, assim é conhecido Jean-Luc Thunevin, por não seguir as regras de produção dos vinhos da região
Esta propriedade vem produzindo vinhos muito consistentes, tanto brancos quantos tintos, desde quando foi adquirida pela família Cathiard no início dos anos 1990. Mas, sua fama vem mesmo de seus brancos, considerados os melhores produzidos em Bordeaux, inclusive, este da safra 2009, é um dos destaques produzidos naquele ano.
Jean-Luc Thunevin e sua mulher podem ser considerados os precursores do movimento garagista em Saint-Émilion e este tinto, com certeza simboliza isso, muito consistente safra após safra, ganhou fama em 2000 e atualmente é disputado por colecionadores de todo o mundo. Recentemente, consolidando sua história de sucesso, adquiriu o status de Premier Grand Cru em sua região.
O vinho de Yquem já foi celebrado inúmeras vezes na literatura, sendo chamado de “luz engarrafada”
O mais reputado vinho doce da França e talvez do mundo. Adquirido pelo grupo LVMH em 1999, já era reconhecido como o melhor branco de Bordeaux no século XIX. Grandioso e único, este branco transpira concentração e intensidade, mostrando perfeita harmonia entre dulçor e acidez, mas sempre num contexto de untuosidade.
Um dos melhores produtores de Corton-Charlemagne, senão o melhor, está sob o comando de Jean-Charles Le Bault desde 1994. Produz brancos excepcionais, sempre muito austeros e precisos. Exuberantes quando novos, mas que só vão mostrar sua real profundidade com vários anos de garrafa.
O jovem e dinâmico Louis-Michel Olivier Belair está no comando dessa propriedade, que vem produzindo nos últimos anos vinhos cada vez mais consistentes, inclusive este tinto do vinhedo La Romanée (um monopólio), que está entre os melhores da Borgonha atualmente.
Lalou Bize-Leroy comanda sua propriedade com mãos de ferro e de forma extremamente meticulosa. O resultado desse árduo trabalho pode ser comprovado em seus vinhos, sempre entre os melhores produzidos na Borgonha. A propriedade é adepta da biodinâmica desde o início dos anos 1990.
François Raveneau, certamente, é um dos mais cultuados produtores de Chablis. Seus vinhos são extremamente longevos, mostrando sempre muita concentração e intensidade. Muito disputados, são sempre difíceis de encontrar.
Juntamente com Pétrus, é um dos vinhos mais cultuados e está na lista de desejos de 100 entre 100 aficionados. Sob o comando de Albert de Villaine, o domaine produz sete grand crus, sendo um deles o monopólio Romanée-Conti. Um tinto extremamente perfumado, complexo e elegante, verdadeiramente diferente de todos os outros vinhos produzidos no mundo.
A linha RD (Récemment Dégorgé) da Bollinger foi a primeira na história de Champagnes de longa maturação. Segundo os chefs-de-cave, quanto mais tempo sobre as borras, mais tempo pode envelhecer o espumante. A safra 2002 foi a última lançada em mercado e o longo tempo maturando vai fazer com que suas deliciosas notas de fermento em perfeita harmonia com as frutas sutis se perpetuem e, mais do que isso, ganhem ainda mais complexidade.
A Cristal foi a primeira cuvée prestige da história de Champagne, feita pela Roederer para o czar russo Alexandre II. Sempre entre as melhores do mundo com sua textura sedosa e nariz delicado, mas provocante, a Cristal da monumental safra de 2002 – a melhor da última década na região e uma das melhores da história – é um vinho único, perfeito, o ápice do estilo em Champagne.
A AOC de Pouilly-Fumé foi estabelecida em 1937 e é baseada somente em Sauvignon Blanc
Apesar de ter falecido num acidente em 2008, os vinhos de Didier Dagueneau ganharam fama por serem considerados um dos melhores produzidos em Pouilly-Fumé. Enólogo brilhante, seus vinhos mostram perfeita harmonia entre potência e elegância, sempre combinando riqueza de fruta e mineralidade.
Michel Chapoutier é reconhecidamente muito preocupado em fazer vinhos de terroir, isso foi o que o tornou adepto da agricultura biodinâmica. O resultado se vê em seu vinhos, que são grandiosos, mostrando extremo caráter e longevidade.
O mais tradicional produtor de Châteauneuf-du-Pape e certamente uma das referências do estilo mais tradicional do sul do Rhône. Os vinhos de Beaucastel são reconhecidos pela sua longevidade e profundidade. Este tinto é somente lançado em anos especiais e sempre é soberbo.
Albert Reynaud adquiriu a propriedade do Château Rayas em 1880
Entre os melhores vinhos da denominação, o Rayas é elaborado exclusivamente a partir de uvas Garnacha, sempre exibe grande concentração e riqueza de frutas, sendo reconhecido por mostrar toda a sua exuberância depois de alguns anos de garrafa.
Nome mais famoso em Côte Rôtie, a família Guigal é reputada por seus três excepcionais single vineyards, entre eles o La Turque. Famosos por sua longevidade e equilíbrio entre abundância de fruta, potência e finesse.
Fundada em 1989, a vinícola é uma joint-venture inglesa-dinamarquesa-húngara. Reconhecida por elaborar vinhos que busquem o equilíbrio entre acidez e doçura.
E isso é conseguido com perfeição nesse vinho que deve durar por muitos
e muitos anos.
Sandro Boscaini talvez seja atualmente um dos produtores mais dinâmicos do Vêneto. Incansável, vem sendo um dos embaixadores do Amarone pelo mundo, bem como de seu estilo peculiar de produção. Seus Amarone, geralmente são excepcionais e com grande capacidade de envelhecimento. Este 1997 foi degustado por ADEGA no ano de 2013 e tem, fácil, mais 10 anos em plena forma.
Adepto da agricultura biodinâmica, Frank Cornelissen é um pequeno produtor de vinhos ao redor do Etna na Sicilia. Seus vinhos, são, no mínimo, originais. Este tinto é todo vinificado em ânfora e é um exemplo da tremenda capacidade da Nerello Mascalese em produzir vinhos soberbos.
Josko Gravner foi sempre um dos pioneiros na região do Friuli. No final dos anos 1990, numa viagem à Geórgia, viu como alguns vinhos ainda eram fermentados em ânforas de barro. Ele adotou a ideia e, em 2001, já tinha convertido totalmente sua vinícola. Brilhante, Gravner produz vinhos avessos a qualquer uniformização e que não são para todos os paladares, apesar de possuir fãs incontestes em todo mundo.
Um dos pilares do estilo clássico em Barolo, Bruno Giacosa nunca usa barricas de carvalho francês para envelhecer seus vinhos. Considerado um dos melhores enólogos da região, é famoso tanto pela delicadeza e finesse de seus vinhos quando ganham alguns anos de garrafa quanto por sua timidez e introspecção, deixando que seus vinhos falem por ele.
Um dos melhores produtores de Barbaresco num estilo mais concentrado e maduro, Bruno Rocca está instalado numa das melhores localizações da região, na parte central do vinhedo Rabajà.
Em 1967, Sorì Tildìn foi o primeiro Barbaresco de vinhedo único
Ceretto é uma das famílias mais antigas e tradicionais do Piemonte e possui vinhedos nos melhores locais da região, incluindo este Bricco Rocche em Barolo. São muito bons exemplos de vinhos envelhecidos de Nebbiolo estagiados em barricas.
Angelo Gaja é hoje o produtor mais famoso do Piemonte e reconhecidamente também um dos melhores produtores da Itália. Seus Barbarescos single vineyards estão sempre entre os melhores. Por isso, causou espanto quando, no início dos anos 2000, parou de utilizar a DOCG Barbaresco para seus diversos crus na região e passou a utilizar a denominação Langhe Rosso, como é o caso deste tinto.
Famosos pelos Barberas d’Asti, em 2003, a família Rivetti construiu sua nova vinícola na região de Barolo, aumentando seu foco nos vinhos produzidos a partir de Nebbiolo. Seus tintos, inclusive esse, são concentrados e potentes, tendo a madeira como coadjuvante, sem se sobrepor a fruta.
Um dos produtores e defensores dos Barolos de vinhedo únicos, os vinhos de Paolo Scavino têm um estilo mais moderno, no sentido que são mais acessíveis quando jovens, porém respeitando a região e suas origens.
Tradicional produtor italiano, Antinori foi um dos primeiros produtores de Chianti a incorporar variedades francesas em seus vinhos no início dos anos 1980, como é o caso do Tignanello, composto de Sangiovese, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc.
Ferruccio Biondi Santi é considerado o criador do Brunello di Montalcino. A vinícola, além de histórica, é reputada pela longevidade de seus vinhos, que podem durar por décadas. Ao lado dos vinhos de Gianfranco Soldera, talvez possam ser considerados os vinhos de estilo mais clássico da região.
Gianfranco Soldera é famoso pelo cuidado dos vinhedos e pelo trabalho meticuloso na cantina. Seus vinhedos não utilizam fungicidas e pesticidas e a fermentação é somente com leveduras indígenas. Tinto único, com amplo espectro aromático, fruta suculenta e super balanceado, que tem a fama de envelhecer muito bem e por longo tempo.
A Tenuta dell’Ornellaia é uma das propriedades mais belas da região de Maremma. Este tinto 100% Merlot tem personalidade única e vem de um pequeno vinhedo. Com certeza entre os melhores vinhos italianos.
Tua Rita nasceu em 1984 como um projeto garagista de apenas 2 hectares, hoje já tem 20
Quando o falecido Marchesi Incisa della Rochetta decidiu plantar Cabernet Sauvignon na costa de Bolgheri, não poderia imaginar que influenciaria toda uma geração futura de viticultores. Sua primeira safra foi lançada em 1968 e, desde então, vem sendo uma referência de vinho italiano elaborado a partir de variedades internacionais.
A vinícola está localizada em Suvereto, um dos microclimas mais quentes da Toscana. Este tinto, corpulento e denso, surpreende pela intensidade e equilíbrio do conjunto. Um tinto que ganha bastante finesse e complexidade com o tempo de guarda.
Provavelmente um dos tintos mais representativos de Portugal e do Douro. Famoso por sua grande capacidade de envelhecimento. Nas últimas safras, vem mostrando um lado mais frutado, mais “moderno”, mas continua soberbo, merecendo e justificando toda a fama que tem.
Herdade do Esporão é um dos principais nomes do Alentejo
Um dos mais respeitados nomes quando se fala em vinhos do Porto, Graham’s também elabora este estupendo Tawny 40 anos. Um vinho especial, de meditação, para fazer qualquer amante dos vintages mudar de ideia.
Esta é somente a segunda safra deste tinto – a primeira foi em 2004, que tem tudo para ser um marco na região do Alentejo. Lançado em 2012, ainda está muito jovem, demonstrando que necessita de bons anos de garrafa para mostrar todo seu potencial e encantos.
João Portugal Ramos é um dos enólogos mais respeitados de Portugal e um dos maiores embaixadores dos vinhos do Alentejo. Este tinto é o ícone da vinícola e, safra após safra, vem mostrando cada vez mais consistência e capacidade de envelhecimento, haja vista que a safra 1997, degustada por ADEGA em 2013, estava estupenda e surpreendentemente viva e elegante.
Sem dúvida, Luis Pato é um dos maiores defensores da uva Baga e, neste tinto produzido somente a partir de vinhas de mais de 80 anos, comprova todo o potencial dessa uva, que algumas vezes pode lembrar alguns Barolos de estilo menos moderno.
Niepoort é uma das mais tradicionais casas de Vinho do Porto, porém, Dirk é um dos precursores da revolução dos tintos no Douro
Dirk Niepoort pode ser considerado um dos responsáveis pela valorização dos vinhos tintos no Douro. Seus vinhos são geralmente muito mais finos, elegantes e austeros do que a maioria dos produzidos ali, inclusive o Batuta, um dos maiores exemplos deste estilo e, com certeza, um dos grandes tintos de Portugal.
Talvez o único tinto que rivalize com o Barca Velha em termos de fama e reconhecimento. Um tinto muito potente e estruturado, que se beneficia da longa guarda. Vale dizer que nas últimas safras, como esta, vem ganhando elegância, finesse e mais frescor, talvez pela moderna vinícola e pelo extremo cuidado no vinhedo.
Uma das mais tradicionais vinícolas do Douro, os primeiros registros da Quinta do Crasto datam de 1615, mas somente em 1994 começaram a produzir vinhos tranquilos. Um autêntico douro, produzido a partir de vinhedos muito velhos, cheio de frutas e concentração, porém com uma pureza e profundidade encontrados em poucos outros.
Tradicional por seus portos, principalmente os Vintage, a Quinta do Noval comprova isso nessa safra 2011, última declarada Vintage, e considerada tão boa quanto as excepcionais 1994 e 2000. Um vinho suculento, encorpado, que, ainda jovem, já mostra muita elegância e equilíbrio.
Indubitavelmente, o Douro é o berço da maioria dos grandes vinhos de Portugal
Fundado em 1887 pela famosa Antónia Adelaide Ferreira, uma das personalidades mais importantes do vinho em Portugal. Parte do vinhedo, antes destinado para o famoso Barca Velha, é utilizado para produzir este tinto cheio de fruta, de muito equilíbrio e com uma profundidade impressionante.
Os primeiros registros desta vinícola datam de 1716, mas seus primeiros vinhos tintos tranquilos foram produzidos somente em 1997. Este tinto, advindo de vinhas centenárias, somente é produzido em anos excepcionais. Este é um tinto grande em todos os sentidos, porém conseguindo aliar elegância e finesse.