À Revolução, companheiro!

Siga o exemplo de Fidel Castro e experimente fazer uma pequena revolução ao harmonizar seus puros prediletos com vinho

por Tiago Ribeiro

Logo que passei a me debruçar com um pouco mais de afinco e atenção ao vinho e seu universo, há apenas alguns anos, ouvi de um respeitado enófilo algo que nunca mais esqueci: “O melhor vinho é aquele que você mais gosta. Claro que com mais conhecimento seu gosto deve evoluir”, disse-me o especialista. Sábio, experiente, ele apenas queria que os jovens aprendizes do vasto mundo de Baco não fossem influenciados, pelo menos em demasia, pela enxurrada de notas ao degustar uma taça de vinho.

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Faço esse preâmbulo porque, neste artigo, me meti a besta de bulir com um assunto que causa calafrios nos mais ortodoxos dos enófilos, um tema tabu: a harmonização entre vinho e charuto.

Esqueça por um instante os conhaques, armagnacs, single malts, rons, cervejas especias e até mesmo os vinhos fortificados, como o Porto – sim, já sabemos que todos vão muito bem com charuto. Falaremos aqui sobre vinhos tintos e brancos “secos”.

Minha inspiração para o tema foi uma entrevista que li, já faz alguns anos, com um alto executivo da Habanos S.A (a estatal cubana que controla a fabricação e distribuição mundial de puros). A certa altura, o entrevistado revelou que tanto ele como seu amigo pessoal, Fidel Castro, preferiam harmonizar seus puros Cohiba Lanceros, predileto de ambos, com vinho tinto, e não com destilados. Nem mesmo o melhor ron cubano. Seus prediletos eram “Château Lafite” e Minha inspiração para o tema foi uma entrevista que li, já faz alguns anos, com um alto executivo da Habanos S.A (a estatal cubana que controla a fabricação e distribuição mundial de puros). A certa altura, o entrevistado revelou que tanto ele como seu amigo pessoal, Fidel Castro, preferiam harmonizar seus puros Cohiba Lanceros, predileto de ambos, com vinho tinto, e não com destilados. Nem mesmo o melhor ron cubano. Seus prediletos eram “Château Lafite” e “Vega Sicilia Unico”, o vinho predileto de Fidel.

Jóias da vinicultura francesa e espanhola, respectivamente, ícones entre os vinhos de alta patente do planeta, pouquíssimos arriscariam tomar um “Lafite” ou um “Vega Sicilia” sem escoltá-lo com um belo assado, por exemplo, seguindo todos os rituais da enogastronomia. Ou até sorvê-lo solitário, majestoso, protagonista digno de um delicioso monólogo. Mas não Fidel Castro. E me deliciei ao imaginar o comandante, alheio a estas convenções, trajado com seu tradicional conjunto verde-oliva, saboreando seu puros com alguns dos vinhos mais renomados do planeta, dando ouvidos apenas seu prazer.

Inspirado por Fidel, conversei com alguns amigos ligados ao universo dos charutos e do vinho na tentativa de fazer algumas intersecções entre estes dois prazeres. E peço humildemente licença para apresentar algumas idéias para que você, caso sinta-se inspirado, participe desta pequena revolução, deste pequeno ‘manifesto anti-imperialista’, com muito bom humor, prazer e liberdade, evidentemente.

Natural começar pelos tintos, sobretudo os mais potentes. Claro que você não precisa vender seu carro para comprar uma garrafa de um grande Bourdeaux ou de um Vega Sicilia para brincar de Fidel Castro no aconchego de seu lar. Uma idéia é utilizar-se de tintos mais densos e estruturados com charutos do mesmo gabarito. Alguns exemplos? Cito Natural começar pelos tintos, sobretudo os mais potentes. Claro que você não precisa vender seu carro para comprar uma garrafa de um grande Bourdeaux ou de um Vega Sicilia para brincar de Fidel Castro no aconchego de seu lar. Uma idéia é utilizar-se de tintos mais densos e estruturados com charutos do mesmo gabarito. Alguns exemplos? Cito

Outra diversão possível é harmonizar seus charutos mais suaves, não tão potentes, como o cubano “Hoyo de Monterrey Epicure n.º 2”, com brancos de grande estrutura e caráter, como alguns Chardonnays mais amadeirados e untuosos do Chile, de bom teor alcoólico, corpo e aromas, a exemplo do excelente “Sol de Sol”, da Viña Aquitania. Nessa lista podem entrar também os Chablis e brancos neozeolandezes, como o “Cloudy Bay Sauvignon Blanc”.

Isso sem falar no prazer que pode ser fumar aquele primeiro charuto do dia, como o nacional Alonso Menendez ou seu Petit Corona predileto, como o macio Romeo y Julieta, logo após o café-da-manhã de um ensolarado e tranqüilo sábado, escoltado por um espumante, ou Champagne, se preferir. Para esta deliciosa missão, considere o ótimo nacional “Chandon Brut Excellence”, ou então a “Cava Codorniu Cuvée Raventós Brut”. Sem dúvida um belo início de fim de semana!

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