O Institut National de l'Origine et de la Qualité (INAO) aprovou a redução da densidade nos vinhedos de Champagne apesar da oposição de parte dos produtores
por André De Fraia
O Institut National de l'Origine et de la Qualité, INAO, órgão francês que cuida das regras das denominações de origem do país, aprovou a redução da densidade dos vinhedos em Champagne.
A nova regra reduz a densidade de 8.000 videiras por hectare para 6.000. Os objetivos da mudança incluem a redução do custo de manutenção das vinhas como uma forma de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, segundo a proposta, as emissões seriam 20% menores com a nova densidade aprovada e, por isso, a iniciativa seria mais do que simplesmente econômica, mas sim, ecológica.
A medida foi uma proposta do Syndicat Général des Vignerons de la Champagne (SGV), que é a organização responsável pela implementação das normas para Champagne que depois devem ser submetidas à aprovação do INAO. A medida, no entanto, está longe de ser uma unanimidade na região, uma oposição formal doi apresentada por alguns dos mais respeitados produtores de Champagne.
Segundo Eric Coulon dos Vignerons Indépendants, há suspeitas de que o principal motivo da nova medida seja reduzir os custos de cultivo, além do temor que esse seja mais um passo da região para aprovar a colheita mecanizada em Champagne.
A forma encontrada de apaziguar os ânimos foi colocar a nova regra como opcional.
Mesmo porque grandes produtores da região, caso da Maison Louis Roederer, passou mais de vinte anos testando diversas formas de plantio que aliasse sustentabilidade com qualidade e chegou a conclusão de que cada vinhedo pode ter melhores resultados em diferentes densidades.
A Maison inclusive terá vinhedos adaptados à nova densidade e outros com mais de 10.000 videiras por hectare. “Pode ser uma solução possível interessante, bem-adaptada a certas situações”, disse Jean-Baptiste Lecaillon da casa Louis Roederer. “No entanto, no nosso caso, a maioria dos nossos vinhedos está localizada em Grand Crus, portanto, em solos pobres de giz, onde os rendimentos já são moderados e praticamos largamente viticultura biológica certificada e regenerativa. Por essas razões, agora acreditamos que a nova densidade não é adequada ao nosso campo e aos nossos objetivos de produção e maturidade”, finalizou.