Charuto com tequila

Em um cenário paradisíaco, ADEGA "harmonizou" dois grandes prazeres da América Central, charutos e tequilas

por Paulo Rogério Bueno

Luna Garcia

Um mar de uma imensidão azul e transparência inigualável. O sol de 30ºC pode ser apreciado tanto no seu despertar como no seu descanso. Dependendo do lado em que se está da ilha, o calor é amenizado por uma brisa refrescante que no entardecer de fevereiro carece de uma casimira bem leve para se caminhar ao longo da costa. Palmeiras imperiais se dobram em direções alternadas sobre a vegetação nativa de uma praia quase virgem. À beira mar, um restaurante maravilhosamente decorado com tochas e mesas de madeiras maciças, que serve, como entrada, tacos de peixe, guacamole e molhos especiais - preparados ao lado da mesa -, tudo isso acompanhado por uma marguerita, em um menu de mais de 80 premium Agave tequilas.

México? Não, isto é parte do cenário do Ritz-Carlton em Key Biscayne, Miami. O restaurante é o "Cantina Beach", um dos quatro ambientes culinários de um hotel "AAA Five Diamond", onde ADEGA participou de uma harmonização entre pratos típicos mexicanos, tequila e, óbvio, charutos.

Quando se fala em prazer, indiscutivelmente os cinco sentidos estão presentes. Degustar um charuto é a possibilidade de desenvolver o sexto sentido, é poder ir além das expectativas cotidianas. No momento em que se aprecia um puro, o pensamento pode estar em uma envolvente conversa - na maioria das vezes descontraída - ou em um estado de relaxamento profundo. O contexto em que se insere o charuto é chamado de chave-de-ouro, a finalização de um momento merecedor.

A tequila é uma bebida de teor alcoólico bem elevado e isso ajuda bastante na harmonização com charutos. Ela pode preceder, acompanhar ou finalizar uma refeição. Pode, até mesmo, estar nos três estágios. A tequila é uma bebida originária do México, feita através da destilação do sumo de uma planta conhecida como Agave tequilana, também chamada de agave azul ou agave azul de Weber. É produzida em região demarcada pela lei mexicana no Estado de Jalisco, onde se encontra o pequeno povoado de Tequila - que lhe deu o nome e onde se concentram os principais produtores. Fortemente aromática, a bebida apresenta diferentes graus de cor, sabor e aroma e conforme o tempo de envelhecimento pode ser designada por tequila Blanco, Joven, Reposado, Añejo e Extra Añejo - em ordem crescente do tempo de maturação.

Os pratos da degustação foram: Mini Crab Crispy Tacos, mini tacos de patas de caranguejo; Guacamole em Molcajete, guacamole servido em canoas de tortilla amarela; e, por fim, como entrada, Pork Rib Carnitas, costelinhas de leitão com salada de cactus ao molho verde. No prato principal, Cazuela de Mariscos, uma caldeirada de frutos do mar ao molho de tomates frescos e cebolas, suavemente apimentado. Tudo isso regado por tequilas 100% Agave.

Interação tequila-charuto

Iniciamos diretamente na Marguerita de Reposado para acompanhar as entradas, seguindo para uma Añejo pura no prato principal e, como acompanhamento do puro, duas Extra Añejo de diferentes marcas e idades. A primeira com um pouco mais de 15 anos de envelhecimento e a segunda com mais de trinta anos. O charuto selecionado foi o comemorativo e limitado Bolivar - Libertatores (Canhonaço).

A complexidade de aromas e sabores com as tequilas foram inusitados. Este charuto se apresenta com fortes toques amadeirados do início ao fim, aguçados com a tequila Añejo, que não sobrepôs em nenhum instante o puro, apesar de sua doçura e aroma. Ao contrário, ela suavizou as baforadas.

A Extra Añejo, porém, foi a grande anfitriã. Depois do primeiro terço, o charuto ganhou uma alma jamais apreciada. Notas de cedro e flores em seu aroma foram acompanhadas por sabores que variavam de coco queimado a açúcar mascavo. Tudo isso diante do mar, ouvindo uma musica caribenha, e uma brisa marinha, em excelente companhia, faz este "sexto sentido" parecer eterno.

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