Pprojeto de 8 milhões de euros

França inaugura estufa bioclimática para proteger vinhedos da mudança climática

Estufa bioclimática de 8 milhões de euros é inaugurada em Champagne, França, para proteger videiras e enfrentar desafios climáticos

Projeto em Champagne preserva videiras em ambiente controlado e acelera desenvolvimento de variedades resistentes - Thourand SAS CMF
Projeto em Champagne preserva videiras em ambiente controlado e acelera desenvolvimento de variedades resistentes - Thourand SAS CMF

por Redação

Uma estufa bioclimática de 8 milhões de euros foi inaugurada em Blancs-Coteaux, na região de Champagne, França, com o objetivo de proteger e garantir a sustentabilidade das vinhas diante dos impactos crescentes das mudanças climáticas.

A instalação, chamada Qanopée, possui 4.500 metros quadrados e abriga mudas estratégicas de uvas cultivadas em um ambiente totalmente controlado.

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O projeto, segundo o jornal francês Le Figaro, reúne as regiões vitivinícolas de Champagne, Beaujolais e Borgonha, com financiamento majoritariamente público. A estufa oferece condições ideais de temperatura, umidade, irrigação e proteção sanitária, impedindo a contaminação por parasitas, insetos ou vírus. O cultivo em vasos suspensos e a irrigação automatizada garantem flexibilidade e maior controle sanitário.

Antes do plantio, cada videira passa por um processo rigoroso de pré-multiplicação, em que “vinhas-mães” são cultivadas para fornecer enxertos e porta-enxertos aos viveiristas. Tradicionalmente, essa etapa ocorria em campo aberto, tornando as plantas vulneráveis a fatores ambientais e biológicos.

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“Essas vinhas eram expostas a doenças e novos bioagressores relacionados ao aquecimento global”, explicou Sébastien Debuisson, diretor de qualidade e desenvolvimento sustentável do Comitê Champagne, ao Le Figaro.

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A nova estrutura permite não apenas proteger as plantas contra eventos climáticos extremos — como secas, ventos fortes e granizo —, mas também acelerar a produção de variedades selecionadas, incluindo uvas tradicionais como gamay, pinot noir e chardonnay, e novas cepas resistentes a doenças. “Podemos reagir rapidamente se uma planta adoecer, substituindo-a sem comprometer o restante”, afirmou Célia Borrégo, gerente da estufa.

O acesso ao local é altamente controlado, com procedimentos rigorosos de desinfecção e uso de equipamentos de proteção. A expectativa é que os primeiros lotes provenientes da Qanopée estejam disponíveis para os viveiristas em 2027. O projeto complementa iniciativas semelhantes em outras regiões, como a instalação inaugurada em Bordeaux, reforçando a adaptação da vitivinicultura francesa às novas condições climáticas.

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