Após queda de helicóptero que levava comprador chinês para visitar sua nova propriedade, grupo xenófobo envia carta ameaçando produtores que pretendem vender seus vinhedos
por Redação
No dia 20 de dezembro, um trágico acidente de helicóptero comoveu a região de Bordeaux, na França. Lam Kok, 46 anos, um bilionário chinês que fez fortuna vendendo chá, tinha acabado de fechar negócio com James Gregoire, 63 anos, co-proprietário da empresa Vintex, dona do Château La Rivière – que o empresário da China estava comprando. Para finalizar a compra, eles decidiram dar uma volta de helicóptero, pilotado por Gregoire – um piloto experiente – sobre os vinhedos. Além dos dois, o filho de Kok, de 11 anos, e Peng Wang, que estava trabalhando como intérprete para o negociantes, também estavam no voo. Depois de 20 minutos, ao ver que o grupo não retornava, funcionário ligaram para a emergência. Um caçador das redondezas afirma ter visto o helicóptero afundando nas águas do rio Dordogne e os integrantes não sobreviveram.
Segundo investigações preliminares, a queda da aeronave deveu-se a um acidente. No entanto, um grupo xenófobo aproveitou a trajédia para espalhar o medo em Bordeaux. Uma carta de autoria de uma entidade autodonominada Agricultural Action Committee foi enviada a um jornal local e também a diversos donos de Châteaux na região contendo ameaças. Ela diziam que Gregoire havia pago com sua vida por ter vendido o vinhedo para um estrangeiro exatamente 10 dias depois de "termos advertído-o". "Aqueles que vendem para estrangeiros, intermediários ou compradores de fora devem esperar serem encontrados no fundo de um rio ou a seis palmos do chão", dizia textualmente a carta.
A onda de xenofobia vem aumentando na Europa, especialmente depois da crise econômica e mesmo locais "pacatos" como Bordeaux agora começam a sentir seus efeitos. Uma das razões é que cada vez mais investidores estrangeiros estão comprando propriedades na região. Só no ano passado, por exemplo, 20 Châteaux foram comprados por empresários chineses. Estima-se que mais de 60 propriedades hoje sejam controladas por homens de negócio da China.
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