Aproveitando o clima de Copa do Mundo, ADEGA juntou duas paixões, vinho e futebol, e promoveu harmonizações especiais para combinar com os jogos do mundial disputado na África do Sul
por Luiz Gastão Bolonhez
A primeira fase da Copa da África do Sul começa no dia 11 de junho e vai até dia 25. Nesse período, ocorrerão 48 jogos em oito grupos. Então, ADEGA aproveita para entrar em campo com uma programação completa para esses dias, selecionando um jogo por dia, ou seja, durante 15 dias teremos ao menos uma sugestão de vinho.
Para os amantes de vinho, uma boa notícia: vários países com muita tradição no futebol são potências também quando o assunto é vinho. Então, nada melhor do que juntar essas duas paixões durante a Copa do Mundo: vinho e futebol. Em algumas partidas, há apenas um país produtor de vinho. Em outras, tivemos clássicos embates entre dois grandes produtores. Nesses casos, recomendamos duas garrafas para não puxar a sardinha, ou melhor, a "garrafa" para esse ou aquele país.
Na abertura do Mundial, em Johanesburgo, o país anfitrião recebe o México. A África do Sul é uma potência vitivinícola. Seus vinhos, atualmente, são de classe mundial e estão entre os mais impressionantes quando o assunto é "value for money" (bom custo benefício). O México tem vinhos interessantes, principalmente na baixa Califórnia, mas, por aqui, não encontramos quase nada de lá.
A casa Nederburg decidiu ser a patrocinadora oficial da Copa e elaborou uma série de vinhos que levam o emblema da Copa. No rótulo consta "Twenty10", que mostra o foco e importância que eles estão colocando na competição. Palmas para a Nederburg, que acredita no vinho e mais ainda em sua divulgação. O delicioso, fresco e quase picante Sauvignon Blanc 2009 é a grande pedida para a abertura dessa Copa.
*Horário de Brasília
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No dia seguinte, sábado, ainda em Johanesburgo, teremos nossa vizinha, a Argentina, enfrentando a Nigéria. Há 14 anos, eles protagonizaram uma final olímpica, em Atlanta. Na ocasião, deu zebra. O ouro foi para a Nigéria, consagrando-a como o primeiro país africano a levar a medalha de ouro no futebol. A propósito, quem não se lembra que, na semifinal, a Nigéria bateu o Brasil, na prorrogação, em uma virada histórica. Mas, em 2008, em Pequim, os argentinos, com o craque Lionel Messi, tiveram sua revanche ao baterem os nigerianos e levarem o ouro olímpico.
Diante de tudo isso e como o jogo disputado num sábado, às 11 da manhã, não dá para não pensar em um churrasco, ou mesmo num belo filé mignon na grelha. Sábado, churrasco e com a Argentina em campo, que tal abrir um potente tinto argentino? Impossível não tê-lo à mesa. Nossa sugestão para estar ao lado de um suculento bife de ancho é o Poesia 2002. Produzido pela francesa Helene Garcin em plena Mendoza, é um Malbec predominante, com 40% de Cabernet Sauvigon. O potente e mellow Malbec casa perfeitamente com a Cabernet Sauvignon que lhe concede sobriedade e finesse. Um vinho delicioso para acompanhar a estreia de um de nossos maiores rivais.
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No domingo, jogarão dois "timaços" quando o assunto é produção de grandes vinhos. De um lado, uma das maiores potências (se não a maior) em vinho branco - a Alemanha - e, do outro, um dos países que mais se destacaram na produção de vinhos nos últimos 50 anos. No futebol, a terra do Riesling leva muita vantagem em relação à terra dos mais explosivos Shiraz do planeta.
Como estamos em um domingo, não podemos deixar de pensar de maneira mais relaxada. Para começar, um belo Riesling seco do Mosel com presunto cru e, em seguida, a sugestão é um Shiraz da região de Victoria acompanhando um pernil de cordeiro assado com toques de sálvia e alecrim.
O Riesling, para fazer esse jogo ficar ainda melhor, é o Foster Mariengarten Kabinett 2008, de Forst, parte da macrorregião Pfalz. O produtor desse delicado vinho, com apenas 9,5% de álcool, é talvez um dos mais destacados produtores de Pfalz, a Weingut Eugem Müller.
Para contrabalancear, após este delicado vinho, recomendamos o intenso e espetacular St. Henri Shiraz 2002, da Penfolds, a mesma casa que produz um dos vinhos mais disputados no mundo, o Grange. Com seus potentes 14,5% de álcool, vale ainda ressaltar que o St Henri é produzido de maneira diferente do Grange e, por isso, dependendo da safra, faz sombra ao irmão mais prestigiado.
Na mesa, o que importa é ter equilíbrio e complementaridade. Assim, em termos de vinho, podemos falar em empate técnico. Vamos ver se no jogo a Austrália faz sombra à Alemanha, como faz à mesa. Vai ser difícil para esse país que joga muito mais rúgbi do que futebol.
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Na segunda-feira à tarde, para os que tiverem oportunidade, nada como pensar grande. A Itália reina no futebol, é a atual campeã do mundo. E é do Piemonte - região onde nasceu o craque da Juventus, Claudio Marchisio, pré-selecionado da "Azurra", natural de Turim -, um dos vinhos mais famosos da Itália: o grande Barolo.
Além do "Barolo vinho", temos a "Barolo cidade", "un piccolo paese", como dizem os italianos. Não muito distante dali nasceu um dos maiores craques de futebol que a Itália já teve. O meiocampo Gianni Rivera, ídolo italiano das décadas de 1960 e 70, campeão da Eurocopa de 1968 e vice-campeão mundial em 1970, quando Pelé comandou nosso excrete rumo ao tri. Rivera nasceu em Alessandria, uma das cidades mais importantes do Piemonte.
O Barolo é chamado carinhosamente pelos italianos de o "Vinho dos Reis" e/ou o "Rei dos Vinhos", uma alusão à sua qualidade e por ter sido o vinho favorito do lendário rei Vittorio Emmanuele, que recitava verdadeiras poesias sobre esse vinho produzido no coração do Piemonte.
O delicioso Barolo 2004 de Paolo Scavino é a grande pedida para esse importante jogo. A safra de 2004 foi excelente na região e o "Barolista Modernista", como Paolo é denominado pelos críticos, elaborou um vinho fino, profundo e que já está delicioso. Uma bela harmonização para ver a estreia da Squadra Azurra, atual detentora no caneco.
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Chegamos ao grande dia, terça-feira, 15 de junho, nossa estreia na Copa, em Johanesburgo. Não poderíamos deixar de colocar à mesa um vinho nacional. Deve-se dizer que o vinho brasileiro tem evoluído de maneira significativa nos últimos anos. A Serra Gaúcha já está consagrada e trazendo a cada dia produtos melhores, mais completos e complexos.
Mas, a bola da vez é, sem dúvida, a região da grande São Joaquim, em Santa Catarina, que vem dando passos firmes na direção da produção de vinhos de qualidade. Sempre em nossos invernos, as temperaturas mais baixas são as de São Joaquim e isso é bom, pois as videiras agradecem quatro estações bem definidas.
Escolhemos com muito carinho o Cabernet Sauvignon 2008 da Quinta de Neve. Apesar de jovem, mostra o potencial da região. Um vinho com bom frescor, que esperamos que traga, além de bons momentos de prazer à mesa, boas energias para entrarmos com o pé direito na Copa da África do Sul.
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A atual campeã da Europa, a Fúria, como a seleção espanhola é chamada, inicia o sonho de ser campeã do mundo. Sonho que sempre escapa e decepciona os súditos do rei Juan Carlos. Este ano, novamente, prometem que tudo será diferente, pois, na final da Eurocopa 2008, bateram nada menos que a poderosíssima seleção da Alemanha, em uma partida em que, ao que tudo indica, enterraram o estigma de amarelar em jogos decisivos.
Agora, parece que o "calvário" da espera da conquista de um mundial pode findar. Para não deixar por menos, sugerimos o vinho que leva o nome dessa saga que persegue os espanhóis no futebol, o Calvario 2005 - elaborado na Rioja, a partir da Tempranillo, pela renomada, e em franca ascensão, Finca Allende. Um vinho que está entre os melhores do país. Um Rioja moderno, fabuloso e intenso, que representa bem tanto o futebol quanto a evolução da vitivinicultura espanhola, que nos últimos anos vem se consolidando como uma das maiores potências na produção de grandes tintos e deliciosos brancos.
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Para a nossa decepção, o país mais famoso e glamoroso do mundo do vinho tem exercitado todo seu poderio futebolístico em cima de nossa Seleção. Foi assim em 1986 sob a liderança de Michel Platini; em 1998 na final da Copa da França com Zinedine Zidane, e recentemente em 2006, quando Zidane e Thierry Henry mandaram o Brasil para casa mais cedo.
Sendo assim, para o segundo jogo da França, atualmente comandada pelo genial Ribery, escolhemos um tinto da Borgonha. E entre os "Les Bleus", temos um craque da Borgonha, o talentoso Bacary Sagna, nascido em Sens, e que hoje brilha no Arsenal da Inglaterra.
Não há dúvida que, se o assunto for elegância e finesse, nada pode ser comparado a um bom Pinot Noir dessa pequena e longilínea região, que tem como centro a linda e charmosa Beaune. Assim, o Vosne-Romanée Le Clous 2005, da Domaine Prieure Roch, certamente não vai "entalar na garganta".
A casa comandada por Frederic Roch tem três semelhanças com o vinho mais caro do mundo, o Romanée Conti. A primeira é que o vinho mais caro do planeta é também produzido na pequena comuna de Vosne-Romanée; a segunda é que Roch é hoje o maior acionista da mítica casa Romanée Conti; e, por último, que Frederich "aprendeu" a vinificar seus plots de Pinot Noir com Bernard Noblet, enólogo da Domaine Romanée Conti há mais de 30 anos.
Este vinho, apreciado ao lado de um bouef bourguignon, é absolutamente único, esbanjando alegria e personalidade. Excelente carga de frutas, muita presença floral, baixo álcool e retrogosto longo fazem dele um tinto inesquecível para saborear no meio de uma tarde de quinta-feira, se possível em um "late lunch".
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Talvez os Estados Unidos tenham hoje um dos mais surpreendentes times de futebol do mundo. Na Copa das Confederações de 2009, mandou a favorita Espanha para casa na semifinal e depois deu um enorme susto no Brasil, marcando 2 a 0 logo de cara. A Seleção Canarinho, no segundo tempo, fez por merecer e virou o jogo. Inesquecível 3 a 2.
A seleção norte-americana pode ser controversa e inconstante, mas os vinhos da terra do Tio Sam estão entre os melhores do mundo. Escolhemos então um vinho da casta Pinot Noir - principalmente devido ao horário do jogo (11h), que não comportaria um blockbuster Cabernet Sauvignon da Califórnia. O indicado foi da região do Oregon, que faz a casta Pinot Noir brilhar produzindo vinhos de altíssima qualidade.
Ao lado da ilha sul da Nova Zelândia e do vizinho Russian River Valley, na Califórnia, os Pinot Noir do Oregon talvez sejam os mais especiais fora da Borgonha, "terra natal" desta uva que produz os mais elegantes e inebriantes vinhos do planeta. Por falar em Borgonha, vem de lá o capital, a tecnologia e toda a maestria no manuseio da casta, pois quem produz o raçudo Pinot Noir sugerido para o jogo é nada menos que a Domaine Drouhin, que está entre as mais renomadas "maisons" da Borgonha.
Um tinto sensual, vivo e com um corpo um pouco mais pronunciado se comparado com os "primos" franceses. Uma bela harmonização para uma bela partida que será seguida por um almoço de sexta-feira.
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Imaginem-se em um sábado, final da manhã, em frente à televisão para mais um grande jogo da Copa do Mundo. O que vem em mente? Um branco alegre e cheio de vivacidade. A terra da Shiraz vem se desenvolvendo muito na produção de brancos e, por mais que tenhamos por lá deliciosos Chardonnays, são os Rieslings que despontam por todo esse país de dimensões continentais. Ultimamente, encontramos excelentes exemplares dessa casta de origem alemã, desde o South Australia até o Western Australia.
Assim, nosso consorte para esse jogo eletrizante, com os vigorosos ganeses de um lado e os fortes australianos do outro, é um Riesling do Clare Valley, do badaladíssimo produtor Grosset. Seus brancos à base desta casta são carros-chefe da casa e muitos exemplares produzidos pela Grosset são encontrados por aqui. O escolhido foi o Springvale Watervale Riesling 2008: um branco reluzente, repleto de aromas de frutas de polpa branca, com um marcante mineral no final. Se o sábado de junho estiver ensolarado, degustar esse vinho ao ar livre com a tevê ligada será puro êxtase.
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No segundo domingo da Copa teremos, de aperitivo, antes do jogo do Brasil com a Costa do Marfim, um "partidão" de dois países craques na produção de vinhos. No futebol, nem tanto, pois a Nova Zelândia, tecnicamente, não faz sombra aos "Tifosi". A tradição italiana no "calcio" (futebol em italiano) deve dominar os inexperientes neozelandeses.
Com isso, num clássico dos vinhos, e por ser domingo, vamos como manda o figurino: um branco e depois um tinto. Aqui, temos muita sorte, pois a Nova Zelândia fez fama mundo a fora com os frescos Sauvignon Blanc; e a Itália, que produz vinhos em todas as regiões, tem tintos de classe internacional.
O branco recomendado para harmonizar com essa deliciosa partida é o jovem Sauvignon Blanc 2009, da Isabel Estate, de Marlborough, na ilha sul do país. Fresco, de médio corpo e com um final especiado e provocante, vai deixar seu domingo de futebol ainda melhor. O segundo vinho escolhido para a partida é Toscano, em homenagem ao craque Giorgio Chiellini, da Squadra Azurra, nascido em Pisa. O tinto de raça é elaborado por Carlo Ferrini, um toscano simples e de fala mansa, que está entre os mais geniais enólogos do mundo.
Trata-se do delicioso Cerviolo 2004, produzido pelo renomado produtor San Fabiano a Calcinaia e elaborado a partir das cepas francesas Cabernet Sauvignon e Merlot mescladas com Sangiovese, de origem toscana. Um vinho profundo, intenso e, ao mesmo tempo, elegante. Ideal para estar na mesa do almoço de domingo e para acompanhar essa bela partida.
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O Chile realizou uma bela campanha nas eliminatórias para a Copa da África do Sul. No futebol, tem certa tradição e já chegou em terceiro, em 1962, quando o Brasil ergueu a taça Jules Rimet pela segunda vez. Na viticultura, o país é, ao lado da Austrália, o grande expoente dos últimos 20 anos (na última década teve também a companhia da vizinha Argentina). Os solos, o clima e a adaptação clara de cepas como Cabernet Sauvignon e Carménère aos diversos tipos de terroir do longilíneo país têm colocado seus tintos entre os grandes vinhos do mundo.
Em plena segunda-feira, escolhemos um tinto produzido em pequenas quantidades e com trato biodinâmico do Vale do Maipo (perto de Santiago, onde nasceu Leonel Sánchez, craque da seleção chilena de 62): o Antiyal. Esse tinto da espetacular safra 2007 foi elaborado pelo genial Alvaro Espinoza. Um vinho imponente, que prima pelo equilíbrio e força. Uma bela pedida para saborear ao lado de uma partida entre o Chile a Suíça. E por que não ao lado de um queijo Gruyère produzido no país oponente. No jogo, cada um por si, mas na mesa, sem dúvida farão uma bela e provocante dupla.
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Na última partida, que provavelmente será decisiva no forte grupo A da Copa, se enfrentarão a anfitriã África do Sul e a França. A primeira nação é uma potência nos vinhos há mais de 300 anos; a segunda, a maior escola quando o assunto é produção de grandes fermentados a partir de uvas viníferas. O jogo deverá ser importante, pois a França precisa se redimir do fiasco nas eliminatórias para a Copa (quando se classificou só com um jogo extra contra a Irlanda, com gol irregular de Thierry Henry).
Para um clássico como esse escolhemos um branco francês e um tinto da terra de Benni McCarthy, craque dos "Bafana Bafana", que nasceu na capital do Wine Country, Cidade do Cabo. O branco escolhido é do Loire e à base da extraordinária Chenin Blanc, que também é muito difundida na África do Sul, sendo a cepa branca mais plantada em todo país. Dentre tudo que é produzido a partir dessa casta, somente um gênio e com técnicas biodinâmicas chamado Nicolas Joly é capaz de extrair o máximo que a Chenin Blanc pode oferecer, principalmente se os brancos forem secos. O Clos de La Bergerie 2004 é uma potência com 14,5% de álcool e está delicioso hoje, mas tem potencial para evoluir por mais 20 anos na garrafa. Um dos vinhos brancos secos mais impressionantes do planeta, que fará uma bela harmonização num jogo que promete muita emoção.
Depois do branco, temos que migrar para um tinto e, dentre os vários deliciosos produzidos nos arredores de Stellenbosch, escolhemos o provocante e inusitado The Chocolate Block 2008, elaborado em uma das vinícolas mais importantes da África do Sul, a Boekenhoutskloof. Ele é composto por uma miscelânea de castas de origem francesa, tais como as tintas Syrah (predominante), Grenache Noir, Cabernet Sauvignon e Cinsault, com um toque da branca Viognier. Um vinho intenso, selvagem e provocante, que harmonizará muito bem a batalha entre os "Bafana Bafana" e os "Les Bleus".
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Mais um confronto com muita força em campo. Gana vem se consolidando como um das potencias africanas no futebol, tendo presença importante na última Copa do Mundo na Alemanha, quando foi eliminada nas oitavas-de-final pelo Brasil, além de ter se classificado em primeiro lugar em seu grupo nas eliminatórias para a Copa África. Do outro lado temos uma potência futebolística, a três vezes mundial Alemanha.
Para o meio da tarde de uma quarta-feira escolhemos uma das verdadeiras delícias do país de Michael Ballack, um Riesling Spätlese. Nossa sugestão é um branco com agradável doçura do produtor biodinâmico Clemens Busch, do Mosel, o apetitoso Rothenpfad 2006. Apreciar um Spätlese no meio da tarde ao lado de uma deliciosa salada de frutas é tudo de bom, para compensar o vigor e a força de um jogo que vai tirar o fôlego de muita gente.
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Mais um peleja de "cálcio" com a Azurra. Provavelmente os italianos já devem entrar em campo com a classificação nas mãos, mas não podemos esquecer que a Eslováquia era parte da antiga Checoslováquia, que chegou a ser vice-campeã mundial (perdeu a final para o Brasil, no Chile, em 1962). Isso é só para deixar claro que a seleção que enfrenta os italianos não é franco-atiradora.
Pois bem, nessa última partida do grupo F, vamos enaltecer mais uma vez um vinho da região que revolucionou a visão que se tem dos vinhos italianos mundo afora ultimamente, mais especificamente nos Estados Unidos, onde existe um mercado milionário. Estamos falando da Toscana, onde nasceu o maior carrasco de nossa história futebolística, o inesquecível artilheiro e campeão da Copa de 1982, Paolo Rossi, que no estádio Sarriá em Barcelona, marcou três gols em cima de uma das melhores seleções de nosso País em todos os tempos. Qual brasileiro não se lembra desse toscano que nasceu em Santa Lucia di Prato?
Deixando paixão e memórias de lado, tivemos nos últimos anos uma revolução na terra de Paolo Rossi e ela, em parte, devese aos norte-americanos, pois foram eles que criaram, há cerca de 20 anos, o termo "Super Tuscan", uma alusão aos vinhos da Toscana que adotaram cepas francesas como espinha dorsal de seus cortes. A moda tomou tanto vulto que, em poucos anos, virou febre por lá, e depois de muito tempo tentando ter um vinho italiano eleito como "Wine of the Year" pela renomada revista Wine Spectator, tivemos uma dobradinha em 2000 e 2001, com o Solaia 1997 e o Ornelaia 1998 - vinhos que têm como casta predominante a Cabernet Sauvignon.
Inspirados por essa história de vinho e futebol, escolhemos um Super Toscano delicioso para acompanhar esse jogo. Trata-se do I Balzini, o vinho top da casa D''Isanto & D''Isanto, localizada na Toscana Centrale. A safra 2004 foi espetacular na região e produziu um vinho com excelente corpo, boa intensidade e taninos de excelente formação. Um vinho clássico à base da francesa Cabernet Sauvignon, mas com um sotaque italiano marcante.
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Talvez esse seja o jogo mais emocionante da primeira fase da Copa da África. Afinal, teremos em campo o melhor jogador do mundo eleito pela FIFA em 2008, ao lado do melhor de 2007. Estamos falando de Cristiano Ronaldo e Kaká, respectivamente. Além disso, tanto Brasil quanto Portugal passam por bons momentos no futebol, mostrando um estilo bonito e repleto de talento. Coincidentemente, o mesmo fenômeno acontece no mundo do vinho. Portugal e Brasil se desenvolveram sobremaneira nos últimos anos, principalmente internacionalmente.
Os portugueses, durante décadas, focaram o mercado externo com seus vinhos fortificados, mais notadamente os Vinhos do Porto e os Vinhos Madeira - estes últimos produzidos na Ilha da Madeira, que é a terra natal do badaladíssimo Cristiano Ronaldo, nascido em Funchal, capital dessa linda ilha do Atlântico.
Nos últimos 15 anos, uma revolução aconteceu na produção de vinhos em Portugal e atualemnte temos, além dos deliciosos vinhos fortificados, verdadeiras maravilhas de Norte a Sul, sejam brancos ou tintos de mesa. A região líder na produção de vinhos em Portugal, hoje, é o Alentejo e é de lá que escolhemos um tinto firme, com boa profundidade e alegria para harmonizar com esse jogo.
Do lado tupiniquim prestigiamos mais uma vez a região que mais se desenvolve nos últimos anos por aqui - depois do já consolidado Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul - a região de São Joaquim, em Santa Catarina.
Lado a lado, teremos então um super alentejano -produzido pelo determinado enólogo João Portugal Ramos, seu top da casa - o Marquês de Borba Reserva 2004, e um jovem Cabernet Sauvignon (70%) com Merlot denominado Grand Utopia 2008, elaborado pelo enólogo brasileiro Jean Pierre Rosier.
Nome e formação francesa, Jean Pierre é filho de franceses e fez pós-graduação em enologia na universidade de Bordeaux, a terra da Cabernet Sauvignon. Esse exemplar mostra de maneira pragmática a grande evolução dos vinhos brasileiros. Apesar de muito jovem, é gostoso e suculento, com delicioso frescor. Uma bela dupla para acompanhar um belo pernil de cordeiro assado com a televisão ligada na hora do almoço de uma sexta-feira, dia de jogo do Brasil na Copa do Mundo.
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PARA COMEMORAR O HEXA DO BRASIL
Sugerimos aqui bons momentos de vinho e futebol e, é claro, que esperamos ter mais oportunidades de abrir e degustar vinhos brasileiros conforme o Brasil for avançando na competição. Vamos deixar uma dica para o apito final do último jogo, que desejamos consagrar o nosso hexa. Daí nada melhor do que um bom espumante brasileiro. Afinal de contas, além do futebol, nossos vinhos com bolinhas também são consagrados mundo afora. Que tal o delicioso Cave Geisse Nature Terroir 2006? Quer saber mais sobre esse espumante? Viste o site www.OMelhorVinho. com.br e você encontrará a avaliação completa desse impressionante vinho brasileiro.