por Redação
Ao olhar o conjunto de matérias que forma esta nossa edição de número 20, lembrei do saudoso e polêmico Paulo Francis. “Como viver sem Hamlet?”, dizia ele, “está tudo lá, tudo que nós já sentimos, viremos a sentir, ou possamos sentir.” Confesso que discordo de Francis (o que ele acharia salutar), de que toda a gama de sentimentos humanos possa caber em uma obra, mesmo sendo uma obra-prima de Shakespeare.
Fico encantado, no entanto, ao ver em quantas facetas do homem o vinho, uma de suas grandes obras, pode tocar.
O sonho, o desejo, o fetiche, estão em “Grands Châteaux”, que fala do Vega Sicilia, mais que um vinho, uma lenda, para onde rumei como um peregrino no Caminho de Santiago. O oposto disso: a realidade, o desmistificar, o julgamento cru e isento, está no artigo “Por dentro do Concurso Mundial de Bruxelas”, que mostra as entranhas de um dos mais prestigiosos concursos de vinho do planeta e o real valor das medalhas conquistadas neste tipo de certame.
A base da existência, o corpo e sua saúde, estão no artigo “Vinho e saúde”, do Dr. Jairo Monson de Souza Filho. A história, a cultura, a experiência de vida vivida vêm da entrevista com Sigfredo da Costa Campos, um embaixador dos vinhos da ilha da Madeira, feita por Christian Burgos e Fábio Farah.
A descoberta, a novidade e a modernidade estão em “Gastronomia”, na visita de Fábio Farah ao Eñe, novo endereço da cozinha espanhola em São Paulo.
O encanto e a graça sedutora do convívio afloram do La Casserole, palco perfeito para reunir amantes da enogastronomia no “Enogourmet” deste mês, ao som de brindes e risadas, sob o comando de Luiz Gastão Bolonhez. Seu oposto, os prazeres mudos, os sentimentos puros e profundos, quase indescritíveis, são lembrados quando analisamos os aromas do vinho em “Escola do Vinho”. A simpatia de Luiz Gustavo está presente em “Minha Adega”, por Fernando Roveri. Impossível ver o Vavá e não sorrir. O humor indissociável de sua figura está sempre presente, mesmo fora de cena e falando de vinho. Tudo isso e mais. Matérias várias, para o lirismo de infinitos mililitros, de infinitos sentimentos.
Um brinde, Marcelo Copello
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