Descubra como harmonizar charutos com uísque e experimente uma harmonização intensa
por Fernando Roveri E Ronald Sclavi
Sabe-se que o ato de harmonizar sabores não é uma tarefa das mais fáceis. O chef de cozinha, antes de chegar à perfeição de um prato, testa diversas combinações de sabores. Todo sommelier deve saber qual estilo de vinho combina com determinado prato para uma experiência bem sucedida de enogastronomia. No caso dos charutos, não é diferente. Alguns degustadores gostam de apreciá-los com vinhos fortificados, e isso exige uma escolha minuciosa para que os sabores não se sobressaiam. Para quem gosta de uma harmonização mais encorpada, a opção ideal é a união entre um charuto de qualidade e um bom uísque.
#R#Quem busca essa harmonização deve saber que charutos mais leves não combinam com esse destilado. Seria o mesmo que harmonizar um vinho da Borgonha, caracterizado pela leveza, com um prato forte, como churrasco. A lei é buscar charutos encorpados, de sabor intenso.
Na hora de escolher o uísque, os ideais são os de envelhecimento acima de doze anos. Uma ótima opção é o "Buchanas 18 anos", mas um "12 anos" também harmoniza muito bem. Outros rótulos recomendados são o "J&B Scotch Whisky 15 Anos" e também o "Johnnie Walker".
Uma vez que o degustador já sabe que o ideal é a escolha de um charuto de sabor intenso, automaticamente se pensa nos cubanos como a opções ideais para acompanhar esse destilado. O país tem a tradição de produzir o que há de melhor e mais saboroso no universo dos charutos, com uma tradição tão longínqua quanto a escocesa para o uísque. As marcas são diversas, mas as que combinam melhor com a bebida são os Cohiba e também os Partagas, preferencialmente o D4, que possui uma bitola mais larga e é considerado o "Porsche dos charutos". Essas marcas têm bouquet intenso, vivo, ideal para paladares que gostam de sabores acentuados. Não é recomendável fumar os dominicanos, pois são bem amanteigados e não combinam com a intensidade do uísque.
Charutos cubanos combinam com uísque |
Outra opção é provar a produção do nosso terroir. A Bahia produz charutos cujos sabores não são tão encorpados quanto os cubanos, mas que se caracterizam pelo paladar picante. A Angelina Tabacos, por exemplo, faz charutos saborosos, fortes, que combinam muito bem com a presença do uísque.
E por quê o charuto precisa ser tão forte? Como toda harmonização, os sabores distintos devem unir-se para provocar, no paladar, um terceiro sabor. Para isso, a intensidade deve ser a mesma, tanto da bebida quanto do charuto. Com as escolhas propostas acima, o degustador sente no paladar a mescla do bouquet do charuto e a força do uísque. O último conselho é a escolha do momento apropriado para essa experiência sensorial. Com a proximidade do inverno, essa harmonização é perfeita aos amantes de sabores intensos.
+lidas
1000 Stories, história e vinho se unem na Califórnia
Vinho do Porto: qual é a diferença entre Ruby e Tawny?
Pós-Covid: conheça cinco formas para recuperar seu olfato e paladar enquanto se recupera
Os mais caros e desejados vinhos do mundo!
Notas de Rebeldia: Um brinde ao sonho e à superação no mundo do vinho