Como alternativa aos consagrados champagnes, os vinhos espumantes franceses de outras regiões podem ser tão agradáveis e com preço mais convidativo.
Marcelo Copello Publicado em 19/12/2005, às 17h17 - Atualizado em 30/10/2023, às 10h00
O que é o que é? Fala francês, borbulha, mas não é champagne? Nessa categoria reinam absolutos os produtos da prestigiosa região de champagne. Mas nem tudo que borbulha em francês é Champagne, existem os "mousseux", "crémants" e "pétillants", denominações de espumosos produzidos em outras regiões francesas, onde os destaques são a Alsacia, o Val de Loire e a Borgonha.
A Alsacia, no nordeste do país, fronteira com a Alemanha, é famosa por seus excelentes vinhos brancos, secos e doces. A região produz 165 milhões de garrafas ao ano, sendo 15 milhões de vinhos espumantes, os "Crémant d'Alsace".
A principal uva utilizada nos espumantes da região é a Pinot Blanc, mas outras, como Pinot Gris, Pinot Noir, Riesling ou Chardonnay, também são comuns. O estilo geral é de bebidas delicadas, elegantes, de ótima acidez, elaboradas pelo método champenoise (com a segunda fermentação na garrafa).
O Val du Loire é uma região extensa, com mais de 30 mil hectares de vinhedos, que produzem uma variada gama de vinhos, incluindo bons espumantes. O "Crémant de Loire" tem como principal casta a Chenin Blanc, mas também são comuns a Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir e a Chardonnay.
Aqui há muitos bons espumantes com outras denominações, como Vauvray, onde há brancos secos, frisantes e ótimos espumantes, elaborados pelo método champenoise e cheios de personalidade.
A Borgonha, origem de alguns dos maiores tintos e brancos do planeta, também não faz feio no campo dos espumantes. O mosaico borguinhão comporta nada menos que 99 AOC's (Appellation d'Origine Contrôlée - denominação de origem controlada), uma delas é a "Crémant de Bourgogne".
As uvas utilizadas são as clássicas da região, Pinot Noir e Chardonnay e método o champenoise, que produz vinhos de boa estrutura e cremosidade, rivalizando com alguns champagnes.
Uma boa olhada nos produtos dessas regiões nos mostra que é possível degustar boa perlage, com legítimo sotaque gaulês, gastando bem menos do que com os consagrados champagnes.