Segundo a icônica universidade, em parceria com o instituto nacional de pesquisa científica da França, as mudanças climáticas foram responsáveis pela catástrofe
Redação Publicado em 08/09/2021, às 18h00
As geadas na França causaram grande prejuízo aos produtores
No início de abril de 2021, vários dias de geadas severas afetaram a Europa central após um março anormalmente quente. Isso levou a danos muito graves em videiras, especialmente na França.
E uma pesquisa de um grupo de cientistas de várias instituições, incluindo o instituto nacional de pesquisa científica da França, CNRS, e a Universidade de Oxford, aponta que os padrões meteorológicos ligados às mudanças climáticas aumentaram a probabilidade de danos severos por geadas nos vinhedos franceses.
“No geral, concluímos que as mudanças climáticas causadas pelo homem tornaram o evento de 2021 cerca de 20% a 120% mais provável. Em um clima com aquecimento global de 2°C (em comparação com o nível atual de aquecimento global de cerca de 1,2 ° C), eventos de geada no período de crescimento, como os observados em 2021, devem se intensificar ainda mais em cerca de 0,2°C a 0,5°C”, aponta o estudo.
O relatório publicado em junho como parte da iniciativa World Weather Attribution aponta que a mudança climática levou a invernos mais quentes, criando um início mais precoce para a estação de cultivo em geral. “A consequência é que os vinhedos crescem e amadurecem mais rápido agora, mas isso os deixa mais expostos a eventuais pressões mais frias”, disse Robert Vautard, cientista do CNRS.
As videiras são particularmente vulneráveis após o florescimento dos botões, que também está ocorrendo antes de acordo com dados baseados em análises de Champagne, Vale do Loire e Borgonha. “Nosso estudo é um bom exemplo do fato de que as mudanças climáticas afetam todo o sistema climático”, disse Friederike Otto, diretor associado do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford. “Se o clima piorar, essas mudanças irão piorar também. Isso criará desafios para os agricultores, a indústria do vinho e os amantes do vinho em todos os lugares”, aponta Nicolas Viovy, cientista da Comissão de Energia Atômica e Alternativa da França (CEA), bem como do Institut Pierre-Simon Laplace.
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