O tipo de vinificação define a bebida – e até as características gustativas dela
Redação Publicado em 05/06/2021, às 16h00
Os primeiros espumantes foram criados por pura sorte, ou a falta dela
Os vinhos espumantes começaram a ser produzidos de forma sistemática por volta do século 16.
Não se sabe ao certo qual era o método, supõe-se que os “pioneiros” tenham sido fruto de uma fermentação que estagnou no inverno devido à queda das temperaturas, que fez com que as leveduras parassem de trabalhar, e que foi retomada na primavera com o calor.
Assim, o dióxido de carbono produzido por esta segunda fermentação dentro da garrafa dissolveu-se no vinho e se transformou em bolhas quando o vinho foi aberto.
Ou seja, os primeiros espumantes foram criados por pura sorte, ou a falta dela, afinal até o famoso Dom Pérignon – “inventor” do Champagne – teria passado anos brigando contra as bolhas que surgiam no vinho da abadia.
Mas se hoje já aprendemos a domar a fermentação e apreciar as borbulhas, também inventamos diferentes métodos de fazê-las aparecer.
É, possivelmente, o método dos primeiros espumantes feitos no mundo. Aqui, o vinho base é fermentado até chegar a um nível de açúcar e aí é engarrafado, terminando a fermentação posteriormente na garrafa. Esse método resulta nos vinhos ditos pétillant naturel (efervescente ou espumante natural), ou Pét-Nat.
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Também ficou conhecido como Champenoise por ter sido aprimorado em Champagne. Ele consiste em fermentar o vinho base por completo e, no momento de engarrafar, acrescentar uma mistura de açúcares e leveduras (o dito licor de tiragem) para que uma nova fermentação ocorra dentro da garrafa e o vinho se torne efervescente.
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É o mais recente de todos. Ele teria sido patenteado em 1895 pelo italiano Federico Martinotti (e, por isso, na Itália alguns chamam de método Martinotti), mas foi desenvolvido e patenteado novamente em 1907 pelo francês Eugène Charmat. A diferença para o método tradicional é apenas o local onde a segunda fermentação ocorre, que, neste caso, é em um tanque de aço inoxidável, chamado de autoclave.
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É uma espécie de variação do Charmat. Leva esse nome, pois teria sido desenvolvido por italianos da comuna de Asti, no Piemonte. Aqui as uvas fermentadas são somente Moscatel e o mosto passa por apenas uma fermentação já dentro das autoclaves. O processo fermentativo geralmente é interrompido antes do final, garantindo as borbulhas e açúcar residual. Esse método é usado em várias regiões, inclusive no sul do Brasil, para a produção de Moscatéis espumantes.
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