Grandes degustações

O dia em que a ADEGA degustou 20 safras do vinho Almaviva, o ícone do Chile

por Christian Burgos

Almaviva é, sem dúvida, um dos vinhos chilenos mais reconhecidos e desejados no Brasil. A joint venture entre o Château Mouton Rothschild e a Viña Concha y Toro nasceu com a missão de criar um vinho com alma francesa em solo chileno em 1996. Não à toa, é conduzida por Michel Friou, grande enólogo francês que adotou o Chile como lar. Ele veio ao Brasil realizar uma degustação exclusiva organizada pela importadora Clarets, que fechou o salão principal do restaurante Fasano. Tivemos a oportunidade de encontrar amigos e degustar de uma única vez 20 safras de Almaviva. Confira.

AD 91 pontos

ALMAVIVA 1996 Almaviva, Puente Alto, Chile.

A exuberância de aromas terciários é a marca de seu perfil aromático. Em boca, mais madurez e acidez mais tímida que seus irmãos mais jovens. Seu ápice parece estar no retrovisor, por isso, sugiro abrir as garrafas desta safra que estejam em suas adegas. CB

AD 92 pontos

ALMAVIVA 1997 Almaviva,

Puente Alto, Chile. A fruta está bastante mais viva que a de seu irmão apenas um ano mais velho (1996). Notas de pólvora e grafite. Muito couro com aquele cheiro gostoso do porão da casa do avô. Privilégio degustá-lo. CB

AD 93 pontos

ALMAVIVA 1998 Almaviva,

Puente Alto, Chile. Íntegro e austero. Gosto do toque verde que mantém a vibração do vinho duas décadas após a colheita. Uma prova da capacidade de evolução dos grandes chilenos, mesmo não tendo sido reconhecida como uma grande safra. Uva-passa, ervas secas e pimenta. CB

AD 93 pontos

ALMAVIVA 1999

Almaviva, Puente Alto, Chile. Nariz limpo. Muita vida. Fruta, anis e mirtilo. Vibrante e caloroso. 1999 foi um ano extremamente seco, com quatro vezes menos chuva que o normal. Toques de feno. Gosto muito do perfil francês e controlado do vinho. CB

AD 94 pontos

ALMAVIVA 2000

Almaviva, Puente Alto, Chile. Inebriante aroma cítrico, com casca de laranja bem madura. Em boca, a fruta vem madura e envolvente, mas outros traços chegam e ganham protagonismo. É o caso da caixa de charuto, seu traço mais interessante, e da pimenta negra, além do perfil de pedra. CB

AD 95 pontos

ALMAVIVA 2001

Almaviva, Puente Alto, Chile. Sempre um dos meus prediletos, 2001 tem o nariz a porão. Mineral, cinza fria e muito cacau. Austero, embora a fruta ainda esteja aqui, são seu frescor, belo tabaco e taninos doces que compõem a coluna cervical deste vinho com final de cassis. CB

AD 93 pontos

ALMAVIVA 2002

Almaviva, Puente Alto, Chile. Fruta viva e pedra de isqueiro no nariz. Boa textura de taninos ainda presentes. Maduro e ao mesmo tempo equilibrado. Este vinho ainda tem curva crescente pela frente, em um perfil de menos concentração. CB

AD 91 pontos

ALMAVIVA 2003

Almaviva, Puente Alto, Chile. Saboroso, mas mais quente e moderno que o 2002. Até por isso revela menos equilíbrio que o irmão. CB

AD 92 pontos

ALMAVIVA 2004

Almaviva, Puente Alto, Chile. Muito elegante. Delicioso para desfrutar hoje. Gosto do perfil de ervas e, sobretudo, do ligeiro mentolado. Revela um toque mineral também. Clássico e austero. Boa companhia para a mesa, pode ser uma carne elegante, como vitelo ou até atum.

AD 94 pontos

ALMAVIVA 2005

Almaviva, Puente Alto, Chile. Alegria. Aqui estamos no auge da fruta e da madurez, mas tudo temperado com bela acidez, que é um exemplo para 2002 e 2003. Os taninos são sua marca, e realmente conferem pureza e estrutura ao vinho.

AD 93 pontos

ALMAVIVA 2006

Almaviva, Puente Alto, Chile. A fruta, como cereja, é marcante. Menos estrutura e peso de boca, mas bastante vibração e textura de taninos ainda presentes – algo que me lembro ter chamado a atenção quando de seu lançamento. CB

AD 95 pontos

ALMAVIVA 2007 Almaviva, Puente Alto, Chile. Aqui há mais equilíbrio clássico entre fruta, estrutura e acidez. Um vinho mais perfeito em sua essência técnica. O nariz é uma coisa fantástica. Finesse total. Tons de grafite. Os taninos podem ser motivo de orgulho para o enólogo. CB

AD 92 pontos

ALMAVIVA 2008

Almaviva, Puente Alto, Chile. A fruta é um perfume. Tem boa acidez, os taninos são um pouco mais de verdes e também revela mais o álcool. CB

AD 92 pontos

ALMAVIVA 2009

Almaviva, Puente Alto, Chile. Tem a fruta vermelha e frescor como motes. Elegante e confortável. A acidez traz a vibração que é sua grande marca. CB

AD 93 pontos

ALMAVIVA 2010

Almaviva, Puente Alto, Chile. Gosto muito da safra 2010. Taninos mais marcados, perfil mais concentrado e ainda assim belo equilíbrio, com muita fruta e frescor. Talvez fruto do primeiro ano com acréscimo de Petit Verdot. CB

AD 92 pontos

ALMAVIVA 2011

Almaviva, Puente Alto, Chile. Sucessão de aromas com café, fruta fresca, algo medicinal e um cítrico a limão. Bons taninos e frescor. Um vinho que pede decanter ou paciência na taça. Com muitos anos pela frente. CB

[Colocar Alt]

AD 90 pontos

ALMAVIVA2012

Almaviva, Puente Alto, Chile. Solar e muito guloso, sentimos o perfil do ano na taça, sobretudo nas frutas. CB

AD 93 pontos

ALMAVIVA 2013

Almaviva, Puente Alto, Chile. Delicioso hoje e com muitos anos pela frente. Destaco a suculência de frutas e sua interação com acidez e taninos. Aqui também brilha a mineralidade que se expressa como um toque salino. CB

AD 94 pontos

ALMAVIVA 2014

Almaviva, Puente Alto, Chile. A safra 2014 inaugura um perfil encantador com vinosidade, balsâmico e textura deliciosa de taninos. Ervas, feno, verdeais e taninos lindos. Ao fim, um delicioso toque de café. CB

AD 96 pontos

ALMAVIVA 2015

Almaviva, Puente Alto, Chile. Cada vez que degusto esta safra gosto mais. Uma supermodel na passarela. Tudo perfeito, no lugar. Sem dúvida, a fruta é a mais linda de todas. Isso sem falar no perfil floral. Será um desafio superar esta safra. CB

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