Relatório do BIVB atesta a qualidade da safra da Borgonha e dedicada a colheita a Louis-Fabrice Latour, ex-presidente do órgão, falecido em setembro
por André De Fraia
O Bureau Interprofessionnel des Vins de Bourgogne (BIVB), órgão responsável pela denominação de origem da Borgonha na França, lançou seu primeiro relatório sobre a safra 2022 que foi considerada “uma agradável surpresa”.
“O potencial qualitativo dos compostos fenólicos é excelente para os tintos, sugerindo uma safra com bom potencial de envelhecimento”, diz o relatório. “Mas tanto para os tintos como para os brancos, os mostos são muito aromáticos e a fermentação está a decorrer rapidamente”.
A safra iniciou com um inverno mais ameno e muito mais seco que o normal. A primavera, também seca e com temperaturas altas, fez com que a floração fosse duas semanas antes da média histórica. O clima quente, aliado a chuvas pontuais durante toda a primavera e verão, fez com que os bagos se definissem e se desenvolvessem sem maiores problemas. Os vinhedos tiveram alguns danos devido às chuvas de granizo que atingiram determinadas partes da Borgonha, porém de maneira geral, a região resistiu bem às intempéries e ao estresse hídrico.
As primeiras expectativas de uma safra “super precoce” se mostraram infundadas e a colheita começou efetivamente em 16 de agosto para os espumantes, o Crémant de Bourgogne, e 20 de agosto para o Chardonnay de vinhos tranquilos na Côte de Beaune, continuando até a terceira semana de setembro para as últimas uvas na Côte de Nuits e na região de Chablis.
Conforme o relatório do BIVB, as uvas estavam em “bom estado de saúde” com um rendimento surpreendentemente bom e com mostos “equilibrados com graus controlados de álcool e boa acidez”. O BIVB dedicou a safra 2022 a Louis-Fabrice Latour, ex-presidente do órgão, que faleceu em setembro. Segundo o relatório, esta foi “uma safra do tipo que todos esperávamos e que teria encantado Latour”.
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