Correndo entre vinhedos

Mistura entre o desafio técnico da prova e a paisagem deslumbrante são o segredo da Wine Run

por Por Christian Burgos

As intensas descidas e subidas em meio à beleza natural de vales no Vale dos Vinhedos, Vale Aurora e Rota das Cantinas Históricas conferiram energia para o espírito, ao mesmo tempo que testaram os limites do físico de cada um dos corredores durante os 21 quilômetros da Caixa Wine Run.

A combinação de paisagem deslumbrante, um circuito multiterreno tecnicamente desafiador e, é claro, a imersão na cultura do vinho explicam porque as 1.380 inscrições se esgotaram um mês e meio antes da consagrada corrida do vinho, que aconteceu no final de maio, em meio às celebrações do Dia do Vinho no Brasil.

A Wine Run embaralha os limites entre corrida, vinho e turismo e coloca tudo junto à disposição de corredores que vêm de 19 estados brasileiros e dois países para passar um fim de semana único.

Tudo começou na sexta-feira, 22 de maio, com um jantar de massas no Centro de Culturas Gaúchas em Bento Gonçalves. Na manhã seguinte, mais de 30 ônibus recolheram os corredores nos hotéis e os levaram até o centro turístico da Suvalan - Wine Park, onde, às 9h da manhã, foi dada a largada para os determinados corredores.

O pelotão saiu em bloco de centenas de corredores que foram se espalhando ao longo dos 790 metros de asfalto, 4,35 km de calçamento em paralelepípedo e 16 km de terra e cascalho.


As 1.380 inscrições se esgotaram um mês e meio antes da prova

Desafio e recompensa

Na prova masculina, o “predestinado” Jones Daniel Porsche foi o campeão com 1 hora, 36 minutos e 54 segundos de prova. “O percurso foi sofrido. Uma legítima prova de montanha, com 700 metros de ganho de elevação”, definiu Jones. “Largamos na faixa dos 450 metros de altitude, tivemos uma descida de 4,5 km e depois 4 km de subidas fortes. O restante da prova foi de ondulações até a chegada, que foi a 540 metros de altitude. Consegui abrir uma boa distância do segundo colocado até o km 13 e apenas administrei até o final”, afirmou o campeão. A professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Ana Gorini da Veiga, tetracampeã da prova, com 1 hora, 45 minutos e 51 segundos, também comentou o novo percurso: “Foi o mais desafiador de todos os anos, mas também o mais deslumbrante”.

Mais de 2 mil pessoas se reuniram na festa do espumante, brindando com vinhos, massas e outras iguarias tradicionais gaúchas

Ao final dos 21 quilômetros, mais de 2 mil pessoas se reuniram na festa do espumante que permitia aos corredores e acompanhantes celebrar com espumantes das vinícola Miolo, Valduga, Aurora, Garibaldi, Domno e Pizzato, além de interagir diretamente com os produtores. “Quase um banquete comparado a outras corridas”, confidenciou um dos corredores que saboreava uma porção de massas com um suco de uva, antes de ir apreciar um sagu de sobremesa. Mais tarde encontramos este mesmo corredor comendo um cookie e tomando um cafezinho.

Enquanto isso, o DJ animava (e como!) a festa em que a prefeitura, entidades, produtores e empresas locais se esforçavam para bem receber os corredores que vieram, de perto ou de muito longe, e que lotaram todos os melhores hotéis da região nos dias da prova e nos seguintes para uma imersão na natureza, no vinho e cultura da Serra Gaúcha.

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