Croácia, da pérola ao ouro

O país que se tornou um destino turístico quer trazer a fama também para seu óleo

por João Calderón

Divulgação

Em 1992, nasceu um "novo país". A Croácia deixou de fazer parte da extinta Iugoslávia para se tornar um Estado independente. E porque não, agora, também se tornar um verdadeiro produtor de azeite de oliva, uma vez que desfruta de clima e solos muito favoráveis? Pois é justamente isso que este país vem pleiteando.
Localizada no Adriático, a Croácia tem uma geografi a muito peculiar, que lembra uma ferradura. E é este formato que traz um litoral extremamente recortado, com diversas penínsulas e ilhas. O litoral croata é o grande atrativo do país e vem se fi rmando como um novo destino turístico. Os lugares para se visitar são muitos: a capital Zagreb, Split, com seu Palácio Diocleciano - considerado patrimônio cultural pela UNESCO -, a paradisíaca Hvar, conhecida como a nova Ibiza, ou ainda a imperdível Dubrovnik, "a pérola do Adriático", localizada na região da Dalmácia e também tombada pela UNESCO. Enfi m, é essa a fama que o país quer trazer para o seu óleo de oliva.

Azeite croata é pouco difundido, mas o país aposta na qualidade para ser reconhecido

ÓLEO CROATA
Na Croácia, a história do azeite se iniciou há mais de 13 séculos, quando os croatas, um povo de origem eslava, deixaram a região sul da atual Polônia para se instalar nas proximidades da costa leste do Adriático. Lá se depararam com uma representativa quantidade de oliveiras selvagens, ou zambujeiros, espalhados por toda a área das regiões hoje conhecidas como Ístria e Dalmácia, e em especial na Kastela, onde ainda hoje encontramos uma oliveira de aproximadamente 5 mil anos de idade. Atualmente, a maior parte das oliveiras é cultivada. Porém, nas ilhas Lun e Pag, os zambujeiros ainda são muito comuns.
Hoje, a Croácia possui cerca de 27 mil hectares de oliveiras, com aproximadamente 4,5 milhões de árvores, e só não está representada por um número ainda maior devido aos diversos confl itos políticos e reformas econômicas por que passou.
A produção oleícola do país se concentra na região da Dalmácia e na península de Ístria, assim como em algumas das ilhas da região. Dentre os principais cultivares encontrados estão as autóctones Drobnika e Lastovka, da ilha de Korcula, que produzem um azeite potente e amargo; Oblica, um dos principais do país; Levantinka, variedade muito difundida na Dalmácia, principalmente na ilha de Solta; Bianchera, principal cultivar da região de Ístria, de onde são provenientes os melhores óleos; e alguns de origem italiana, como Buga e Leccino, que produzem um óleo com sabor mais frutado.
Os azeites croatas são pouco reconhecidos, provavelmente por sua produção ser caracterizada pelas pequenas propriedades produtoras, com rendimentos muito limitados. Segundo dados do Conselho Oleícola Internacional (COI), a produção do azeite croata, de cerca de 6,6 mil toneladas, é muito próxima à quantidade consumida, até um pouco menor, uma vez que suas importações giram em torno de 1,3 mil toneladas. No entanto, os produtores e o governo estão dispostos a apostar na qualidade e na variedade da produção do país para fazer de seu óleo um produto competitivo internacionalmente.

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