Água no vinho

Água com gás ou sem gás para acompanhar o vinho?

A resposta rápida é sem gás, mas há muito o que dizer sobre este assunto

Qual a melhor água para acompanhar vinho, com ou sem gás?
Qual a melhor água para acompanhar vinho, com ou sem gás?

por Redação

Água e vinho andam lado a lado desde tempos bíblicos e todo enófilo sabe: nada melhor do que uma boa água para acompanhar um bom vinho. Afinal, com o teor alcoólico considerável da bebida, a água é essencial para repor o líquido perdido e eliminado pelo corpo devido à ingestão do álcool, que possui propriedades diuréticas.

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Mas qual é a melhor escolha? A resposta simples é: água sem gás, pois ela não interferirá no vinho, independentemente do estilo. Porém, se quiser se aprofundar um pouco mais, siga estas dicas:

  • Vinhos mais leves, como brancos e rosés, com seus aromas mais sutis, combinam melhor com águas igualmente leves, ou seja, sem gás.
  • O mesmo vale para os tintos especiais. Aqui, o problema da água com gás é que sua "pesadez" pode ofuscar a grandeza do vinho. Por isso, escolha água sem gás também.
  • Já a água gaseificada funciona melhor com vinhos tintos jovens, cheios de potência tânica e álcool. A água com gás, mais encorpada, enfrenta bem os taninos e limpa o paladar melhor do que a água natural.
  • Para vinhos fortificados e espumantes, vá com a sua preferência. Ambos possuem características marcantes que não serão tão afetadas pela escolha da água. A exceção são espumantes safrados, para os quais é melhor optar por águas leves que, com certeza, não interferirão na bebida.

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E água no vinho?

nna Jorgense, da vinícola Cortes de Cima, uma das produtoras que topou o desafio de utilizar água do mar na vinificação
A vinícola Cortes de Cima foi uma das produtoras que topou o desafio de utilizar água do mar na vinificação

Há ainda produtores que buscam recriar uma antiga técnica ao adicionar água no vinho. E não qualquer água, mas água do mar!

A experiência começou quando o genial Dirk Niepoort, proprietário da vinícola Niepoort, conheceu a técnica em uma conversa com produtores tradicionais dos Açores. Ele convenceu dois amigos, Anna Jorgensen, da vinícola Cortes de Cima, e Anselmo Mendes, a experimentarem o método. “Foi um desafio lançado pelo Dirk”, aponta Anna.

Jorgensen decidiu fazer o experimento com a casta Loureiro, proveniente de um vinhedo próximo ao Atlântico, na Costa Vicentina, distante apenas 2 quilômetros do oceano.

“A água foi coletada na mesma manhã em que as uvas de Loureiro também foram”, conta Jorgensen. O mosto foi decantado a frio por 24 horas e, depois, parte foi trasfegada para cubas de aço inox e outra parte para barricas francesas de 500 litros. Nesta fase, a água do mar foi adicionada ao vinho que estava na madeira em uma proporção de 1%. O vinho continuou estagiando sobre as borras para ganhar aromas e complexidade.

O experimento de Anselmo Mendes foi além: ele adicionou 1%, 5% e 10% de água do mar em tanques de aço com capacidade para 25.000 litros. Após os testes iniciais, os produtores concordaram que as soluções com 5% e 10% não ficaram boas, mas adoraram o sabor da solução com 1% de água salgada.

“Assim como é comum com comida, uma pitada de sal é importante para ‘acordar’ outros sabores”, afirmou Mendes. “O vinho já tem o dulçor das uvas, a acidez da fruta e o amargor dos taninos. Assim, a salinidade é muito bem-vinda para balancear esses sabores.”

Pela experiência que tiveram, os produtores afirmam que as técnicas antigas ainda têm muito a ensinar aos enólogos de hoje.

Apesar de os ancestrais terem provavelmente utilizado a adição de água do mar para preservar e aumentar a durabilidade da bebida, o foco atualmente não é esse. “Antigos produtores de vinho nos mostram que podemos nos inspirar em suas ideias e produzir vinhos melhores até nos dias de hoje”, conclui Anselmo Mendes.

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