A resposta rápida é sem gás, mas há muito o que dizer sobre este assunto
por Redação
Água e vinho andam lado a lado desde tempos bíblicos e todo enófilo sabe: nada melhor do que uma boa água para acompanhar um bom vinho. Afinal, com o teor alcoólico considerável da bebida, a água é essencial para repor o líquido perdido e eliminado pelo corpo devido à ingestão do álcool, que possui propriedades diuréticas.
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Mas qual é a melhor escolha? A resposta simples é: água sem gás, pois ela não interferirá no vinho, independentemente do estilo. Porém, se quiser se aprofundar um pouco mais, siga estas dicas:
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Há ainda produtores que buscam recriar uma antiga técnica ao adicionar água no vinho. E não qualquer água, mas água do mar!
A experiência começou quando o genial Dirk Niepoort, proprietário da vinícola Niepoort, conheceu a técnica em uma conversa com produtores tradicionais dos Açores. Ele convenceu dois amigos, Anna Jorgensen, da vinícola Cortes de Cima, e Anselmo Mendes, a experimentarem o método. “Foi um desafio lançado pelo Dirk”, aponta Anna.
Jorgensen decidiu fazer o experimento com a casta Loureiro, proveniente de um vinhedo próximo ao Atlântico, na Costa Vicentina, distante apenas 2 quilômetros do oceano.
“A água foi coletada na mesma manhã em que as uvas de Loureiro também foram”, conta Jorgensen. O mosto foi decantado a frio por 24 horas e, depois, parte foi trasfegada para cubas de aço inox e outra parte para barricas francesas de 500 litros. Nesta fase, a água do mar foi adicionada ao vinho que estava na madeira em uma proporção de 1%. O vinho continuou estagiando sobre as borras para ganhar aromas e complexidade.
O experimento de Anselmo Mendes foi além: ele adicionou 1%, 5% e 10% de água do mar em tanques de aço com capacidade para 25.000 litros. Após os testes iniciais, os produtores concordaram que as soluções com 5% e 10% não ficaram boas, mas adoraram o sabor da solução com 1% de água salgada.
“Assim como é comum com comida, uma pitada de sal é importante para ‘acordar’ outros sabores”, afirmou Mendes. “O vinho já tem o dulçor das uvas, a acidez da fruta e o amargor dos taninos. Assim, a salinidade é muito bem-vinda para balancear esses sabores.”
Pela experiência que tiveram, os produtores afirmam que as técnicas antigas ainda têm muito a ensinar aos enólogos de hoje.
Apesar de os ancestrais terem provavelmente utilizado a adição de água do mar para preservar e aumentar a durabilidade da bebida, o foco atualmente não é esse. “Antigos produtores de vinho nos mostram que podemos nos inspirar em suas ideias e produzir vinhos melhores até nos dias de hoje”, conclui Anselmo Mendes.