Nascido em uma família de cervejeiros, Donald Hess passou a investir no vinho em 1978 com vinícolas em quatro continentes
por Redação
O vinicultor Donald Hess, de 86 anos, morreu no dia 30 de janeiro, em Berna na Suíça. O empresário que investia na vinicultura em quatro continentes, ainda colecionador de arte e nasceu na Suíça, em uma família de cervejeiros, onde construiu a Valser, a maior marca de água mineral da Suíça, antes de finalmente entrar no mundo do vinho em 1978.
A primeira investida de Hess no vinho foi a compra de 700 acres de vinhedos na denominação Mt. Veeder de Napa Valley, na Califórnia. O plano inicial era apenas vender as uvas para produtores locais, mas já em 1983 passou a fazer seu próprio vinho e três anos mais parte foi criada a vinícola Hess Collection.
Com foco na ampliação dos negócios nos Estados Unidos, Hess passou a adquirir um grande acervo de arte moderna visando criar uma ampla exposição na vinícola e atrair visitantes até sua vinícola. Nos anos 1980 a maior parte das vinícolas oferecia apenas visitas guiadas com opção de degustações pontuais. A intenção era criar um atrativo cultural adicional com arte contemporânea, que se tornou um dos maiores museus do tipo na Califórnia, com obras inclusive de Francis Bacon e Gerhard Richter.
Ainda planejando ampliar a rentabilidade dos negócios defendeu, em 1993, o estabelecimento da denominação Mt. Veeder e passou a trabalhar na agricultura sustentável. Na mesma época ainda passou a investir em novas vinícolas na América do Sul, como no caso da chilena a Mont Gras e a argentina Bodega Norton. Aliás, na Argentina, ainda nos anos 1990, Hess investiu na Boega Colomè, localizada na então pouco explorada região de Salta. Na sequência ainda investiu na Chateau Tahbilk, Geoff Merrill e Peter Lehmann Wines na Austrália e Glen Carlou na África do Sul.
O período de expansão coincidiu ainda com a Hess Collection ganhando notoriedade com os vinhos Cabernet Sauvignon produzidos na Califórnia.
Após consolidar a produção norte-americana, em 2002, Hess vendeu a Valser para a Coca Cola e passou a dedicar a maior parte do seu tempo na vinícola Argentina.
A primeira safra de Colomè sob sua liderança ocorreu em 2002, em uma mistura de Malbec e Cabernet. Assim como fez em Napa Valley, Hess também criou um impotente museu de arte na Argentina, inaugurado em 2009, mas dedicado às obras de James Turrell.