Adega da Azores Wine Company congrega elementos históricos do arquipélago dos Açores e celebra a tradição do vinho português
por Arnaldo Grizzo
Explore a história da Azores Wine Company, fundada em 2014, e a recuperação da casta açoriana Terrantez do Pico. Desde 2020, a Ilha do Pico, nos Açores, abriga um inovador projeto arquitetônico que combina produção de vinho e espaços de convívio, inspirado nas estruturas históricas da região. Conheça este marco na produção vitivinícola que celebra a tradição e a inovação na vinicultura açoriana.
Há uma década a Azores Wine Company foi fundada por Filipe Rocha, Paulo Machado e pelo enólogo António Maçanita. Este último, em 2010, decidiu recuperar uma casta açoriana praticamente perdida no arquipélago, a Terrantez do Pico, em um projeto conjunto com os Serviços de Desenvolvimento Agrário de São Miguel. A recuperação da Terrantez do Pico está na origem da história da Azores Wine Company.
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Desde 2020, porém, um novo capítulo se abriu na Ilha do Pico, uma das nove que formam o arquipélago dos Açores, um domínio ultramarino de Portugal. Um projeto da SAMI Arquitectos, de Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira, juntamente com a DRDH Architects, dos britânicos Daniel Rosbottom e David Howarth, criou um edifício que combina espaços de produção com lugares de convívio numa única forma que recorda, entre outras coisas, os pátios enclausurados das instituições religiosas, as estruturas históricas mais significativas do Pico e as comunidades para as quais o vinho foi produzido pela primeira vez.
O volume simples e geométrico do edifício encerra um jardim no seu centro e assim o edifício assume a tipologia de um claustro, ecoando os edifícios monásticos que foram historicamente as únicas grandes estruturas da ilha.
Segundo os arquitetos: “A precisão da forma do plano é ajustada em seções para acompanhar o terreno acidentado, que se eleva desde a costa rochosa e varrida pelo vento até o cone da montanha do Pico, o vulcão que domina a ilha.
A relação entre topografia e o horizonte é sentida no movimento em torno da forma reduzida da borda claustral, onde um caminho exterior em rampa contínua sobe de dentro do abrigo da parede delimitadora para abordar a paisagem”.
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Ao longo desse caminho, há uma sequência de espaços de produção, que ocupam três espaços laterais. Dispostas de maneira enfileirada, eles começam em uma série de salas de barricas que sobem a encosta do espaço de entrada para chegar às salas de tanques e, finalmente, culminam em uma sala de degustação com vista para um terraço superior. Abaixo, um hotel com uma sequência de cinco quartos, que ocupam o lado norte inferior do pátio e estão contra a borda linear de uma piscina de retenção de água.
Olhando pelo telhado, o terraço oferece uma perspectiva expansiva, abrangendo a intensa treliça de paredes de pedra de lava, conhecidas como caril, que protegem as vinhas. Para além delas, vê-se as ilhas vizinhas de Faial e de São Jorge ao mesmo tempo que, no sul, a borda do telhado enquadra o topo do vulcão.
A parede externa do prédio é construída de espolia, blocos de pedra de lava recolhidos do chão e empilhados a seco abaixo do plano de concreto do telhado. Internamente, as paredes brancas rebocadas remetem à prática que foi usada para rematar os edifícios mais ricos da ilha. Portas e portões de madeira com tonalidade escura mimetizam com a cor da pedra preta.
O edifício coleta a alta pluviosidade da ilha como fonte de água para a produção, armazenada em uma grande piscina de retenção que forma um foco para o que se torna um jardim íntimo no centro.
Esta é a primeira instalação de produção significativa construída em mais de um século na ilha considerada Patrimônio Histórico pela Unesco.
Abaixo a lista dos melhores vinhos degustados pela Revista ADEGA
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