Projeto da vinícola Lahofer, na República Tcheca, respeita a largura das fileiras de vinhas
por Arnaldo Grizzo
Pouco se fala sobre o vinho tcheco, mas a viticultura do país é bastante tradicional, apesar de bem menos famosa do que de seus vizinhos como Alemanha e Áustria, por exemplo.
Recentemente, a República Tcheca viu nascer uma nova e moderna vinícola na região da Morávia. O estúdio de arquitetura Chybik + Kristof, fundado em 2010 por Ondřej Chybík and Michal Krištof, entregou a estrutura da vinícola Lahofer – um dos maiores produtores de vinho do país.
A empreitada se deu em um vinhedo perto das vilas de Dobšice e Suchohrdly e os desenhos se basearam nas vinícolas arquetípicas da Morávia.
Com cerca de 3.900 metros quadrados, o novo prédio é formado por três estruturas interligadas: uma vinícola, um espaço administrativo e um centro de visitantes com sala de degustação. Mas o grande destaque fica com o telhado inclinado e transitável do centro de visitantes que cria um anfiteatro entre os espaços públicos e as partes do edifício usadas para a produção.
A vinícola usa esse anfiteatro como um espaço comunitário que abriga eventos culturais, incluindo apresentações teatrais e shows de música, entre outras atividades. “O edifício está integrado na paisagem de uma forma que a distância entre as fileiras de videiras determina os elementos estruturais.
Esta série de elementos estruturais forma o espaço do centro de visitantes e a parte administrativa do complexo. E isso se relaciona com a forma arquetípica dos espaços de degustação de vinhos da região, a de uma sala de reuniões com arcos longos”, disseram os cofundadores de Chybik + Kristof.
Dentro do centro de visitantes, arcos de concreto são projetados para se ajustarem ao ângulo específico do teto e espaçados para corresponder às distâncias entre as fileiras de videiras ao redor da vinícola.
Isso serve para guiar o olhar dos visitantes pelos vinhedos, que podem ser vistos através da fachada de vidro que forma uma parede na área de degustação. Além de seguir o traçado das videiras, o edifício de vidro triplo também foi orientado para receber o máximo de luz natural possível.
“Usamos matérias-primas naturais locas, concreto, acabamentos em madeira e uma grande fachada de vidro. O teto é decorado por uma peça de arte que reflete as cores do terroir, do artista contemporâneo local Patrik Hábl”, apontaram os arquitetos.
“As salas de fermentação não são iluminadas naturalmente, pois isso afetaria muito a temperatura e, posteriormente, os vinhos, enquanto os espaços de engarrafamento e as áreas onde os trabalhadores estão presentes durante o dia são”, completaram.
O estúdio distribuiu os espaços de produção por dois grandes salões, com o salão inferior abrigando a produção e instalações para funcionários e o outro abrigando um lagar, adega e cave. A construção durou de cinco anos (2015 a 2020) e consumiu seis milhões de euros.
Confira abaixo mais imagens da bela vinícola Tcheca:
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