Fruto da visão de um empreendedor, vinícola catarinense se destaca no cenário nacional
por Arnaldo Grizzo
Os vinhedos da Vivalti em São Joaquim, Santa Catarina
Vicente Donini está acostumado ao mundo dos negócios. Sabe que há momentos em que o retorno do investimento é mais rápido e também que, na maioria dos casos, é necessário visão, paciência e determinação para alavancar uma empresa.
Entre seus empreendimentos, a marca de roupas infantis Marisol, famosa mundialmente, talvez seja o mais destacado. Mas, antes de fundá-la, ele esteve por 29 anos no Grupo Weg. E o sucesso da Marisol também não veio de um dia para o outro.
Ou seja, Vicente entende perfeitamente o que é aguardar o momento certo. E, em 2015, depois de ter encaminhado e consolidado as transições no comando das empresas da família, decidiu investir em uma paixão. Após tantas viagens pelo mundo, tantas oportunidades de frequentar boas mesas participando de experiências enogastronômicas, passou a olhar com carinho para a serra catarinense e para as origens de sua família.
Descendente das famílias Donini/Ogliari– imigrantes originárias de Cremona e de Bergamo, ambas da Lombardia, que aportaram no Brasil em 1892 e se radicaram em Santa Catarina –, Vicente escolheu uma propriedade com 52 hectares a uma altitude média de 1.310 metros acima do nível do mar, próxima ao centro de São Joaquim, para, com inspiração toscana, dar início à vinícola Vivalti.
O nome tem duas “origens”. A primeira seria uma espécie de contração de Vinhos de Altitude, designação da nova Indicação de Procedência de Santa Catarina. E depois por remeter a Antonio Vivaldi, célebre compositor italiano, famoso especialmente por suas “Quatro estações”, um dos preferidos das playlists de Vicente.
Vinícola está localizada a 1.310 metros acima do nível do mar, próxima ao centro de São Joaquim
Dos 16 hectares de vinhedos previstos, 12 já foram plantados.O projeto de uma vinícola portentosa ainda está em andamento, mas já há espaço para vinificação e receptivo.O enólogo responsável é ÁtilaZavarize, queimpressionou Vicente com seu comprometimento. Segundo ele, antes de aceitar assumir o cargo, o jovem enólogo lhe fez 10 perguntas emblemáticas. Entre as questões, “testes de determinação”, como a possibilidade de dizimar vinhedos cujas uvas não estivessem entregando bons resultados. Ao que teve como resposta: “Com certeza, arrancaria todas as plantas e começaria tudo de novo”. Um passo certamente ousado para quem se aproxima dos seus 80 anos.
“A atividade vitivinícola é de longa maturação, complexa, prazerosa, mas impõe muita resiliência. A sua sustentação ao longo do tempo requer que a família envolvida se apaixone pelo negócio, para que as gerações que se sucedem deem continuidade à atividade com o mesmo entusiasmo, não por obrigação, mas pela satisfação de que o trabalho diuturno vem sendo reconhecido”, finaliza Vicente.
Elaborado exclusivamente a partir de Sauvignon Blanc, sem passagem por madeira este é mais uma ótima versão desse vinho. Chama atenção pela acidez vibrante, pela textura firme e cremosa e pelo final persistente, com toques salinos e de limão siciliano, que convidam a mais um gole. Aqui menos é muito mais.
Este é um rosé de Sangiovese e Touriga Nacional, sem passagem por madeira. Fresco, tenso e vibrante, tem acidez pulsante, textura firme e final saboroso e convidativo, com toques salinos e de limão siciliano.
» Receba as notícias da ADEGA diretamente no Telegram clicando aqui