Essencial para o sacramento da eucaristia, o vinho tem ligação direta com a história cristã
por Glaucia Balbachan
Chamado de vinho canônico ou vinho sacramental, é a bebida exclusiva no momento da consagração, representando o sangue de Jesus nas missas. É uma das partes mais importantes da celebração e segue instruções rigorosas do Vaticano.
Com isso, muitas vinícolas no mundo produzem vinhos de forma exclusiva para missas. Porém, vinhos comuns vendidos em mercados também podem ser usados nessas circunstâncias, mas é importante que a bebida apresente condições que validem o momento eucarístico.
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O vinho precisa ser 100% de uva, sem adição de qualquer produto e considerando o limite de 18º de álcool na bebida. O que é recomendado ao pároco é conseguir um vinho adequado dentro das normas, procurando comprá-lo de vinícolas que respeitem e conheçam as normas envolvidas.
Fato interessante é que nenhum lugar diz que, para representar o sangue de Cristo, o vinho precisa ser tinto. Muitas missas no Brasil costumam ser celebradas com vinho rosado. Os padres em Roma, por exemplo, preferem utilizar o vinho branco para preservar os tecidos da mesa do altar de possíveis manchas.
Ainda na Europa, os vinhos canônicos podem ser doces, licorosos ou mesmo fortificados, estilo que em Portugal é utilizado de forma bem comum. Isso porque são vinhos que aguentam o tempo e o consumo desses vinhos nas celebrações é mais lento pela quantidade de missas realizadas.
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Segundo as regras, as uvas dos vinhos religiosos podem ser Vitis Vinifera (que produz vinhos finos) ou híbridas americanas (e os famosos vinhos de mesa). No Brasil, é comum a utilização das castas Moscato ou Isabel, na sua maioria rosé e apresentando 16% de álcool.
Cinco vinícolas na Serra Gaúcha produzem esses vinhos específicos seguindo todas as normas exigidas pela Igreja: Salton (300 mil litros/ano), Frei Fabiano (50 mil litros/ano), Don Affonso (1 mil litros/ano), Chesini (50 mil litros/ano) e Casa Perini (450 litros/ano).
Outra data especial é quando o Papa visita o Brasil e o vinho também é feito sob medida.
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Em 2013, quando o Papa Francisco veio ao Brasil para visitar e rezar uma missa na Catedral de Aparecida, no interior de SP, o vinho produzido veio de Jundiaí, feito em duas versões: um branco elaborado com Moscato e um tinto feito com a uva Niagara, ambos produzidos pela vinícola Maziero.
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