A seca em Jumilla, na Espanha, já tem causado sérios problemas há três anos seguidos
por Redação
Embora a Espanha esteja nos noticiários pelas fortes tempestades, a safra de 2024 em Jumilla sofreu com uma drástica redução devido à seca prolongada que ameaça vinhedos locais.
Segundo Paco Gil, co-proprietário da Gil Family Estates, que possui vinícolas em oito Denominações de Origem (DO) na Espanha, incluindo Jumilla, destacou os efeitos drásticos da redução das chuvas na região.
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Localizada no interior de Múrcia, a cerca de uma hora de carro de Alicante, Jumilla é conhecida por seu clima árido, solos rochosos e precipitação anual de apenas 300 mm. Devido às diferenças de altitude, a região tem uma das colheitas mais longas da Espanha, que dura aproximadamente três meses.
O gerente de comunicação e marketing dos Vinhos da região, Esther González de Paz, disse que a falta de chuva e o fato de que a maioria dos vinhedos é de Monastrell, uma variedade de sequeiro, sem irrigação, se traduzirá em uma redução de 50% a 80% na colheita de uvas, ao contrário de outras regiões, onde choveu mais e a produção foi positiva.
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A falta de chuvas afetou especialmente a produção da uva Monastrell, a principal variedade da região, que é quase sempre cultivada sem irrigação. O vinhedo Juan Gil, por exemplo, teve uma redução de 60% na produção em relação a um ano médio. A situação já é crítica há três anos consecutivos, mesmo com uma pequena quantidade de chuva que trouxe um pouco de alívio, em setembro.
Os viticultores da região, junto com o Conselho Regulador da Denominação de Origem Protegida (Crdop), os sindicatos agrícolas e a associação de vinícolas, estão pressionando o governo local por soluções, porém, apesar das adversidades climáticas, os vinhos da região têm conquistado reconhecimento internacional. Em recentes competições realizadas com degustações às cegas, eles foram premiados.