por Redação
Já estávamos com toda a pauta pronta, com a revista no ponto para ser impressa quando um burburinho fez com que ficássemos de taças suspensas no ar. De repente, ligações daqui e dali, e a confirmação de que alguma coisa grande estava mesmo acontecendo na indústria nacional. Na sexta-feira, 19 de outubro, importadores e produtores brasileiros sentaram para discutir uma agenda comum para o aumento do consumo no Brasil. Na segunda-feira seguinte, uma excelente notícia para os enófilos brasileiros: a salvaguarda não ocorrerá. Este ano foi marcado pela sombra dessa medida que, mesmo apenas em análise pelo governo, travou todo o setor e causou alvoroço, levando a algumas reações apaixonadas por parte dos mais exaltados defensores de cada lado da moeda. No fim, como manda a razão, todos sentaram à mesa e esperam brindar uma conciliação que traga bons resultados para vinhos nacionais e importados.
ADEGA, assim como você, brinda a essa "paz" com uma edição repleta de reportagens especiais. Começamos por retratar a safra de 1982, que definitivamente foi um marco na história de Bordeaux e acabou transformando os vinhos da região - e consequentemente do mundo, já que os bordaleses sempre estiveram na vanguarda e ditaram moda - e 30 anos depois ainda causa muita controvérsia.
Uma das principais polêmicas envolvendo os vinhos de 1982 está certamente relacionada a Robert Parker, que foi o primeiro a defender a grandiosidade daquele ano e, a partir de então, tornou-se a maior referência entre os críticos do mundo. Assim, pedimos a Christopher Cannan, um influente négociant, que fizesse um perfil de seu amigo Bob Parker. Em seu artigo, você entenderá como funciona o entorno do crítico mais famoso do planeta.
Depois, fomos atrás de outra polêmica, a questão do papel das leveduras no vinho. O que é melhor? As indígenas ou as selecionadas? Essa pergunta atormenta a vida de alguns enólogos e vale compreender como cada uma delas funciona antes de afirmar categoricamente a superioridade de uma sobre a outra. "Naturalistas", como o francês Pascal Jolivet, nosso entrevistado, certamente tendem a defender as leveduras indígenas, assim como a proeminência do Sauvignon Blanc de Sancerre e Pouilly Fumé sobre os outros do globo.
Trazemos ainda uma degustação especial de ícones feitos a partir de Garnacha, uva que vem ganhando fãs a cada dia, e uma prova dos rótulos da primeira Denominação de Origem brasileira, juntamente com a explicação de como esse marco histórico da nossa vitivinicultura pode influenciar os vinhos do Vale dos Vinhedos.
Por fim, brindamos o encerramento da polêmica da salvaguarda e, como ocorre em nossas páginas todos os meses, esperamos que haja espaço para vinhos de todos os lugares.
Saúde,
Christian Burgos e Arnaldo Grizzo
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