Tara White Wine 3 é feito com uvas cultivadas no Valle del Huasco, a mais de 700 km ao norte de Santiago
Silvia Mascella Rosa Publicado em 28/04/2022, às 11h45
A equipe de ADEGA já esteve umas tantas vezes na Vinícola Ventisquero, e o que sempre impressiona é o potencial de inovação sem perder de vista a alta qualidade dos produtos. Uma das maiores e mais modernas vinícolas chilenas, eles fazem vinhos com uvas de várias regiões do país, aproveitando as particularidades (e os desafios) de cada terroir. Um dos motes da empresa é o 'espírito desafiador'.
Com vinhedos próprios em Maipo Costa, Casablanca, Leyda e Huasco, o vinho que nosso editor Eduardo Milan recentemente degustou foi o Tara Atacama 2020, cujas uvas são cultivadas no Valle del Huasco, a mais de 700 km ao norte da capital Santiago.
O vale já pertence à região do deserto do Atacama (o mais seco do mundo), e as uvas são cultivadas em solos costeiros e salinos, protegidos da imensa secura por uma brisa úmida que sopra do Oceano Pacífico duas vezes ao dia, chamada de Camanchaca. Alejandro Galaz, enólogo da empresa há 20 anos conta que a salinidade do solo, mais do que a proximidade do deserto chegou a assustar: "O solo de Huasco tem de 20 a 30 vezes mais sódio do que o recomendado para o cultivo das videiras e foi necessário plantar duas vezes, na segunda com um porta-enxerto diferente. E mantemos um sistema de irrigação mais ativo, para tirar o sal que fica no solo", explicou Galaz.
Para fazer essa primeira safra de Sauvignon Blanc de solos que, além de salinos são calcários, a fermentação foi espontânea, sem adição de leveduras, como explicou Eduardo em sua resenha. O vinho obteve 94 pontos e o extremo do terroir se revela na degustação: "tem um caráter único, impressionando pelas notas salinas e de ervas, envolvendo a fruta branca e de caroço", disse o degustador. São apenas 3.630 garrafas desse vinho que se diferencia, também pelos 12 meses que estagiou em ovos de concreto. Para ler a análise completa, clique na garrafa: