Devastação

140 hectares de vinhedos abandonados em Bordeaux por briga judicial

Empresa chinesa desistiu da compra dos 140 hectares e os abandonou no Médoc, em Bordeaux

Imagem 140 hectares de vinhedos abandonados em Bordeaux por briga judicial

por Redação

Uma propriedade de 140 hectares em Bordeaux está tirando o sono dos viticultores da região. Os vinhedos do Château Bessan Ségur, um cru-bourgeois no norte do Médoc, em Blaignan, estão totalmente abandonados e tomados por bolor e podridão negra.

Segundo os proprietários de terras próximas, o vinhedo é uma grande fonte de contaminação para todo o Nord Médoc. Um quadro apocalíptico que pesa diretamente nas propriedades vizinhas, que já enfrentam uma pressão de mofo sem precedentes. 

A grande dificuldade em resolver o problema é que ninguém se reconhece oficialmente como proprietário do vinhedo. A família Lacombe, declarou que o cru esteve sob sua responsabilidade até 2019, quando negociou a venda para a subsidiária francesa do grupo de distribuição chinês Dashang, a France Fortress.

Já uma fonte envolvida no assunto, afirmou que o grupo chines desistiu do negócio. “Sem uma linha estratégica, as posições chinesas mudaram por falta de vendas suficientes de seus vinhos Bordeaux e querer voltar atrás em seus compromissos de compra", apontou a fonte ao site francês Vitsphere.

A família Lacombe lançou uma ação legal reivindicando um compromisso irrevogável por € 18,4 milhões. A Justiça se pronunciou duas vezes nesse sentido: com as sentenças que forçaram a venda em 8 de setembro de 2020 e em 9 de março de 2023. Sem desistir, a France Fortress continua contestando a obrigatoriedade da compra.

De acordo com Louis Lacamp, defesa da família Lacombe, desde o julgamento de 9 de março de 2023, a France Fortress é a operadora do domínio. “O recurso é vinculante, não há renúncia. Mas o grupo chinês se recusa fazer o pagamento".

Contatada pelo site Vistpehere, a direção da France Fortress respondeu que a empresa está passando por mudanças e que a nova gestão irá assumir a operação."Lamentamos muito os prejuízos causados ​​por uma gestão anterior inadequada. Reforçamos que nossa empresa é responsável e contribuiu muito para o comércio chino-francês, bem como para a indústria do vinho na última década", diz o comunicado.

palavras chave

Notícias relacionadas