A casta Aglianico tem origem ainda incerta, mas os vinhos que ela produz no sul da Itália são comparados a grandes nomes como o Barolo
por Arnaldo Grizzo
A Aglianico é uma das uvas mais comuns das regiões do sul da Itália, principalmente nas regiões da Campania, Basilicata, Puglia, Molise e Calábria, gerando vinhos muito concentrados e tânicos, ela é responsável por vinhos clássicos como os Taurasi
Há diversas hipóteses sobre a origem da Aglianico, uma delas diz que seria uma uva de origem grega, pois o nome derivaria de “hellanico”.
Contudo, essa teoria hoje é pouco aceita apesar de alguns sinônimos serem Ellanico e Ellenico, porém, estudos de DNA mostram que a Aglianico não tem parentesco próximo com nenhuma uva grega moderna, tendo mais semelhanças com outras uvas do sul da Itália, como a Aglianicone.
A sua origem pode estar um tanto quanto a oeste da península Itálica, já que a primeira menção a Aglianico é de 1520 pelo conde de Conversano que aponta para a origem espanhola do nome (já que os espanhóis dominaram a Itália Central nos séculos XV e XVI) e derivaria de llano (ou plano), dando origem à La Glianica (ou seja, a uva da planície).
O certo é que a casta é bem antiga, tanto que alguns autores especulam que a Aglianico possa ser a uva usada no mais famoso vinho do Império Romano, o Falerno.
Além do sul da Itália, onde dá origem a diversos vinhos, incluindo o Taurasi, dito “Barolo do Sul”, a Aglianico é pouco difundida pelo mundo, com plantações na Austrália e na Califórnia.
Este vinho traz a pura tipicidade da Aglianico, o estágio de 10 a 12 meses em barricas de carvalho, ajuda a trazer complexidade para esse vinho extremamente gastronômico, não dá para imaginá-lo longe da mesa, de preferência na companhia de preparações que levem cogumelos ou trufas.