Masi Costasera Amarone della Valpolicella Classico
por Por Eduardo Milan
Degustações verticais são sempre boas oportunidades para conhecer melhor o estilo de um produtor e, principalmente, comprovar a capacidade de envelhecimento dos vinhos produzidos por ele. Assim, em recente degustação vertical de Costasera Amarone della Valpolicella Classico, da vinícola Masi, a equipe de ADEGA teve oportunidade de provar as safras 1988, 1990, 1997 e 2007 desse ícone italiano produzido no Vêneto. Para finalizar, foi oferecido ainda um Recioto.
Costasera é um vinhedo de exposição oeste (com maior exposição solar) com as vinhas olhando o belíssimo lago de Garda de cima, beneficiando-se dos reflexos da luz na água e do clima mais ameno.
Nessa prova, o enólogo da casa, Andrea Dal Cin, estava presente e escolheu essas safras por todas serem consideradas cinco estrelas, ou seja, excepcionais. Vale notar que essas estrelas aparecem no próprio rótulo do vinho, sendo um indicativo ainda maior de sua qualidade. Durante a degustação, essa qualificação pôde ser testada e aprovada por um seleto grupo de convidados, que se surpreenderam, entre outras coisas, pela complexidade aromática, pelo estado de conservação e pela elegância dos vinhos provados, principalmente os de safras mais antigas.
Amarones ganham muito com a guarda, com aromas mais finos e estrutura mais polida
De fato, ficou claro que apesar de poderem ser bebidos jovens, os Amarones ganham muito se guardados por algum tempo em garrafa. Esse ganho se dá tanto em termos aromáticos – os aromas ficam mais finos e complexos, mostrando mais claramente as notas de cereja – quanto gustativos, já que os taninos ficam mais macios, a madeira melhor integrada, tudo mais polido e equilibrado, ressaltando a qualidade da fruta e a acidez refrescante.
Grupo de convidados se surpreendeu com a complexidade aromática dos vinhos
Masi, Vêneto, Itália (Mistral – fora de catálogo). Segundo Andrea Dal Cin, 1988 foi um ano bastante quente. Apresenta cor vermelho-rubi de reflexos acastanhados e aromas complexos de frutas vermelhas mais passadas e em compota, notas de cerejas ao licor, toques herbáceos, florais, especiados, de alcaçuz e tabaco, tudo envolto por notas balsâmicas. Em boca, mostra uma fruta mais elegante, acidez vibrante, tem taninos finos e ainda presentes, ótima persistência e final longo e agradável. Elegante, classudo, em perfeita forma. Final de chocolate amargo muito agradável. EM
Masi, Vêneto, Itália (Mistral US$ 355). Apresenta cor vermelho-rubi de reflexos atijolados e aromas de frutas vermelhas maduras, lembrando cerejas e ameixas, notas especiadas, florais e de terra, além de toques de alcaçuz, tabaco e chocolate. Em boca, tem ótima acidez e estilo mais cheio e concentrado, mas mantendo a estrutura, taninos e a elegância. Ótima persistência e final longo. EM
Masi, Vêneto, Itália (Mistral US$ 245). Segundo Andrea Dal Cin, 1997 foi um ano extraordinário, o melhor do século. Apresenta cor vermelho-rubi puro e aromas de frutas vermelhas mais maduras e em compota, notas florais, terrosas e de especiarias doces, além de toques balsâmicos, alcaçuz e de terra úmida. Em boca, é frutado, estruturado, potente, tem ótima acidez, taninos finos e final longo e persistente, com notas tostadas e de chocolate amargo. Lembra a austeridade do 1988, com a fruta e a exuberância do 1990. Excelente e com, pelo menos, mais 10 anos pela frente. EM
Masi, Vêneto, Itália (Mistral US$ 186). Vermelho-rubi mais intenso e com reflexos violáceos. Os aromas aqui são de frutas vermelhas e negras mais maduras, como cerejas e cassis, e ainda tem notas florais, tostadas, de terra úmida e chocolate amargo. No palato, mostra essa fruta mais madura, é quente, estruturado, potente, suculento, tem ótima textura e final longo e persistente, confirmando o nariz. Apesar de suculento e muito gostoso de beber agora, está jovem e mostra a vitalidade e energia para enfrentar longos anos. Irmão mais novo do 1997. EM