Acusados de comercializar vinho espanhol como vinho de Bordeaux são condenados na França
por Paula Daidone
Uma rede de falsificação de vinhos foi descoberta e condenada pelo Tribunal Judicial de Bordeaux. Segundo a corte, 35 mil hectolitros de vinho espanhol, o que representa cerca de quatro milhões e meio de garrafas, atravessaram a fronteira dos Pirineus, na Espanha, para serem comercializados como vinho de Bordeaux. Considerada uma das maiores fraudes do vinho francês, a rede esteve ativa entre 2014 e 2016.
Aproveitando a pequena colheita da vindima de 2013, o grupo gerou mais de 1,2 milhões de euros de lucro com vinhos a granel rotulados com diferentes denominações, como Charente, Blaye e Médoc, além das conceituadas Saint-Émilion, Pomerol, Saint-Julien e Margaux. Também foram comercializados como vinho de mesa francês, uma vez que o preço inicial do produto ainda é superior ao do vinho de mesa espanhol. Os vinhos entraram em mais de 130 caminhões cisterna provenientes da Espanha.
Os cinco integrantes da quadrilha foram condenados a até dois anos de prisão e multas, que somadas, passam de meio milhão de euros. Recai sobre eles as acusações de falsificação de documentos, engarrafamento, corretagem e venda de vinho, além de diversas ações cíveis.
De acordo com o processo, a Celliers Vinicoles du Blayais era a adega responsável por transformar vinho espanhol em vinho de mesa francês e a Defivin convertia o produto espanhol em vinho de diferentes denominações de origem, como Margaux, Saint-Julien, Montagne Saint-July e Saint Émilion. Após a decisão do Tribunal Judicial de Boderaux, os envolvidos não poderão voltar a trabalhar no vinho.
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