Em meio à menor colheita em quatro décadas, setor vinícola aposta na qualidade da safra, nas certificações ambientais e na diversificação
por Redação
Durante o evento Découvertes en Vallée du Rhône, a interprofissão do Vale do Rhône apresentou um panorama preocupante, mas com sinais de resiliência para o setor vinícola em 2025. A safra de 2024, apesar da queda de 11% na produção em relação ao ano anterior — o menor volume em mais de 40 anos — foi considerada de qualidade excepcional, com vinhos equilibrados e expressivos.
O presidente da Inter Rhône, Philippe Pellaton, destacou a relevância econômica da viticultura na região, que representa 45 mil empregos. A produção caiu em todas as categorias de vinho, mas o tinto mostrou maior resistência. O branco, novo foco estratégico, ganhou força: 10% do volume produzido.
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Do lado ambiental, os produtores obtiveram avanços, com 60% da colheita de 2024 inserida em programas ambientais como as certificações AB (orgânica) e HVE (alta valorização ambiental).
Na exportação, a estabilidade de volume foi um alento, com destaque para Bélgica, Reino Unido e América do Norte. No entanto, queda de 4% no valor médio e incertezas sobre a aplicação imediata, ou não, das tarifas nos EUA geram apreensão. A expectativa é que caso se concretizem, o setor necessitará buscar novos mercados.
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Para o futuro, a estratégia inclui incentivo à produção de brancos, promoção mais segmentada e investimentos em enoturismo e sustentabilidade, com apoio do programa VITILIENCE para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. A palavra de ordem da interprofissão é clara: adaptação com inteligência.
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