Ajuda do governo francês oferece solução paliativa para produtores em dificuldades
por Redação
A crise recente na Europa e no mundo, aliado a redução no consumo de vinhos na França, levou muitos vinicultores a crise, com elevadas dívidas. O governo francês tem atuado para amenizar as dificuldades, com a oferta de uma concessão de crédito de 160 milhões de euros, para destilação de vinho indesejado em álcool industrial.
Outra solução dos produtores é a redução das áreas de cultivo, regularizando sua capacidade as reais necessidades do mercado. O conselho do vinho de Bordeaux (CIVB, em francês) solicitou um pagamento aos produtores de 10.000 euros por hectare, para cobrir os custos de arranque das vinhas em excesso. A entidade prevê que os produtores deverão eliminar ao menos 10 mil hectares para equilibrar a produção nos próximos anos, com custo estimado em 100 milhões de euros, pouco menos que o Estado francês propôs aportar para destilar vinho em álcool etílico.
Mesmo com menor área destinada a produção em Bordeaux, e a transformação dos estoques sobressalentes de vinho em álcool, CIVB acredita que a solução é temporária e não permitirá reequilibras a oferta e demanda no longo prazo. Recentemente a Câmara de Agricultura de Gironda divulgou que 1.320 produtores estão em dificuldades financeiras, com ao menos 25% deles buscando formar de arrancar parte de suas vinhas.
As ações do governo francês são limitados, por regulamentos da União Europeia, de subsidiar a remoção de terras agrícolas da produção, visando evitar o uso abusivo do poder do Estado.
Um dos temores da CIVB é que com retração do mercado local os produtores passem a acumular dívidas em um nível perigoso no médio prazo.
O ministro francês da Agricultura, Marc Fesneau, reuniu-se recentemente com representantes do vinho de Bordeaux e ofereceu € 160 milhões em financiamento para a destilação de vinho indesejado em álcool industrial. Uma medida similar foi adotada em 2020, quando a demanda francesa desabou por conta dos efeitos da pandemia, mas os produtores alegam que, em apenas dois anos, a produção mesmo em menor escala repôs os estoques nos mesmos níveis excedentes de 2019.