Mundo Vino

Garrafa de US$ 225 mil quebrada no salão e o destino trágico dos vinhos de Thomas Jefferson

por Redação

As garrafas que teriam pertencido à rara coleção particular de Thomas Jefferson renderam muitas histórias e inspiraram o livro 'O vinho mais caro da história', cujo título original é 'The Billionaire's Vinegar'. Traduzindo: o vinagre dos bilionários 

O controverso e fechado universo dos colecionadores milionários de vinhos raros, que atingem preços inimagináveis em leilões, já produziu vexames históricos ligados à exibição e ostentação de garrafas que, por mais contraditório que possa parecer, muito provavelmente, jamais seriam abertas.

A não ser que se quebrassem nas mãos de algum vendedor desastrado. Ou que a rolha caísse dentro da garrafa devido à absoluta falta de cuidados na conservação. Para citar dois exemplos famosos ocorridos com dois vinhos que, tendo seus valores de compra somados, atingem a casa US$ 380 mil.

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O Château Lafite, uma das vinícolas históricas de Bordeaux, produzia os vinhos favoritos de Thomas Jefferson, que comprava muitas caixas das melhores safras

Curiosamente, as duas garrafas em questão teriam pertencido ao ex-presidente norte-americano Thomas Jefferson (1743-1826), um enófilo de importância histórica cujo nome é marca de imensas polêmicas e acusações de falsificação recentes, desde que leiloeiros e especialistas 'desencavaram' diversos vinhos de sua suposta coleção particular.

Primeiro foi o Château Lafite de 1787, a garrafa com as iniciais de Thomas Jefferson comprada em 1985 pelo empresário e editor Malcom Forbes, num leilão histórico na Christie's de Londres, por US$ 156.450.

William Sokolin entrou para a história como o comerciante que obteve o raríssimo Margaux em consignação e quebrou a garrafa numa festa onde a levou apenas para exibir aos convidados

O objeto acabou dentro de caixa numa parede da Forbes Galleries, exibido (e aquecido!) sob um holofote de halogênio. Certo dia, quando a equipe da casa estava retirando a garrafa para uma foto, alguém notou que havia algo boiando no líquido. Era a rolha. O fim trágico de um investimento, para muitos, insano.


Mas ainda pior aconteceu com um Château Margaux da mesma safra de 1787, igualmente gravado com as iniciais 'TJ'. Serelepe pelo salão do hotel Four Seasons, em Manhattan, num domingo de 1989, em evento 'black tie' com a nata do vinho, incluindo a presença dos donos e produtores do Margaux, o comerciante William Sokolin desfilava exibindo a garrafa com preço fixado em US$ 225 mil.

Verdadeira ou falsa? A garrafa do Lafite 1787 foi encontrada por Hardy Rodenstock, tido por muitos como um dos maiores falsificadores da história dos vinhos, e vendida por uma fortuna ao milionário Malcom Forbes

Descuidado, esbarrou com a bolsa num carrinho de garçom e quebrou a dita cuja no fundo, deixando as manchas mais caras na história do tapete do  hotel. Atônito e diante de um público boquiaberto, correu para casa com a garrafa pingando na bolsa e conseguiu 'salvar' meia taça, que colocou em copo de plástico no congelador - um gesto desesperado e sem sentido. Antes, bebeu um gole. Disse que reconheceu o líquido como vinho, embora ruim.

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