por Eduardo Milan
O frio chegou no Sul e Sudeste do Brasil. Os termômetros já registram temperaturas de um dígito. Oportunidade perfeita para abrir um vinho e esquentar a alma. Por isso, separamos uma combinação de vinhos e pratos que serão grandes aliados para tornar suas tardes e noites mais agradáveis.
As temperaturas baixas - que nos fazem vestir roupas mais quentes, nos desencorajam de enfrentar atividades ao ar livre e trazem consigo até uma certa "preguiça" para acordar pela manhã - têm também seu lado bom. O friozinho nos convida a ambientes mais aconchegantes, a desfrutar da companhia de amigos, evoca o romantismo, o prazer de estar com a pessoa amada, de curtir selecionar o filme a ser assistido debaixo dos cobertores.
Nesse contexto, nosso apetite costuma ficar mais voraz, ávido por saborear pratos impensáveis no verão, alimentos mais calóricos, que nos forneçam mais energia e ajudem nosso corpo a manter a temperatura, como cozidos fumegantes, assados e molhos encorpados. Sopas substanciosas (como ribollita ou minestrone), cassoulet, boeuf bourguignon, risotos, massas gratinadas, fondues, queijos e embutidos... os pratos de inverno parecem ter sido criados para acompanhar uma garrafa de vinho.
Não é à toa que o frio sempre esteve intimamente ligada ao vinho - alguém já pensou em apreciar uma deliciosa polenta cremosa com ragu ao lado de uma gelada caipirinha, por exemplo? - o mercado percebe um aumento no consumo de rótulos. De fato, embora o vinho possa, e deva, ser apreciado durante o ano todo, muitas vezes é considerado sinônimo de temperaturas baixas..
Assim como nossos desejos se curvam à boa gastronomia, no clima frio nosso paladar costuma se ajustar para degustar vinhos mais encorpados, de maior teor alcoólico, estruturados e tânicos, mais potentes e opulentos, características regularmente associadas a tintos. Entretanto, muitos dos pratos de inverno ficam ótimos e merecem ser experimentados na companhia de brancos; obviamente, não estamos falando de brancos leves e joviais (como Sauvignon Blanc, por exemplo), mas sim dos mais encorpados, que na maioria das vezes tiveram estágio, ou até mesmo fermentação, em madeira, o que lhes confere mais untuosidade e estrutura, e que por vezes podem chegar a ser maiores do que as de alguns tintos e os tornam ideais para acompanhar certas iguarias.
Para facilitar sua vida, ADEGA enumerou alguns pratos que casam bem com o frio, além de alguns tipos de vinhos que podem acompanhá-los. O rol é exemplificativo, nosso intuito é incentivá-lo a tirar o melhor proveito da estação. Além disso, selecionamos 18 rótulos entre tintos e brancos, ideais para tornarem esses dias frios mais quentes e aconchegantes.
Prato típico da culinária francesa, trata-se de um cozido à base de carne de galo (opcionalmente frango) e vinho. Vai bem com Borgonha tinto ou Pinot Noir californiano, por exemplo, mas experimente também com vinhos espanhóis da região de Rioja, tanto Crianza, quanto Reserva.
O bacalhau é um peixe substancioso, que por si só combina com a estação. Normalmente, suas preparações tendem a ser ricas em azeite. Quando preparado em receitas cremosas, como, por exemplo, às natas (desfiado ou lascado, envolvido num refogado de cebola juntamente com batatas fritas, molho bechamel, natas e, em seguida, gratinado), é uma aposta certa para agradar o paladar quando o tempo está frio. Uma sugestão são os brancos portugueses fermentados e estagiados em barrica, ou então Chardonnay do Novo Mundo com boa dose de madeira, como os americanos, chilenos e argentinos, mas tente também um tinto jovem.
Prato típico do Paraná, para o tradicional barreado as carnes são cozidas em um caldeirão de barro bem vedado em baixa temperatura e por longuíssimas horas, fazendo-as "desmanchar" e gerando um molho bastante rico. Normalmente, é servido com farinha de mandioca e frutas, especialmente bananas grelhadas. Por sua complexidade, harmoniza bem com tintos de maior gama, como por exemplo, os grandes vinhos do Douro e do Alentejo, em Portugal. Experimente também com tintos barricados de Mencía, da região de Bierzo, na Espanha.
Mais um clássico francês, à base, neste caso, de carne (normalmente músculo) cozida em vinho tinto, com cenouras, champignons, batatas e cebolas. Divino se acompanhado de Pinot Noir encorpados, não apenas da Borgonha, mas também do Oregon, da Nova Zelândia e, por que não, da América do Sul. Apesar dessa combinação tradicional, outros tintos fazem ótimo par com esse estilo de prato, como, por exemplo, os espanhóis com base em uva Garnacha ou mesmo um bom tinto de Nebbiolo, como um Barbaresco.
Originário do Piemonte, este prato é bastante adequado ao inverno, por ser um ensopado robusto preparado com vinho tinto bem encorpado, preferencialmente o próprio Barolo. Barolo, Barbaresco, Brunello di Montalcino, Rhône, Shiraz de Barossa, Cabernet Sauvignon do Novo Mundo, além de tintos espanhóis, lhe fazem boa companhia.
Uma massa recheada de formato delicado, servida em um caldo fumegante e rico, feito à base de legumes, carnes e aromáticos, não poderia combinar mais com a estação. Como o recheio da massa normalmente leva miúdos de ave e especiarias, tintos de leve a médio corpo com boa acidez, como Chianti e Valpolicella, por exemplo, são boas sugestões para escoltar.
Provavelmente a mais famosa sopa de Portugal, feita com batatas, couve e linguiça portuguesa. A combinação tradicional pede um tinto leve, como Valpolicella, Beaujolais-Villages ou Pinot Noir sem passagem por barrica, mas brancos com pouco estágio em madeira, por exemplo, portugueses ou espanhóis, podem acompanhá-la com maestria.
Carnes de animais de caça como faisão, por exemplo, têm sabor intenso e textura firme. Quando preparadas com castanhas, pinhões ou cogumelos ficam deliciosas e bastante apropriadas para o frio. O mesmo se pode dizer da carne de cordeiro. Vale aqui apreciá-las com tintos excelentes, maduros, como os de Bordeaux e vinhos também de alta gama produzidos no Novo Mundo e Rioja.
Prato francês do Languedoc, o cassoulet, assim como a nossa feijoada, pode sofrer algumas variações, dependendo da temporada ou da região, mas é basicamente feito com feijão branco, linguiças, carnes de porco e cordeiro, além de confit de pato. Bastante rico, faz par perfeito com tintos frutados, como Morgon - cru de Beaujolais, que costuma resultar em vinhos encorpados a partir da uva Gamay - , ou mais robustos, como Cahors, na França, ou os da Bairrada, em Portugal. Experimente também com Malbec argentinos estagiados em madeira.
Talvez uma das primeiras coisas que venha à nossa mente quando pensamos em reuniões de inverno com amigos sejam os tradicionais "queijos e vinhos". O sucesso dessa fórmula reside mais na praticidade do que no casamento perfeito entre a dupla. Queijos costumam ser bastante gordurosos e, assim, afetam a percepção gustativa da bebida.
Então, cada tipo de queijo harmoniza com um tipo de vinho. E, ainda que a maioria das pessoas pense em consumir queijos com vinho tinto, a verdade é que os brancos são bem mais versáteis nesse caso. O ideal seria servir um vinho para cada queijo, mas, como nem sempre o ideal é possível, existem algumas dicas que podem ajudar.
Queijos azuis, como gorgonzola, roquefort e stilton: normalmente têm considerável teor de gordura e sabor picante, tornando-os boa companhia para vinhos que acompanhariam sobremesas, como brancos de Sauternes ou outro branco doce de bom equilíbrio acidez/doçura. Outra opção são os vinhos do Porto, principalmente LBV ou Vintage mais novos.
Queijos de massa mole e casca aveludada, como brie e camembert: por seu sabor rico e concentrado, casam melhor com vinhos brancos, de uvas Chardonnay ou Viognier. Se a preferência for por tintos, tente com Pinot Noir, Merlot ou Sangiovese.
Queijos semiduros como gouda, gruyère, emmental, maasdam: são opções que costumam agradar a todos. Vão bem com brancos encorpados, como Chardonnay ou brancos da Rioja. No tocante a tintos, os dois primeiros harmonizam bem com vinhos encorpados; os dois últimos, com tintos de médio corpo.
Parmesão e grana padano: duros e de consistência granulosa, harmonizam com vinhos fortificados, como Porto, ou tintos doces de colheita tardia. Não deixe de experimentar com Amarone.
Uma delícia o ano todo, o foie gras agrada ainda mais no inverno por conta de sua untuosidade elegante. A combinação clássica é com Sauternes, mas tente também com outros vinhos doces concentrados da Alsácia, da Alemanha, ou até mesmo os Tokaj da Hungria e alguns doces do Novo Mundo.
Inverno lembra fondue, não tem jeito. Normalmente, fondues são servidas com vinho tinto. Entretanto, vale experimentar a versão de queijo com brancos, sejam eles maduros e bem estruturados, como Chardonnay do Novo Mundo, ou então mais leves, de pronunciada acidez, secos ou meio secos, como os Riesling alemães, por exemplo. A versão de carne harmoniza com tintos bem frutados, como Cabernet Sauvignon da Califórnia e do Chile, Malbec da Argentina ou vinhos de média gama do Douro, em Portugal, e de Ribeira del Duero, na Espanha.
Corte bovino rico em colágeno e gordura, além do tutano existente no interior do seu osso (daí o nome "ossobuco"). Fica ótimo na companhia de Barolo, Barbaresco, Sangiovese e Cabernet Sauvignon de mais corpo.
Sopa de feijão e verdura, substanciosa, rústica e espessada com pão. Vai bem com Chianti, Valpolicella, Tempranillo tipo "Joven", Languedoc e Roussillon.
Arroz, vinho, manteiga, queijo, textura cremosa... risoto é comida aconchegante, quentinha e bastante versátil, que cai muito bem no inverno. A companhia ideal para harmonizá-lo vai depender do tipo de risoto. Vale pensar sempre nos ingredientes da preparação para definir o vinho ideal. Para o risoto de funghi: recomenda-se tintos maduros e aveludados, como Borgonha, Bordeaux e Rioja. Os risotos de legumes ou de queijo são bem escoltados por brancos das uvas Chardonnay, Alvarinho e Sémillon. Para acompanhar os risotos de carne e linguiça, costumam fazer bonito os tintos italianos de corpo leve ou médio, como por exemplo, Chianti, Valpolicella, Dolcetto d'Alba e Barbera. Experimente também com tintos da Sicília que tenham base em Nero d'Avola e/ou Nerello Mascallese.
Os suflês saídos do forno, altos e fumegantes, são ótimos para nos aquecer. O tradicional de queijo casa bem com brancos de médio corpo, com pouca ou sem passagem por madeira. Chardonnay ou Viognier mais frescos são boas opções, bem como Riesling secos ou meio secos. Tintos são mais arriscados, mas, se optar por eles, prefira os sem madeira e menos estruturados e tânicos. Uma boa opção podem ser os espanhóis tipo "Joven", Sancerre tintos ou os Borgonha Villages. Quando sobremesa, dependendo de seu ingrediente principal, ficam ótimos com Late Harvest (suflês de frutas) e Portos (suflê de chocolate).
Ernesto Catena, Mendoza, Argentina. Filho de Nicolás Catena, Ernesto é o responsável por elaborar este branco com base em Chardonnay, mas de corte não revelado, daí o nome Misterio. Apresenta cor amarelopalha de reflexos esverdeados e aromas de frutas tropicais e cítricas maduras, notas florais, tostadas e de frutos secos, além de toques minerais e de baunilha. No palato, é frutado, estruturado, redondo, tem bom volume de boca, acidez refrescante e final persistente. Surpreende pelo equilíbrio do conjunto. Por ser mais encorpado, deve ir bem na companhia de peixes ou carnes brancas mais gordurosas. Tente com bacalhau. Álcool 13,8%. EM
Campo al Mare, Toscana, Itália. 90% Merlot, 5% Cabernet Franc e 5% Petit Verdot, provenientes das melhores parcelas de vinhedos plantados nas áreas costeiras de Bolgheri. Apresenta intensa cor vermelhorubi de reflexos violáceos e aromas de frutas vermelhas maduras, quase em compota, notas florais, minerais e de especiarias doces, além de toques tostados e herbáceos. No palato, é frutado, elegante, equilibrado, untuoso, tem acidez na medida, bom volume de boca, ótima textura e final persistente. Vinho diferenciado, extremamente agradável de beber agora, mas que deve melhorar muito com 4/5 anos de garrafa. Carnes de caça assadas ou ensopadas devem acompanhá-lo com maestria. Álcool 15,5%. EM
Bodegas Balbas, Ribera del Duero, Espanha. Nas mãos da mesma família há quatro gerações, a vinícola foi fundada em 1777 e elabora este tinto a partir de 90% Tempranillo e 10% Cabernet Sauvignon, com estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês e americano. Apresenta intensa cor vermelhorubi de reflexos violáceos e aromas de frutas negras mais maduras, quase em compota, envoltos por notas florais, herbáceas e tostadas, além de toques de tabaco e de especiarias doces. Em boca, confirma essa fruta mais madura, é suculento, estruturado, encorpado, redondo, tem taninos macios e final persistente, lembrando baunilha e chocolate. Por seu corpo e seu volume de boca, é indicado para acompanhar carnes vermelhas ou de caça mais gordurosas e condimentadas. Álcool 14%. EM
Bodega Tinedo, La Mancha, Espanha. A vinícola possui 47 hectares de vinhedos no coração de La Mancha, de onde vêm as uvas 92% Tempranillo e 8% Cabernet Sauvignon para elaborar este tinto, com estágio de 18 meses em barricas usadas de carvalho. Apresenta cor vermelhorubi de reflexos violáceos e aromas de frutas vermelhas mais frescas, notas florais, tostadas, de especiarias doces e de chocolate, além de toques de tabaco e de alcaçuz. No palato, é frutado, estruturado, tem boa acidez, taninos finos e final persistente. Chama atenção pela textura e pelo volume de boca, sem comprometer seu frescor e a sua fruta. Ideal para acompanhar embutidos e queijos curados. Álcool 14,5%. EM
Terra Remota, Empordà, Espanha. Jovem vinícola fundada no ano 2000 e localizada na Catalunha, entre Barcelona e os Pirineus, é comandada pelo casal Marc e Emma Bournazeau. Tinto composto de 35% Syrah, 35% Grenache, 20% Cabernet Sauvignon e 10% Tempranillo, com estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês. Apresenta intensa cor vermelhorubi e aromas de frutas vermelhas e negras maduras e em compota, notas florais, herbáceas e minerais, além de toques tostados, de especiados e de alcaçuz. Em boca, confirma a fruta do nariz, é suculento, estruturado, balanceado, tem taninos macios, acidez vibrante e final longo e saboroso. Chama atenção pela intensidade e equilíbrio do conjunto. Experimente com carré de cordeiro ou carnes de caça em geral. Álcool 13,5%. EM
Bodegas Carlos Serres, Rioja, Espanha. A vinícola foi fundada em 1896 por Carlos Serres e elabora este tinto a partir de 90% Tempranillo e 10% Graciano, com estágio de 24 meses em barricas de carvalho francês e americano. Apresenta cor vermelho-rubi de reflexos acastanhados e aromas de frutas vermelhas e negras mais maduras, notas florais, minerais, tostadas e balsâmicas, além de toques especiados e defumados. No palato, tem um estilo menos concentrado - típico da Rioja - é frutado, redondo, tem boa acidez, taninos macios e final persistente e elegante. Sutil e gostoso de beber, deve ficar ainda melhor na companhia de embutidos ou queijos duros. Álcool 13,5%. EM
Château Haut Bergeron, Bordeaux, França. A família Lamothe, tradicional produtora da região, elabora esse típico branco doce a partir de uvas 90% Sémillon, 5% Sauvignon Blanc e 5% Muscadelle, com estágio entre 12 e 18 meses em barricas de carvalho francês. Apresenta linda cor amarelo-dourado e aromas complexos de frutas cítricas e de caroço maduras e em compota, notas florais, minerais e de frutos secos, além de toques de mel e de baunilha. No palato, é frutado, limpo, estruturado, redondo, balanceado, untuoso, tem bom volume de boca e final persistente. A ótima acidez contrapõe sua doçura, tornando-o gostoso de beber sem ser enjoativo. Queijos azuis e foie gras são combinações ideais. Álcool 13,5%. EM
Conceito, Douro, Portugal. A família Costa Ferreira é proprietária da vinícola localizada no Douro Superior e sob a responsabilidade da jovem enóloga Rita Ferreira elabora esse branco a partir de 40% Códega, 40% Rabigato e 20% outras variedades como Viosinho e Gouveio, com fermentação e posterior estágio de 10 meses em barricas de carvalho. Apresenta cor amarelo-palha de reflexos esverdeados e aromas de frutas brancas e cítricas maduras, notas florais, herbáceas e minerais, além de toques de frutos secos e de baunilha. No palato, confirma esse estilo de fruta mais fresca e a madeira está muito bem integrada, aportando complexidade ao vinho. É equilibrado, estruturado, tem acidez refrescante e final persistente. Surpreende pela elegância e finesse. Ideal na companhia de frutos mar, peixes mais gordurosos e carne de vitelo. EMSE
Dominio de Tares, Bierzo, Espanha. Dominio de Tares está localizada na parte superior de Bierzo, em San Roman de Bembibre e é uma das referências em qualidade na região. Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Mencía, com estágio de nove meses em barricas novas de carvalho francês. Apresenta cor vermelhorubi de reflexos púrpura e aromas de frutas vermelhas maduras, notas florais, minerais e herbáceas, além de toques tostados, de chocolate e de alcaçuz. Em boca, é suculento, frutado, encorpado, tem boa acidez, taninos finos e final longo. Por seu ótimo volume de boca e textura, é indicado para escoltar carnes vermelhas ou de caça ensopadas ou cozidas. Álcool 14%. EM
El Enemigo, Mendoza, Argentina. Projeto pessoal de Alejandro Vigil, enólogochefe da Catena, em conjunto com Adrianna, filha mais nova de Nicolás Catena. Tinto elaborado majoritariamente a partir de Malbec e uma pequena proporção de Petit Verdot, com estágio em barricas de carvalho francês 70% novas. Apresenta cor vermelho-rubi de reflexos violáceos e aromas de frutas vermelhas e negras mais maduras, quase em compota, notas florais, minerais e de especiarias doces, além de toques herbáceos e tostados. No palato, é frutado, suculento, tem bom volume de boca, acidez na medida, taninos finos e final médio/longo, lembrando grafite. Chama atenção pela estrutura e profundidade, tudo num contexto gostoso de beber. Experimente com carne de cordeiro grelhada ou na companhia de queijos duros. Álcool 14,4%. EM
Domaine Serene, Oregon, Estados Unidos. Branco de uvas Chardonnay advindas do vinhedo Etoile, com estágio de 10 meses em barricas de carvalho francês neutras, ou seja, sem tosta. Apresenta cor amarelo-citrino de reflexos esverdeados e aromas de frutas tropicais e de caroço maduras, notas florais, minerais e de frutos secos, tudo envolto por toques tostados e de especiarias doces muito bem integrados ao conjunto. No palato, confirma a fruta mais fresca do nariz, é redondo, profundo e equilibrado, tem acidez refrescante, ótimo volume de boca e uma nota salina muito gostosa no final, pedindo mais um gole. Apesar de perceptível, a madeira ressalta as qualidades do vinho, contribuindo com elegância e cremosidade. Por seu corpo e estrutura, é indicado para acompanhar carnes de aves ensopadas, como pato ou marreco. Álcool 14,4%. EM
Schiopetto, Friuli, Itália. A vinícola está localizada nas montanhas de Capriva del Friuli, onde Mario Schiopetto produz vinhos desde 1965. Branco elaborado exclusivamente a partir de Tocai Friulano, sem passagem por madeira, mas mantido em contato com as leveduras durante oito meses antes de ser engarrafado. Apresenta cor amarelo-palha de reflexos esverdeados e aromas de frutas brancas maduras lembrando peras e maçãs, típicas notas florais, herbáceas e de frutos secos. No palato, confirma as frutas encontradas no nariz, é redondo, tem médio corpo, bom volume de boca, acidez vibrante e final médio/longo, lembrando amêndoas. Devido ao seu estilo mais austero, fresco e aromático, mas ao mesmo tempo de textura sedosa, é ideal para acompanhar presunto cru, mas tente também com fondue de queijo, você não se arrependerá. EM
Cantine Cellaro, Sicília, Itália. A Cantine Sociale Cellaro foi fundada em 1969 e atualmente é uma cooperativa composta por mais de 1.000 membros. Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Nero d'Avola, com estágio de seis meses em barricas de carvalho francês. Apresenta cor vermelhorubi intenso e aromas de frutas vermelhas e negras mais maduras, envoltos por notas florais e herbáceas, além de toques terrosos, defumados e especiados. No palato, é frutado, redondo, suculento, tem boa acidez, taninos macios e final médio/longo. Agradável de beber, é uma ótima opção para acompanhar carnes vermelhas assadas ou queijos curados. Álcool 13,5%. EM
CARM, Douro, Portugal. Tradicional vinícola da região do Douro, elabora este tinto a partir de uvas 70% Touriga Nacional e 30% Touriga Franca provenientes da Quinta da Urze. Apresenta intensa cor vermelho-rubi de reflexos violáceos e aromas de frutas vermelhas e negras maduras, permeadas por agradáveis notas florais, herbáceas e minerais, além de toques especiados, tostados, de tabaco e de alcaçuz. Em boca, confirma o estilo de fruta do nariz, é redondo, suculento, encorpado, mas sem perder profundidade, tem ótima estrutura tânica e final cheio e persistente, tudo emoldurado por uma gostosa acidez que traz vibração, vida e elegância ao conjunto. Surpreendente. Por seu corpo, pede a companhia de carnes de caça ensopadas ou massas com molho a base de cogumelos e carnes vermelhas. Álcool 14%. EM
Pietro Rinaldi, Piemonte, Itália. A vinícola, fundada em 1920, está localizada em Madonna di Como, na montanhosa região de Alba. Tinto elaborado exclusivamente a partir de uvas Nebbiolo advindas do vinhedo San Cristoforo, em Neive, com estágio de 16/18 meses em tonneau 70% novos e 30% de segundo uso. Apresenta cor vermelhorubi translúcido e aromas de frutas vermelhas frescas emolduradas por típicas notas florais, além de toques herbáceos, terrosos, especiados e de cogumelos. Em boca, confirma essa fruta mais fresca e suculenta, é estruturado, equilibrado, tem acidez vibrante, taninos finos e marcantes e final longo e elegante. Deve ficar ainda melhor com 5/6 anos de garrafa. Ideal para acompanhar pratos mais robustos de carnes vermelhas ou de caça, melhor ainda se escoltados por cogumelos ou trufas. EM
Viña Emiliana, Vale de Casablanca, Chile. Fundada em 1986 por Rafael e José Guilisasti, a vinícola é adepta da cultura orgânica e biodinâmica e sob a consultoria do enólogo Álvaro Espinoza, um dos melhores do Chile, elabora este branco orgânico composto de 68% Chardonnay, 18% Viognier, 8% Roussanne e 7% Marsanne. Apresenta cor amarelo-citrino de reflexos dourados e aromas de frutas tropicais e de caroço maduras, bem como notas florais, minerais e tostadas, além de toques de frutos secos e de baunilha. Em boca, confirma o estilo de fruta encontrado no nariz, é estruturado, redondo, suculento, tem bom volume de boca, acidez na medida e final persistente. Pelo equilíbrio entre frescor e cremosidade, é uma boa opção para acompanhar frutos do mar mais temperados ou bouillabaisse. EM
Bodegas Ontañon, Rioja, Espanha. Vinícola familiar localizada em Rioja Baixa elabora este branco exclusivamente a partir de uvas Viura - conhecida como Macabeo em outras partes da Espanha - advindas do vinhedo Siete Caminos, com estágio de cinco meses em barricas usadas de carvalho americano. Apresenta cor amarelocitrino de reflexos esverdeados e aromas de frutas cítricas e tropicais maduras, notas florais e minerais, além de toques tostados e especiados. Em boca, a madeira não se sobrepõe a fruta, tem médio corpo, acidez refrescante e final médio/longo agradável. Devido ao bom volume de boca deve ir bem na companhia de peixes ou massas com molhos cremosos. Álcool 13%. EM
Tommasi, Vêneto, Itália. Fundada em 1902, Tommasi é uma das mais tradicionais vinícolas da região de Valpolicella e elabora este tinto a partir de 65% Corvina, 25% Rondinella e 15% Molinara advindas do vinhedo Rafaèl, em San Pietro in Cariano, com estágio de 15 meses em grandes barris de carvalho do leste europeu. Apresenta cor vermelho-rubi puro e aromas de frutas vermelhas lembrando cerejas, acompanhados de notas florais, herbáceas, especiadas e defumadas. No palato, é frutado, estruturado, sedoso, redondo, tem acidez gastronômica, taninos finos e final médio/longo e agradável. Fácil de beber e de agradar, é ideal para acompanhar massas ao molho tipo sugo ou pizzas em geral. Álcool 12,5%. EM
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